🤍 Chapter Five 🤍

181 25 52
                                    

Ruggero Pasquarelli/ O chefe 🤓

A música que estou compondo estava quase pronta, e por incrível que pareça combina com a melodia que ouvi na gravadora dias atrás.

Aliás, ela não sai da minha cabeça.

Paris é realmente linda, mas nem tudo são flores e nem o que parece. Em todo mundo há o outro lado da história que poucos contam.

Estou distraído bebendo meu café quando sinto algo me mordendo. Olho pra minha perna ao sentir uma mordida e tem um rato gigante nela.

Meu Pai amado!

— Aaaaahhhhh! Jesus Cristo!

Grito saindo correndo até o sótão sacudindo a perna.

— Sai. Sai, amiguinho!

Exclamo, tentando o tirar da minha calça.

O bicho desgruda quando jogo o pedaço de pão que tinha na mão.

Eu não aprendi a gostar desses animais. Não mesmo.

Uma borboleta colorida passa por mim e segue caminho. Volto pra cima e termino meu café sem pão.

Entro no quarto e pego minha carteira e o terno branco. Preciso falar com Gaston e Michael.

Eles vão me ajudar com o plano. E eu vou tomar cuidado para não estragar tudo.

— Por você, Karol, juro que vou onde quer que seja. – Digo, admirando uma foto dela que guardo como tela de bloqueio.

O sorriso mais lindo e sincero que tive o prazer de ver.

Karol Sevilla/ Boa moça 😇

— Ele tem noiva! Eu sou tão idiota e iludida, não é?! – Choramingo assoando o nariz com o lenço.

Meu peito sube e desce.

Suspiro pesarosa.

— Não, você não é.

Nina diz, não muda o que estou sentindo.

É como um vazio que parece que jamais vou conseguir preencher.

Meus olhos lacrimejam.

— Claro que sou! Olha para mim? – Aponto para meu corpo e rosto. – E olha para o cara, sou uma completa emocionada que passa horas lendo Fanfic e histórias de romances clichês achando que terei algo parecido. Que besta! – Ponho as mãos no rosto e grito. – Por que sou assim? Por que ninguém quer ficar comigo, ou perto de mim? Sou tão abominável?

Choro me engasgando com minhas palavras e tento inutilmente secar as malditas lágrimas.

Nina apenas olhava para mim, sem expressão alguma.

Ela vai me dar um sermão, quer ver.

— Já acabou? Karol Sevilla, entenda de uma vez você é uma pessoa maravilhosa e que erra e acerta. Afinal, para evoluir realmente é preciso aprender, e em certos momentos e de forma dura. Mas seguimos em frente, nunca desistimos. – Ela pega uma escova de cabelo e aponta na minha direção.

— Você não é nem louca de jogar em mim, Nina. Eu arranco seu cabelo de aplique falsificado! – Minha amiga faz uma careta debochada.

— Ainda não terminei de falar, espera sentadinha ai! E eu não sou louca, você que é. – Resmunguei e ela riu. – Amiga, é sério! Olha para você, tu é uma mulher gostosa pra caramba e vai viver a sua vida, curtir e se divertir. Não precisa ser em baladas e nem fazendo farra nos bares ou em qualquer lugar que seja o tempo todo. Para viver basta acreditar no seu próprio potencial e seguir em frente. O mundo é tão grande e há tanto pra se descobrir além do que só o que achamos que precisamos.

— Eu... Desculpa... Eu só...

Soluço e espirro.

— Calma, vai passar. – Ela suspira e me abraça. Era tudo que eu queria, um abraço. – Já pensou em fazer ações sociais? ajudar o próximo é bom, sabia? E outra se ele realmente valesse a pena estaria lutando e fazendo algo por você. Ah, e a beleza nem sempre é o que importa.

Ruggero já fez. Apenas não sabe.

Abraço ela sem dizer nada e tento ficar calma.

Naquela noite na ponte, eu não estava lá por acaso. Queria acabar com minha dor, o sentimento de abandono, com tudo de uma vez por todas.

E ia mesmo, mas ele me salvou.

Se não tive visto o mesmo teria feito uma besteira. Ao menos estaria livre. Era o que eu pensava, não sei se de fato estaria.

Me sentia tão sozinha e inútil. Sem esperanças, sem vontades de fazer nada. Sem amigos, família. Eu não tinha nada. Além da minha vida que é algo importante, não via assim antes.

Agora vejo, mesmo que nem todos os dias sejam de luz continuei tentando ser melhor pra mim e ainda tento ser.

Faço por mim.

Hoje o que aconteceu foi como um gatilho emocional, senti que perdi algo muito bom e precioso demais pra esquecer.

É necessário trabalhar isso.

— Além do mais Ruggero nem é tudo isso! Você está apaixonada por ele, né?! – Faço biquinho e me afasto.

— Sim... Pena que não é recíproco e não posso mandar no coração de ninguém. Nem no meu. – Vou para meu quarto e começo a tirar a roupa.

Preciso de um banho e depois comer alguma coisa.

Tudo vai melhorar em algum momento, só tenho que ser paciente e lutar pelo que quero e de verdade posso.

Por minha felicidade. Por mim mesma.

— Seu primo não chega nunca, parece até que moramos numa ilha deserta. Vou preparar uma coisa gostosa pra gente comer. Depois vamos sair!  – Grita da porta do quarto.

Olho o celular e vejo que a carga de bateria acabou.

— Tá. Ele deve ter se perdido junto com a namorada. Vou tentar ligar depois, meu celular descarregou.

Eles devem ter tido um imprevisto sério. Espero que não seja nada ruim.

Respiro e inspiro, lentamente.

Tudo vai ser como tiver que ser.

Qual a opinião de vocês sobre os personagens?

Um grande abraço 🤍

Nos Braços de Um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora