CAP 11┃conheça o inferno 1/2

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Nayeon = Sooyoung ,, explicação nas notas finais. Boa leitura!!

🔮

— Pra onde você tá me levando? — Felix perguntou com a voz carregada em desconfiança, o que ficava ainda mais evidente pelas reações que seu corpo tinha ao traçar o caminho questionável que Hyunjin o arrastava.

— Nenhum lugar em específico... A ideia é conhecer os arredores, certo? É um cidadão de Soulem, Felix! — sorriu — Precisa conhecer sua casa.

Sua casa. Era engraçado pensar sobre como realmente se sentia em casa desde que retomou suas faculdades mentais. Estava no inferno, afinal de contas, jamais imaginou que o lugar sempre pintado como tão hostil e maldoso lhe traria uma sensação de pertencimento tão grande; parecia até que já conhecia o céu clarinho e a forma como não existia nem uma estrelinha sequer por lá, até mesmo a lua que trabalhava incansavelmente por nunca deixar de decorar aquele azul inebriante.

— O que Nayeon acha desse passeio? — segurou as próprias mãos em frente ao tronco, meio tímido por quase ter se batido com a parada abrupta que o outro deu — Eu não deveria estar guardado a sete chaves ou algo do tipo?

Hyunjin o olhou com uma expressão indecifrável, depois virou-se para o caminho correto mais uma vez, falando meio baixo.

— Você está agindo estranho. Não se lembra que a própria Nayeon pediu para que eu te levasse para dar uma volta pelo inferno antes de tudo?

— Ah... Estou meio desligado hoje, só isso. — mentiu — Deve ser algum efeito colateral da poção.

O que Felix sentia naquele momento estava mais que longe de uma simples desconcentração, para falar a verdade; o que estava acontecendo de fato dentro da cabecinha do Waterhouse era uma confusão, porque sempre que se lembrava do motivo de ter parado ali e especialmente a forma como saiu do efeito da poção, a incômoda vergonha sem fim de olhar nos olhos do Protego, também respirar perto dele, e, claro, existir, tomavam conta do seu ser por inteiro.

Por isso, então, a cada vez que se aproximava do corpo alheio, a vontade que tinha, era a de se jogar na espécie de lago de lava que ouviu falarem existir por lá; pensar em visitá-lo nunca pareceu mais interessante para si. Infelizmente, os planos de Hyunjin não envolviam matar seu humano queimado, muito menos qualquer programação que pudesse colocá-lo em perigo.

Maldito demônio precavido!

Horas atrás, quando pôde respirar normalmente mais uma vez, Felix foi recebido com um corpo fragilizado por completo, que mal o permitia se manter em pé por mais de alguns minutos. A experiência de tomar uma Ammorium lhe garantiu a noção da amplitude da magia, os lugares da mente que ela poderia tocar e, de quebra, como é terrível passar por alguma espécie de magia ruim, das usadas contra inimigos. Porém, apesar de todo mal estar, esse erro de principiante o levou até Nayeon, e agora teria mais alguém para guiá-lo no processo de dominar todo o poder que habitava dentro de si.

A ida ao inferno mal havia se iniciado e Felix já encontrava-se sendo bombardeado com milhares de informações tanto importantes quanto esclarecedoras. Como, por exemplo, o fato de bruxos, ou magos, serem seres extremamente raros naquele mundo. Há milênios um bruxo não era nascido!

Não só isso, mas também eram criaturas guardiãs de uma força descomunal, temidos pelo plano sobrenatural como um todo, pelo poder que conseguiam armazenar dentro de si mesmos. O espectro dos bruxos era muito mais abrangente que o das bruxas, mais denso, difícil de ser quebrado, assim como os feitiços arquitetados por eles se tornavam problemáticos em demasia caso fosse de interesse quebrá-los. A magia dos bruxos era poderosa, e as histórias de bruxas que foram capazes de reverterem-na são quase impossíveis de se achar.

Entre Poções e Caos 𖥻 hyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora