Desabafar

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oi oi

trouxe um capítulo cheio de revelações pra vcs, espero que gostem

boa leitura <3

Itachi pov's

— PRIMO!! — veio correndo em minha direção para me abraçar, afinal, faz tempo que não nos vimos. Obito é um primo meu que nunca mais foi visto na família, ouvi rumores que ele decidiu se mudar de cidade por algum motivo pessoal, e isso não faz muito tempo — eu estava com tanta saudade! Por que não me ligou?

— Estive muito ocupado estes últimos dias — a verdade não era que eu não podia por estar ocupado, e sim por não ter uma oportunidade. Depois do desentendimento que eu e Deidara tivemos há anos atrás, Obito se tornou a pessoa mais próxima que eu tive. Ele sempre esteve do meu lado para tudo, e eu sempre estive do seu, mas um dia ele sumiu sem falar nada, assim como eu fiz. — Temos muito o que conversar.

— Vocês se conhecem?— tinha esquecido que Deidara estava presente na sala. Não sabia que os dois se conheciam, só podia ser coincidência.

— Somos primos — o respondi — Obito, você me deve explicações, por que sumiu desse jeito? Fiquei preocupado.

— Como você mesmo disse, temos muito o que conversar. Quero saber o porquê de você estar morando aqui, e com ele — Aponta para Deidara, que ainda estava com uma expressão de surpresa — Bom, Deidara, enquanto conversamos, pode ir buscar minha jaqueta?

— Claro, volto depois que conversarem— ele sobe as escadas, nos deixando sozinhos.

— Quer começar? — diz sentando-se no sofá, o sigo e me sento ao seu lado.

— Comece você. Por que sumiu do nada?

— Como você sabe, eu e Rin já estávamos tendo discussões ultimamente por conta de... Você sabe o que, as suspeitas dela que eu ainda gostava do Kakashi. Um dia eu não estava aguentando mais, e então eu fugi, vim para cá, para o Kakashi.

— Quer dizer que ele mora aqui?

— Sim, mas obviamente a Rin descobriu tudo e brigamos mais uma vez, e dessa vez terminamos.

— Obito, você foi um grande babaca. Para início de conversa, por que começou a se relacionar com ela se sabia que não a amava?

— Eu sempre amei o Kakashi desde cedo, mas nunca quis aceitar o fato de estar apaixonado por outro homem. Então, soube que a Rin estava gostando de mim, eu a pedi em namoro para tentar provar a mim mesmo que sou hétero — suspira — mas sabe, Itachi, o amor fala mais alto. Hoje em dia eu me vejo um homem que sente atração por outros homens, sou gay. Depois de muito tempo, me permiti ser quem sou.

— E por que não me contou? Fiquei preocupado — quem não ficaria?

— Nos primeiros dias eu estava cansado, minha mente estava explodindo com tudo o que estava acontecendo. Um tempo depois eu tentei entrar em contato, mas não consegui, só caía na caixa postal, e eu acho que isso tem a ver com o que você tem a me falar, sim?

Olhei para as escadas para me certificar que essa conversa só seria ouvida entre nós. Deidara não estava na escada, provavelmente no quarto, acho que vou contar para Obito um dos meus maiores segredos.

— Obito, eu já te contei muitas coisas sobre mim, mas o que eu vou te contar agora é o maior segredo da minha vida, não pode sair daqui, ok? — o vejo afirmar com a cabeça, agora esperando que eu contasse. Respiro fundo antes de voltar a falar — não sei se você soube, mas a empresa dos Uzumaki estava entrando em falência, e para isso não acontecer, precisavam fazer um contrato com a nossa empresa. Mas o contrato entre empresas apenas é feito quando se tem uma relação familiar entre as mesmas. Isso resultou num casamento forçado entre eu e Deidara.

— Quer dizer que são casados?

— Não! Deixa eu terminar. Então o Deidara teve a brilhante ideia de fugir numa madrugada e nunca mais voltar, mas para isso ele precisava de mim, já que se dirigisse poderia não só matar metade da humanidade, como também a si mesmo. Eu poderia apenas trazer ele para cá e voltar, mas...— droga. Eu deveria contar o resto? Nunca falei disso para ninguém. Resolvi deixar esses pensamentos de lado e contar, preciso desabafar isso com alguém— Eu me preocupava com ele. Não queira deixá-lo sozinho numa cidade que nunca tinha ido, então eu decidi vir junto.

