Draco Malfoy havia se partido. E ela soube disso.
Ela também tinha sido partida.
E quando viu o buraco escuro abaixo dos olhos azuis-acizentados, se perguntou se algum dia poderiam comparar suas cicatrizes.
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01 de Setembro, 1998 Patético Diário,
Eu não vou deixar que essa porra seja estúpida e cliche em um começo como "Querido Diário", você não é querido para mim. Eu não te quis. Nunca quis toda essa porra.
Essa é a coisa mais estúpida e fracassada que já fui forçado a fazer, sem sombras de dúvidas. Vocês filhos da puta realmente acham que me fazer escrever em uma porcaria de diário poderia me formar um bruxo de menor ameaça á "Nova Sociedade Bruxa". Que se foda. Todos vocês.
Essa porra é patética. E vocês são ingênuos pra caralho se acham que vão conseguir me fazer falar alguma coisa considerável nesse papel ridículo.
E... Sem comentários pra esse caderno miserável que me enviaram. As folhas amareladas, sem linhas, capa feita de couro, "Para manter a originalidade e intimidade de um diário comum". Maldito inferno. Caralho de absurdos.
Vão se fuder, Draco Malfoy.
Ela tinha se sentado em silêncio no acento ao lado da janela. Encarando quase hipnotizada uma pequena mancha no vidro espesso do trem, Expresso de Hogwarts. O cenário da fumaça, pais se despedindo de seus filhos e malas arrastando no chão de pedras se desfocava, e ela apenas se concentrava nos inúmeros detalhes da pequena sujeira da janela. Com seus olhos observadores, a mancha parecia ser muito maior e mais complexa agora.
Parecia causar um grande estrago vista de perto.
O tocar em seu ombro fez a coluna se atirar reta no banco e a cabeça quase bate conta a parte de trás da cabine.
— Ei, Astoria, - murmurou a irmã em uma voz suave - não precisa de toda essa reação. - ela deu um aperto no ombro e se sentou ao lado.
Astoria lembrou que antes de entrarem na Estação King's Cross, a mãe delas fez Daphne prometer que cuidaria da irmã mais nova em qualquer aspecto de ajuda que precisasse. Não sairia do lado da irmã durante esse ano letivo. E ali estava Daphne, ao seu lado. E assim ficaria.
— Quando meus amigos chegarem quero apresenta-los pra você, ouviu? - avisou a irmã - E se comporte na frente deles.
— Eu já conheço seus amigos.
— Mas eles não se lembram de você, eu tenho certeza. - Daphne a responde alinhando o tecido de seu vestido rosa.
Astoria não queria estar ali. Tendo que se relacionar com aqueles amigos fúteis de Daphne. Participar das conversas inconvenientes. Sorrir quando fosse adequado. Para mostrar como ela estava bem, como a família Greengrass estava bem.
