Apoio todo o meu corpo sobre a mediana escrivaninha. Nessa mantém-se da mesma forma da qual chegou. Um corpo rígido, o choro dominante e pernas trêmulas. Eu continuo a encarando, olhando todo o seu eu por trás do meu ombro.Eu quero dizer a ela para acabar com o choro, mas eu entendo que a situação não é tão simples. E, de repente, eu quase choro.
Então sem pensar duas vezes, começo um assunto após quase dez minutos em silêncio:
— Você fez o teste de farmácia? — Nessa tira suas mãos do rosto, passa as costas da mesma sobre os arredores dos seus olhos e nega com a cabeça.— Eu passei mal nas últimas semanas. Não imaginei que pudesse ser isso, mas eu fui ao médico. — agora meu coração acelera ainda mais. Aquilo não tem nem a possibilidade de ser apenas um erro.
— Ele disse que estou grávida de três semanas, Jaden... Você foi o único garoto com quem eu estive. — ela não mente. Eu me lembro da noite em que estivemos juntos e do quanto ela pareceu traumatizada quando tudo acabou. Eu apenas vesti minhas roupas e saí do quarto. Não perguntei se havia algo de errado, não pensei que pudesse acontecer algo do gênero.
— Eu não quero que você fique comigo, eu não vim te pedir isso, mas... Eu não sei o que fazer. Eu estou com medo.
— Isso não pode estar acontecendo... — sussurro para mim, mas ela escuta perfeitamente. — Eu preciso pensar um pouco, Nessa. — aviso.
Enquanto pisco firmemente e aperto meus punhos, sentindo minhas veias se intensificarem, meu corpo agora parece fraco, talvez tenha sido a notícia com tamanho impacto.— Você promete que não vai me deixar sozinha nessa? — sua voz parece tão aflita. Eu, por mais que não queira isso, não poderia deixá-la. — Por favor, Jaden. — suplica.
— Eu não vou deixá-la sozinha nessa. — respondo.
— Eu só preciso pensar um pouco. Meus pais vão acabar comigo, também. — sussurro. Dessa vez penso em como poderei contar isso a eles.
— Eu só preciso de um tempo.
— Tudo bem. Por favor, me ligue. — ela balança a cabeça e vira seu corpo. Logo eu ouço a porta ser aberta, mas fechada segundos depois.
— DROGA! — grito tão alto que minhas cordas vocais falham antes mesmo que eu pudesse me arrepender de tal ato.
Com força, chuto a cadeira giratória, ela se espatifa ao chão e causa um barulho horrendo. O que eu pensei que não pudesse piorar aconteceu no segundo em que Mads abriu a porta e perguntou o que havia acontecido. Ela disse que Nessa saiu chorando e que não disse uma palavra sequer. Eu respondo a ela que preciso ficar sozinho. Isso gera uma pequena discussão, mas que no momento, não é nem de longe a pior coisa. Seu corpo inteiro sai pela porta e deixa o meu eu parado em frente à parede ao lado da janela. Apoiei meu corpo inteiro com minhas duas palmas abertas.
No final da tarde, minha mãe aparece e pergunta se estava tudo bem. Ela perguntou também o que aconteceu em meu quarto, e me questiono como eu fui capaz de deixar certa coisa acontecer.
Quando anoitece, rigidamente eu desço as escadas e encaro meus pais sentados um ao lado do outro no sofá vermelho da sala. Eles parecem felizes, pois riem a cada três segundos.
Ao mover meu corpo até o perímetro desejado, eu vejo seus olhos seguirem até mim e a atenção de ambos é exclusiva.— Precisamos conversar. — digo rápido, encarando o olhar calmo que mamãe me manda. Eu sei que isso é questão de segundos, logo eu veria a aflição em cada uma de suas íris.
— Aconteceu algo? — ela pergunta e reveza seu olhar entre mim e John. Delicadamente, balanço a cabeça e olho para o homem sentado. Ele expressa uma face desconfiada.
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𝙊𝙣𝙡𝙮 𝙝𝙤𝙥𝙚.
FanfictionNoventa milhas fora de Chicago. Não posso parar de dirigir, eu não sei por quê. Tantas perguntas que precisam de respostas. Mesmo após tanto tempo você ainda está em minha mente. • Quem prende as estrelas no céu? • O amor verdadeiro é só um na vida...