𝙏𝙃𝙀 𝘾𝙍𝙐𝙀𝙇 𝙋𝙍𝙄𝙉𝘾𝙀 - 𝘷𝘩.

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— Vinnie? — eu olhei para a porta quando Jake entrou no meu quarto.

Fechei meu livro e o deixei na cama.
Me levantei da cama e encarei meu irmão.

— O que é? — perguntei

— Vinnie... se tivesse me contado tudo eu teria te ajudado — sussurrou — Sabe... O lance com mamãe — sussurrou

Eu reviro os olhos

— Não preciso da sua pena — levantei querendo tirá-lo do meu quarto

— Não é pena! Sou seu irmão cara, me deixe te ajudar... — pediu ele

Eu ri, irônico, Jake, irônico.

— Eu não quero sua ajuda, nunca vou precisar da sua ajuda Jake — falei firme, seu olhar murchou levemente

— Se não fosse por mim você nem estaria aqui Vincent — disse ele

— Pois é. Você me tirou de lá porque quis, eu não pedi sua ajuda — cuspi as palavras e dei as costas para voltar a me deitar na cama

— Eu te ajudei porque eu quis, porque eu amo você e você é meu irmão, é minha família. Porque implica tanto comigo? — perguntou baixo — Me diga, porque... o único que deveria estar magoado e bravo sou eu, você sempre foi melhor que eu tudo, todas as garotas que um dia amei foram parar na sua cama, e tudo que me importo você tenta destruir

Minha garganta secou, meu coração se apertou e milhares de memórias vieram a minha cabeça, minhas pernas ficaram bambas...

— Você que sempre teve tudo Jake — eu ainda estava de costas para ele — Não lembra? Mamãe te amava mais que tudo, ela sempre falou bem de você para todos... lembro que... No meu aniversário de seis anos, você mentiu sobre eu ter te empurrado de propósito, mas foi sem querer Jake, você sabia disso — meus olhos ardiam — Mamãe me puxou para um canto depois da festa, ela puxou você junto. E me obrigou a pedir desculpas, mesmo não tendo feito nada eu pedi desculpas, ela me bateu naquele dia... você estava do lado, e não fez nada quando eu apanhei, só ficou olhando, não contou a verdade e me deixou apanhar. Você era assim, mentia sobre tudo e fez aquela rotina se iniciar — eu finalmente me virei para ele — Você fez minha mãe me bater pela primeira vez, você fez ela achar que eu gostava de ser cruel com você, ela se aproveitou disso — minha voz falhou, e eu caí nas lágrimas — Ela me ensinou a ser ruim e me batia por ser ruim. Não eram tapas Jake, você sabe que não eram puxões de orelha ou um tapa na mão. Você sabe como era...

Jake abaixou o olhar.

— Você... — me aproximei — VOCÊ ME  CULPAVA POR TUDO, VOCÊ COMETIA ERROS E APONTAVA O DEDO PARA MIM, ERA O SANTO, O ANJO DA FAMÍLIA E TODOS ACREDITAVAM!