— Como se conheceram? Vocês não parecem ter uma relação muito boa pelo que vi, mal se falaram.

— É aí que entra meu maior segredo — Dei uma pausa para organizar as palavras em minha mente e contar de forma resumida. Escondi isso dentro de mim durante anos, como falaria? — eu e Deidara nos conhecemos há anos atrás, muitos anos. Sempre fomos melhores amigos, conhecíamos um ao outro melhor do que ninguém. Os anos foram se passando e eu percebi algo que não podia negar a mim mesmo: eu estava apaixonado. Me apaixonei por Deidara com mais ou menos 12 anos de idade, mesmo muito novo para entender um sentimento tão forte, eu não queria deixá-lo. Porém, no início do ensino médio, eu soube que ele falava muito mal de mim pelas costas, falava que eu era a pior pessoa do mundo e outras coisas horríveis. Soube que ele também inventava mentiras, dizia que eu já o bati e que o abusei. Além disso, ele dizia que eu era falso, que não podia confiar em mim e outras coisas. Eu tive uma briga muito feia com ele e alí se acabou nossa amizade. Junto com ela, minhas expectativas de um amor recíproco. Depois desse dia, eu não fui mais o mesmo, passava dias chorando, sem vontade de comer, de sair do quarto... De mais nada. Ele era meu tudo, por que falou de mim daquele jeito? Eu nunca fiz nenhum mal a ele, muito pelo contrário, eu sempre quis o proteger do mal do mundo— a essa altura, meu rosto estava cheio de lágrimas que não paravam de escorrer. Eu enterrei esses sentimentos no meu peito há muito tempo, desenterrá-los ainda me destrói — tempos depois ele ficou muito próximo do Hidan, na verdade, eles já eram amigos antes, se tornaram mais próximos depois de nossa briga, fui substituído por outro, e isso ainda dói aqui dentro. Acho que acabei falando demais, mas foi isso, desculpe, precisava desabafar com alguém.

— Tudo bem, já passou — ele me abraça, retribuo seu abraço, o apertando com força, como se ele fosse desaparecer do nada — desabafar é sempre bom, não guarde tudo só para você, você não está sozinho, ok?

Ouço passos vindo da escada, sequei meus olhos o mais rápido possível, não quero que ele me veja chorando.

— As princesas já acabaram com as fofocas? Espero que sim. Obito, sua jaqueta — Obito se levanta e vai em direção a Deidara, resolvo ficar sentado no sofá, essa conversa me deixou totalmente para baixo — Você poderia vim aqui mais vezes, sabia?







Deidara pov's







Fazia muito tempo que eles estavam conversando, eu conseguia ouvir alguns murmúrios do andar de baixo, mas não consegui identificar nenhuma palavra. Depois de um tempo eles pararam, descido pegar a jaqueta de Obito e descer as escadas.

Nesse tempo que estava no quarto, estava pensando em algumas coisas, na verdade, em uma única coisa: Obito. É fato que nos conhecemos há pouquíssimo tempo, mas a cada vez que conversamos, me sinto seguro e ele aparenta ser cada vez mais confiável. Acho que eu posso confiar à ele meus segredos. Além disso, estava conversando com Hidan, descobrimos que morávamos perto um do outro, ele nunca tinha me dito em que cidade morava, e nem eu, então foi uma surpresa. Vamos sair amanhã à noite, depois do meu turno de trabalho, ele disse que precisava conversar comigo.

Deixo meus pensamentos de lado quando Obito me abraça para se despedir, mas chega perto do meu ouvido e sussurra.

— Precisamos conversar depois — meu corpo não deixou de se arrepiar com seu tom de voz sério. Alguma coisa tinha acontecido, e isso não me cheira nada bem.

Ele se afasta e vai em direção a Itachi, que até ainda não saiu do sofá, ele fala alguma coisa em seu ouvido e se afasta. O que aconteceu enquanto eu estava fora?

— Nos vemos amanhã — ele sai pela porta, nos deixando sozinhos. Um silêncio assustador se fez presente na sala, o ambiente parecia melancólico e tenso demais, resolvo me aproximar de Itachi, ele ainda estava sentado de costas para mim, me impedindo de ver seu rosto.

— Itachi? Tá tudo be- — ele se levanta de abrupto e caminha em direção a escada em passos largos e pesados.












— Não estou afim para brincadeiras hoje, Deidara, vê se me deixa em paz.

The Moral of the StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora