capítulo sem título

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 A cada dia que eu passava perto daquele lugar, daquela casa, daquele caminho e sentia aquilo que nunca foi e que se arrepiava, duvidava de mim. É revivido por meus constantes devaneios. Minhas lembranças dos nossos momentos, daquela árvore de praça que nunca tocamos no assunto, até dos nossos nomes rabiscados naquela outra e que por receio nunca fui checar. E ainda assim a brisa leve, fresca que soprou em mim aquecendo meu coração que palpitava não o tocou. Por isso, cuspo estas palavras com sinceridade, expresso do fundo do meu ser com gratidão o que esteve por muito tempo engasgado em minha garganta.

 Um amor incognoscível, indiferente
que cresceu dentro de mim como uma erva daninha
espalhando-se livremente.
Ainda mesmo que eu tente arrancar fora, resiste.

 O sentir de uma pequena chama amigável
que inflama-se com os delírios da minha mente
e também aquece.
Queima profundamente, consome por inteiro.

 Encarcerada nas grades de dúvidas, do receio
resta por dentro a inquietação,
a mais pura insatisfação. 

 Um sentimento tão quimérico, tão longe
faz-se totalmente inexistente,
mas que encoleriza, dói e acorrenta.

Sob o azulOnde histórias criam vida. Descubra agora