Europa, ano de 1775
O espelho refletia a imagem perfeita da rainha, seus cabelos negros lisos, seus olhos verdes que brilhavam mostrando poder, seu queixo extremamente erguido para que nada além da coroa fique acima dela, sua pele de porcelana e seu perfeito corpo que carregava o vestido preto cheio de camadas com o corpete tão apertado que sua cintura ficava minúscula e seu seios fartos.
Uma batida na porta interrompeu o seu momento de admiração, como ela já sabia do que se tratava abriu a porta pesada com a penas um gesto de sua mão, mesmo de longe a porta se abriu mostrando a ela sua criada de confiança.
— Eles estão prontos — Proferiu a criada de cabeça baixa —
Um sorriso grande e que daria medo em qualquer um surgiu no rosto da rainha.
Ela caminhou até sua cômoda de madeira escura, em sua superfície o colar de prata com o pingente de esmeralda que brilhava igual ao verde de seus olhos. A rainha colocou o colar sentindo toda energia dele passar por ela, cada parte do seu corpo se arrepiou, estava acostumada com a sensação, porém era sempre maravilhoso senti-la, o poder enchendo o corpo dela e correndo pelas suas veias a deixando indestrutível, naquele momento ela sabia que nada poderia derrotá-la, todo poder que sempre almejou agora tinha e sempre conseguia mais.
Seu olhar se voltar para criada que a esperava na porta, passou por ela indo de encontro ao seu almejado poder. Caminhou com ansiedade pelos longos corredores do castelo, indo a área norte, a área restrita do castelo, onde só quem era permitido pela vossa majestade podia estar lá, isso é poucos soldados de sua confiança e somente uma criada.
Desceu as escadas em caracol de tijolos, eram iluminadas apenas por poucos candelabros dispostos na parede, quanto mais descia mais sentia o poder se aproximando, ansiosa agarrou as mãos ao seu vestido o levantando para correr sem tropeçar nele.
Ali embaixo o ar era denso, parecia que o oxigênio tinha sido sugado, mesmo com os candelabros acesos era escuro, cheirava a desespero e morte, entretanto para a rainha aquele era o cheiro de poder e não pode evitar sorrir.
Andou de pressa até está de frente com a cela escura que dois soldados protegiam com as espadas nas mãos e em posição de luta. Apenas com um gesto de seu dedo as chaves do bolso do guarda flutuaram até suas mãos delicadas, nem um dos dois ousou se mexer, não queriam sofrer as consequências.
Se moveu com os seus passos pesados para aqueles que estavam na cela escutassem ela chegando, virou a chave abrindo a porta de ferro, o medo era o sentimento predominante naquele lugar e seu sorriso só aumentava com isso.
No momento em que pôs os pés na cela os candelabros das paredes se acenderam, revelando o rosto de duas lindas jovens, idênticas como era de se esperar, até as expressões de medo eram iguais. Os pulsos das jovens eram amarrados por uma corrente, uma específica que não permitiriam elas fazerem nada contra a majestade, por mais poderosas que fosse.
Andou até as jovens que a olhavam com lagrimas nos olhos, abaixou-se para ficar cara a cara com elas.
— Qual das duas nasceu primeiro? — A voz da rainha saiu com uma falsa doçura —
Nenhuma palavra saiu dos lábios trêmulos das moças, a rainha soltou o ar com força, mostrando sua impaciência.
— Quando faço uma pergunta, espero que haja uma resposta, se não houver resposta, haverá consequências — Sua voz saiu rude —
— Sou eu — A voz da jovem a direita saiu firme, apesar do seu medo — Nasci dois minutos antes.
A rainha prendeu seus dedos com força no rosto da mais velha, estudou seu rosto com desprezo.
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O Poder (Livro 2)
FantasyTrilogia Eclipse Vermelho: Livro 2 Depois da tragédia que aconteceu, a família Fênix está abalada, as gêmeas estão tentando lidar com o acontecimento cada uma da sua maneira. Evelyn tem se mantido concentrada no Livro das Sombras, porém sua preocu...