O nariz raspava sobre os fios escuros vagarosamente, como se quisesse decorar a essência que o filhote emanava.
Acariciava as costas alheia com um sentimento de alegria e satisfação, a euforia correndo nas veias, enquanto o peito quente se enchia de ternura e benquerença. Não lembrava quanto tempo estavam ali, mas fora o suficiente para Youngmin não querer largá-lo.
Sendo assim, o adulto abraçou mais forte a criança, deixando que mais uma vez ele babasse a camisa que vestia, ao se entorpecer com o cheiro do progenitor alfa.
Em seus pensamentos, o fio de voz chorosa do filho, questionando se era pai dele e se iria embora novamente, cortava de fato o coração do mais velho. O instinto de pai protetor invadiu o corpo de Jeongguk quase que instantaneamente, pois sentia que Young chorava de alívio e, ao mesmo tempo, de desespero. Provavelmente por ter passado anos sem conhecer o progenitor, e agora temia perdê-lo novamente.
A ideia de deixar o garoto nem sequer passou pela sua cabeça, apesar de ter que voltar para o exterior para cumprir com uma promessa que era inevitável. O moreno já sofria tanto quanto o menino.
Youngmin era um alfa inteligente, independente da pouca idade. O genitor acreditava que toda aquela inteligência não vinha dele, mas sim de Jimin, que naquela altura já deveria saber que era pai do filho dele, e que estava dando aulas para o pequeno Park. Não queria pensar na reação do ômega ao descobrir que estava voltando para casa... Que teria que lidar com a indesejável notícia que Jeon Jeongguk estava de volta e trabalhando no mesmo lugar que sua cria estudava. Se estivesse no lugar dele, a insegurança era o menor dos problemas.
A verdade é que o professor nunca quis participar dos negócios da família ou seguir os passos dos pais. Desde muito jovem ele já havia decidido querer viver e caminhar dos próprios sonhos, e não viver uma vida imposta de dedos apontando para o que fazer, ou não. O foco inicial ao voltar para Coréia, era conviver um tempo com a família antes que Sunmi colocasse pessoas atrás dele, monitorando-o. Foram quatro anos dolorosos onde teve que escolher os passos que queria seguir, e em meio a perdas, altos e baixos, ele finalmente conseguiu entender o que queria.
Contudo, não estava preparado para o que encontrou ao chegar na Coréia. E, caramba! Havia ganhado o maior tesouro. Seus braços agora protegem seu bem mais precioso, a pessoa a quem queria amar e proteger com todas as forças.
O peito estufado, inflamado de amor.
Seu lobo agora chorava de orgulho.
— Papai. — Ouviu-o chamar baixinho, quase como um sussurro.
O miúdo não fazia ideia de como o coração do educador falhava miseravelmente perante aquelas cinco letrinhas. Não conseguiu evitar que os lábios se curvassem em um sorriso abobado, afinal, ele ansiava ouvi-las.
— Hm?
O quarto parecia menor agora, ambos enfiados na bolha onde somente os dois existiam, e nada mais. Os olhos marejados do progenitor assustaram um pouco o moleque, mas o alfa chorava de felicidade. Seu coração batia desesperado, em folia pela alegria correndo em suas veias. Queria chorar em abundância, mas só o faria quando Youngmin não estivesse por perto; tinha medo de assustá-lo ainda mais.
E abraçado ao pai, os olhinhos do menino estavam focados nos desenhos atrás do moreno, nas folhas arrumadas na escrivaninha.
— Senhor não vai deixilar' a gente de novo, não é? — Jeon quis rir ao perceber a palavra errada, mas o pirralho empurrou um ombro seu para fitá-lo com os olhos cheios de esperança.
— Nunca deixarei você, filho — disse firme. No entanto, a criança franziu o cenho, inclinando a cabeça para o lado como se ainda estivesse com dúvidas.
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Parental | jikook
FanfictionDisposto a ter um filho sozinho e dar o neto tão sonhado para seus pais, Jimin opta por fazer uma inseminação artificial, já que não desejava ter um alfa naquele momento. Jimin só não contava em conhecer Sunmi, uma mulher que sonhava ter netos, mas...