Submissendo - Memórias de um submisso em evolução.

2.1. O primeiro namoro BDSM - Sem saber (o) que era BDSM.

O começo do namoro

Meu segundo namoro foi oficialmente um namoro 100% baunilha, até porque nenhum dos dois - vindos do interior, inocente puro e bestas, eu então com 20, ela, com 18 - fazíamos a mínima noção do que era BDSM e suas práticas - eu só fui ler sobre mais meia década depois. Efetivamente, entretanto, foi uma relação de Dominação/submissão, que envolveu dominação psicológica, 24/7, humilhações, podolatria, "ruined orgasm", controle de orgasmo, "forced bi" - na verdade, por não ter sido bem conversado antes sobre as práticas, o relacionamento ficou a milímetros de ser uma relação abusiva (mas não foi). Nos conhecemos na faculdade, ela partiu pra cima de mim e logo começamos a namorar - com o tempo, principalmente depois que terminamos, que notei que era uma das garotas mais cobiçadas da faculdade (até então eu só sabia da fama intelectual dela). Infelizmente, o que tinha de bonita tinha de sexo ruim; felizmente, o que tinha de sexo ruim tinha de dominadora.

Mal estávamos nos conhecendo, ela se queixou dos caras que achavam que sexo se limitava a penetração e não sabiam dar prazer de verdade a uma mulher. Eu, como não tive uma educação machista, ainda que curtisse comer e achasse importante penetração, sempre tive que sexo é muito mais que isso, concordei com ela (inclusive acho que as tais "preliminares" já são sexo, se bem aproveitadas). Ela então propôs um acordo: os primeiros três meses sem penetração. Descobri com o tempo: ela tinha um fetiche extremo com "contratos": tudo ela gostava de combinar antes, até a posição que iríamos transar (ela teria sido uma pessoa muito feliz se tivesse virado uma burocrata em uma repartição pública bem esquema "papel-carimbo-protocolo"). Imagine: eu, nos meus vinte anos, com hormônios até a tampa, ficando de pau duro com qualquer coisa, passar três meses com uma garota linda e gostosa só nos amassos e na masturbação (ela não curtia oral, nem fazer, muito menos receber). Era o que eu tinha, haja autocontrole (e submissão).