Ato III

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Gente, eu tô muitíssimo feliz e grata com o comentário de vocês, sério.
Esse shipp ele entrou na minha vida recentemente, mas já é um dos meus prediletos.
Aliás, já comecei uma nova história deles e conto com vocês também rsrs...

Esse é o último capítulo e eu to muito orgulhosa dele. Ele tá fofo s2'
Beijinhos e até a próxima fic!



Academia de Piltover

3 A.M.

As costas rangem, o peito sobe e desce em um longo. Viktor esfrega os olhos provocando a ira de sua galáxia particular. Ele sabia que não seria possível cair nos braços de Morpheus aquela noite. Mais uma vez, mais uma noite. Já era a quarta noite dormindo em pedaços. Resgatar seu sono se assemelhava a pegar fumaça com as mãos. Neste ínterim, algo na linha do tempo de sua mente o alertou: ele havia esquecido seu caderno no laboratório. Caderno este com todas as anotações do núcleo hextec e as infelizes cartas que escreveu para um fantasioso Jayce durante os anos. Cartas que nunca teve coragem de enviar. Cartas que sabia que seriam levadas junto ao túmulo. O jovem cientista se apressa em vestir-se, coçando novamente os olhos desgastados e rumando para fora do dormitório. Não era a primeira e nem a segunda vez que transitava pelos corredores da Academia de Piltover de madrugada. Viktor tinha um apreço muito peculiar pela noite e os mistérios que ela escondia. Ele sabia que isso estava intimamente ligado com a maravilha do silêncio que ela adotava. Ainda que ultimamente o silêncio lhe tenha sido um companheiro perverso e pouco auspicioso.

Em passos felinos, ele atravessa os corredores mau iluminados, abotoando o colete acadêmico já sabendo que seria uma longa madrugada de experimentos. Reconhecendo o hipnotizante brilho do Núcleo Hextec por detrás do vidro fumê, Viktor atravessa as portas automáticas, mas estaciona repentinamente ao notar a conhecida figura de Jayce Tallis perante sua mesa de trabalho.

— Jayce? — o sotaque sai arrastado, um pigarro se sobressaindo logo em seguida.

— Viktor. — Jayce gira em calcanhares, revelando o que carregava em mãos. Alguns arrepios sobem pelo contorno de Viktor, os olhos pousados no papel de carta que ele tanto conhecia. — Você...

— Me preocupa saber que a família Tallis não lhe ensinou sobre invasão de privacidade, Jayce. — o cientista corta o laboratório em poucos passos, piscando várias vezes como se o modo mecânico fosse apagar a presença do colega dali. Ele retira o caderno das mãos de Jayce com brusquidão, o ato pouco cauteloso acabando por fazer com que as folhas se dispersassem no chão. Jayce acompanha toda a cena sem qualquer expressão até este momento. Ele se ajoelha e começa a ordenar as folhas que Viktor juntava tão avidamente. Neste processo, vez ou outra seus olhares entravam em um conflito indireto, Jayce notando a tensão e o rubor singelo no rosto do menor. Incomodado, Tallis resguarda as folhas ao lado e toma uma das mãos de Viktor:

— Pare. — ele queria tanto que ele o olhasse, mas o genioso cientista se detinha em olhar para o reflexo arroxeado do núcleo hextec no chão como uma forma de fugir daquele momento. A mandíbula travada, os dentes rangendo quase que imperceptivelmente. — Não há mais por que esconder. Eu li. — havia mansidão em suas palavras.

— Bem, finja que não aconteceu. Boa noite. — com a firmeza de rocha, Viktor abraçou todos os papéis e se levantou em um pulo, volvendo-se em direção à saída, mas sendo parado sem que desse dois passos.

— Fique. Isso é uma ordem. — Tallis sabia ter pulso firme quando o momento pedia e aquele era, de fato, o momento ideal. Porém, àquelas palavras não foram bem recebidas pelo inquieto cientista.

Kátharsis | JayvikOnde histórias criam vida. Descubra agora