*Leiam ouvindo a música, a emoção será maior
- MAMÃE! – O garoto berra quando vê a figura feminina sendo puxada para a luz pelo monstro que sempre lhe mantém naquela escuridão torturante.
- SOLTA A MINHA MÃE!
- ME LEVA NO LUGAR DELA!
- MAMÃE, VOLTA, POR FAVOR!
- EU VOU SER UM BOM GAROTO, VOLTA!
Azriel continuava a gritar, mas de nada adiantava, sabia que não poderia correr em direção a luz, senão seria punido e sua mãe também. O monstro não a soltava e a luz já ia se apagando conforme a porta se fechava.
Sua mãe não voltaria.
Ele percebeu que aquele dia seria diferente, algo aconteceria além da perpétua obscuridade que o cercava, ele não veria sua mãe na próxima semana, esse pressentimento não o largava.
Caminhando para sentar-se em seu colchão velho e duro, sentiu um arrepio quando suas velhas companheiras de purgatório lhe rodearam, não era novidade estar cercado pelas sombras, há quatro anos elas haviam aparecido, lhe contavam segredos de todos que existiam lá fora, ouviam ele chorar pelo medo do breu, ouviam ele cantar para espantar os pesadelos, elas cantavam com ele. Com o passar do tempo, Az e as sombras tornaram-se um só, interligados, confidentes, parceiros, elas eram uma parte essencial dele, tal como ele era uma parte essencial delas. As sombras fizeram com que esses oito anos de vida fossem suportáveis, pelo menos nesses últimos anos.
"Seja forte" Um sussurro suave assoprou em seu ouvido e foi nessa hora que ele percebeu que sua intuição estava certa.
A luz voltou a aparecer com o abrir da porta, seus meios-irmãos apareceram, entrando no quarto sem fechar a porta, e o menino viu que um deles segurava um galão de óleo e uma tocha, e o outro vinha para perto dele.
Já havia muito tempo que Azriel sabia que seus "irmãos" não poderiam ser chamados como tal, eles não gostavam dele da mesma forma como ele aprendeu a não gostar deles, o tempo em que tinha se iludido e achado que teria a companhia deles foi o mais doloroso possível, então ele entendeu que sempre que eles aparecessem seria para machucá-lo.
- Irmãozinho, viemos brincar com você! – Disse o que se aproximava dele, parando atrás de Az.
- Sim, queremos testar algo... – O outro com a tocha e o galão de óleo falou enquanto, também, se aproximava.
Antes que pudesse correr ao perceber o que eles queriam, a criança foi pega por de trás, ele se debateu, chutou e lutou o quanto podia, no entanto, seu irmão era mais forte e lhe derrubou de barriga no chão, sentando-se em cima dele para prendê-lo ao mesmo tempo em que estendia suas mãos para cima da cabeça, deixando as costas de suas mãos a mercê do outro. Az continuo se debatendo, porém quanto mais lutava, mais seu irmão soltava o peso de seu corpo em suas costas, fincando os joelhos nas asas do pequeno e apertando seus braços no chão.
- Irmãozinho, o que será que acontece quando óleo, fogo e os poderes de cura de um illyriano se juntam? – Disse isso enquanto despejava o óleo nas mãos do garoto.
- NÃO! – O illyriano berrou, mesmo com a cabeça presa ao chão.
- Cale a boca, idiota. Fique quieto, senão será pior. – Aquele que lhe prendia falou baixo, com um tom raivoso.
Azriel não pode fazer nada, nem gritar porque seu outro irmão lhe tampou a boca, enquanto o outro aproximou a tocha da mão da criança e deixou as labaredas estalarem na pele do feérico, as mãos pegavam fogo, ele começou a se debater de dor e seus irmãos o soltaram e saíram rindo.
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One Shots Gwynriel
FanficOne shots sobre alguns momentos de Gwynriel ou eles individualmente, sem ordem cronológica. ➡ Esta é uma "one shots" inspirada nos livros da Sarah J. Maas, ou seja, os personagens e a ambientação pertencem à ela, apenas a cena é de minha autoria.