Dor.

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Vazio.

Era tudo que Vi conseguia sentir.

Lembranças não eram sua coisa favorita no mundo.

Ela não tinha um bom passado, muito menos um bom presente. E, sinceramente, tinha momentos em que não se via em um futuro.

Violet nunca reclamara, mas, lá no fundo, ela sentia que o peso de suas lembranças e ações nunca deixaria de a assombrar.

Uma prova viva disso era seu relacionamento com Caitlyn.

A rosada a amava. Ela dependia dela.
Se ver sem a detetive, para Vi, era se ver sem ninguém.

Veja bem, ela não tinha muitas pessoas. Jinx tinha sua própria vida com sua namorada em um lugar delas, Ekko e Ezreal não se afastavam muito disso. Viktor? Bom Viktor era genial, e já havia encontrado alguém para amar que, aparentemente, talvez sentisse o mesmo.

Todos tinham alguém.

Já Vi... Quase sem família, apaixonada por alguém que, muito provavelmente, nunca poderia a retebruir. Sozinha em um apartamento triste.

Ela nunca diria a ninguém, mas seu coração se apertava sempre quando chegava em casa e não encontrava ninguém. Simplesmente vazia. Se sentia ridícula quando começava a falar sozinha, como se sua família ainda estivesse ali para respondê-la... O silêncio era sempre doloroso.

Sua cama gelada era grande demais para pequena criança assustada que, ainda, estava vivida em suas memórias e pesadelos.

Ela tinha medo.
Medo da solidão que a assolava.

Mas... Não era assim quando Caitlyn estava ali.

Quando Vi dizia algo a garota estava sempre ali para fazer algum comentário bobo. Sua casa, e sua cama, não pareciam tão grandes e frias quando divididas com a mulher que amava.

Sua vida ganhava algo de diferente, algo que sequer Violet conseguiria explicar.

Por mais que soubesse que não era saudável, ela não conseguia.

Doeu falar aquelas coisas, mas a garota sabia que tudo que disse era verdade.

Ainda doía, doía demais. Mas afinal...
Era Cait que Vi ainda tinha. Só ela.

— Ela disse que também me amava.

Mas Caitlyn era só uma mentirosa.


Era domingo.

Viktor tinha ido embora, agora Vi estava sozinha.
De novo.

Sentia falta da casa cheia. Eles não tinham muito, mas ninguém nunca ficava solitário.

Acabou.

Seu objetivo de passar o dia inteiro jogada no sofá foi, ridiculamente, impedido por algo maior.

Ela poderia tentar mas, lá no fundo, sabia.

Seus dados estavam coçando por um cigarro entre eles, a agum tempo. Era seu organismo viciado de merda dando as caras, como sempre.

Levantou com dificuldade, a preguiça era quase maior que tudo. Procurou ansiosamente por sua carteira de cigarros, onde havia metido aquela porra?

Sentia seu corpo estava formigando, já não fumava a mais de dois dias.

Ninguém próximo sabia que ela havia voltado para isso. Eles não faziam ideia.
Mas Vi não contaria de qualquer maneira.

Depois de uma procura, não tão longa, encontrou a estrela de seu desespero. Perfeito, pensou.

VSF  [CaitlynxVi]Onde histórias criam vida. Descubra agora