04. Um alfa esperto

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A brisa tocava suavemente a pele frágil. A cada lufada, a tez se tornava mais gélida e sensível perante aquele frio tranquilo. As lágrimas deslizavam pelas bochechas fartas, dançando com a tristeza que insistia em lhe abraçar.

Jimin fechou as pálpebras, apertando-as enquanto os dedos curtos e salientes agarravam com força o lençol em volta do corpo. Chorava copiosamente, perguntando-se aonde tinha errado e por que não era um bom pai.

As palavras de Jeongguk tinham o atingido friamente, arrancando toda a felicidade e a paz que tinha em sua vida. Era um pai fracassado, que não sabia que o próprio filho sofria nas mãos de outras crianças maldosas. Como não percebeu que seu fruto estava em uma situação lastimável?

Era uma dor que espremia seu coraçãozinho, amassando como se fosse massa de modelar.

Tinha suportado todas as fofocas, o julgamento da sociedade, inclusive da própria família, com isso ele poderia lidar. Entretanto, quando era algo que machucava Youngmin, Jimin não sabia enfrentar tão fácil. Porque era simplesmente Youngmin, seu menino.

Outrora, quando Jeongguk o abraçou, Park não deixou de perceber o quão bom era aquele abraço. Não estava pensando de forma romântica, e sim que aquele alfa poderia abraçar MinMin do mesmo jeito que fez consigo, transmitindo amor e carinho.

Como se o enlace dos braços fortes pudesse minimizar a aflição, medo e todo sentimento que Jimin tinha pavor. O ômega não sabia se gostava dessa sensação, da essência boa e gostosa que fluía daquele alfa.

Estava se sentindo tão culpado, um pai miserável que não foi suficiente para ajudar seu filhote. Jimin conhecia a proporção de onde o bullying era capaz de chegar, e o que era capaz de fazer.

Foi angustiante saber que, todo esse tempo, a infelicidade de Youngmin não era só por não ter amigos, e pelas pessoas que o julgavam, no fundo, o real motivo era por causa das crianças malcriadas que faziam questão de deixar claro que o pai alfa do Park o deixou, que não o queria. MinMin, ao questionar Jimin sobre o outro pai, tinha a voz tristonha, quase implorando para que a realidade não fosse o que as crianças insistiam em dizer.

Quando o viu com o professor, a maneira que olhava para o mais velho, principalmente a animação de uma criança que quer contar para o pai sobre seus gostos. Jeongguk podia achar que Youngmin tratava-o só como amigo, no entanto, não era assim que o pequeno o via, e Jimin soube quando o brilho nos olhos sempre era dirigindo com tanta admiração. O mesmo que ele lhe dava e na mesma intensidade.

Percebeu aos poucos que o filho fazia Jeongguk entrar nas suas vidas, mesmo sem saber que aquele alfa era progenitor dele.

O que podia fazer agora? Jeongguk já estava em suas vidas, embora de modo de repente, e estava tão firme e decidido a ajudá-los, que Jimin não viu outra forma a não ser aceitar, dando a ele a oportunidade de ser pai, como o próprio disse.

Ainda procurava uma maneira de contar sobre o paradeiro de Youngmin, e esperava que ele não ficasse bravo consigo. Não era sua culpa, afinal. Quando planejou a gravidez e os caminhos futuros, ter um alfa não se encaixava na sua vida. Não esperava ficar amigo da mãe do doador, e ser introduzido na família dele como bônus.

— Papá?

Jimin ouviu a voz sonolenta do filho, rapidamente enxugou as lágrimas, esforçando-se para parecer que estava bem. Olhou para trás quando os passos se tornaram mais próximos, e viu a figura pequena vestida com um pijama azul.

— O que aconteceu, meu amor? — Pegou-o no colo, sentindo o rosto dele encostar em seu ombro, e o nariz em seu pescoço. O lençol, que estava em volta do ômega, caiu no chão e assim o frio alcançou a pele quente, fazendo-o arrepiar. — O que houve, filho?

Parental | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora