𝗖𝗮𝗽. 𝗧𝗿𝗲𝘀 💌

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Seus olhos, agora, estão arregalados. O vento forte cobre meu rosto e eu sinto a chuva começar a se manifestar em pequenas e fracas gotas arredondadas. Meu rosto é afetado e eu vejo Selena se levantar e me esperar fazer o mesmo, de repente, ela corre até uma simples lojinha e cobre seus cabelos ondulados com uma boa parte do capuz que há em seu casaco preto.
Talvez ela esteja se perguntando por que do meu pedido, porém ainda sim, não é capaz de respondê-lo.

— Você está me pedindo em casamento? — apenas balanço a cabeça, não sei mais o que dizer. — Jaden, você não precisa fazer isso.

— Isso é mais sobre você do que sobre mim. — falo alto, encostando meu corpo na parede garranchada. — Mas se você não quiser, tudo bem, eu entendo. — dessa vez ela me olha e enruga seus lábios intencionalmente, quero que os mesmo fossem assegurados dentro de sua boca. Isso é impossível, ela tem uma boca realmente linda. Notei isso não agora, há umas semanas.

— Não... — ela pragueja baixinho. — Eu quero, quero muito. — Nessa sorri, mas não mostra as linhas curvadas de seus dentes.

— Então... Eu vou indo. Você quer uma carona? — ela olha para a rua e a vê molhada, culpa da chuva que ainda está acontecendo.

— Eu acho que não quero ficar aqui sozinha.
Então, nós dois corremos sob as inúmeras gotículas de água que cai demasiadamente do céu nublado. Assim que abro a porta do motorista e me enfio para dentro do carro, Selena faz o mesmo, colocando seu corpo bem ao lado do meu. Seus cabelos estão ainda secos, mas o meus... Posso sentir algumas mechas pregarem em minha testa, também, molhada.
Ligo o carro e nos tiro dali, vendo o vidro ficar cada vez mais embaçado.

— Bom, você tem alguma mania esquisita? — questiono, a fim de quebrar o gelo entre nós dois. Seus olhos me encaram e ela nega com a cabeça. — É que eu espero não dormir debaixo do mesmo teto que uma maníaca. — a garota ri, parece realmente ter achado engraçado.

— Eu acho que não sou esquisita. — diz ela. — Mas eu me faço uma pergunta todos os dias de manhã. São perguntas que, provavelmente, nunca terão respostas.

— Como, por exemplo? — estou encarando a estranha, mas presto atenção em sua fala.

— Onde fica o final do arco-íris? — eu rio esnobe e a olho pelo final dos meus olhos. Nessa está ainda me observando.

— Pergunte a Deus. — sou sarcástico.

— Se fosse perguntar a Ele cada uma dessas coisas, eu ainda sim continuaria sem as respostas. — seu timbre não é agressivo, ela apenas disse de uma forma meiga e compreensível, deixando evidente que não, Ele não a ouviria. — Deus está ocupado demais cuidando de coisas realmente importantes. Eu acho que Ele não me escuta mais.

— Posso te fazer uma pergunta? — ela apenas concorda com a cabeça e olha para a janela ao seu lado. — Você é daquele tipo suicida que gosta de cortar os pulsos?

— O quê? — no mesmo instante, Nessa me olha.

— Não, eu não machuco a mim mesma.

— Ah sim, que bom. Seria péssimo saber que uma garota bonita como você, faz esse tipo de coisa. — o rubor em suas bochechas aparece e ela morde seus lábios, um pouco envergonhada. Eu apenas sorrio e volto a prestar atenção na estrada por trás de nossos corpos. — Então, mais alguma pergunta?

— O que veio primeiro: o ovo ou a galinha?

— Com certeza o ovo. — eu respondo óbvio.

— Ok, como se escreve o "zero" em algarismo romano?

— Uau, eu não faço a mínima ideia. — gargalho, jogando minha cabeça para trás, encostando-a no estofado do banco.

— Por que zero elevado a zero é igual a um?

𝙊𝙣𝙡𝙮 𝙝𝙤𝙥𝙚. Onde histórias criam vida. Descubra agora