"Aquilo só podia ser um sonho daqueles bem malucos e eu queria acordar."

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Acordei com a cabeça doendo muito, bem, ela já estava doendo antes, mas incrivelmente ela estava pior, minha professora maluquinha de história tinha razão: "nada é tão ruim que não possa piorar".

Olhei em volta e não reconheci o lugar. Parecia uma cela, mas não aquelas de prisões comuns, essa tinha uma porta que parecia ser de ferro com um pequeno circulo transparente, uma pequena mesa com comida em um canto e eu estava deitada em uma cama de solteiro confortável e do outro lado do cômodo também havia uma cama. Alguém estava deitado lá. Maria!

-Maria, acorda. - Falei me levantando e indo em direção aonde a cama se encontrava, mas ela não moveu sequer um dedo. - Maria, acorda, você não pode morrer.

Eu a sacudia, gritava eu seu ouvido, mas nada funcionava. Levantei-me correndo e peguei uma jarra de água que estava em cima da mesa com comida. Voltei e despejei uma pequena quantidade no rosto dela, mas nada aconteceu.

-Se é assim que você quer. - Falei em voz alta despejando todo o recipiente em cima dela e graças aos céus ela acordou.

-Eu não sei nadar, alguém me salva. - Ela gritava sacudindo os braços loucamente.

Soltei a jarra de ferro no chão e agarrei os ombros da Maria sacudido-a para que ela percebesse que não estava se afogando.

-Mar, calma, foi só um pouco de água que joguei para você acordar. - ela parou e olhou ao redor, seus olhos ficaram alertas e ela pulou da cama.

-Eu não acredito, eu não acredito, sua mãe vai me matar. Como a rainha achou que eu seria apropriada para tomar conta dela. - Ela falou apontando para mim. - Idiota, eu sou uma completa idiota. - ela falava indo de um canto a outro da cela e falando mais coisas que para mim não faziam o menor sentido.

-Mar, você está louca? O que te deram?- será que foi algum tipo de droga que faz a pessoa enlouquecer?

-Mantenha a calma okay, eu vou tirar a gente daqui... Espero. - Quando ela estava se aproximando da porta da cela a mesma abriu e quatro homens de preto e rostos cobertos, homens semelhantes aos que nos pegaram no meu quarto, entraram.

-Venham conosco. - dois homens me pegaram e dois pegaram a Maria.

-Não tenha medo e não fale nada, nós vamos ficar bem... Espero. - eu estava cada vem mais confusa enquanto Maria parecia entender o que estava acontecendo e então me dei conta que talvez eu não a conhecesse tão bem assim.

Os homens de preto nos levaram através de vários corredores e por algumas janelas no caminho eu podia ver o lado de fora do lugar, o problema é que o lado de fora era cheio de pontos brilhosos, como um céu cheio de estrelas e algumas partes eram uma completa escuridão, eu estava cada minuto mais perdida, que lugar era aquele? E eu acreditava, em certos momentos, ter a sensação de estar voando.

Quando eu pensava que as coisas não poderiam ficar mais estranhas os corredores começaram a ficar abertos e em volta eu só via pontos luminosos e escuridão, acredite ou não, mas parecia o espaço, como uma galáxia.

-O que é isso? - Perguntei mais para mim mesma.

Você já assistiu "Thor"? Se sim, pense em Asgard, ou talvez o filme "O destino de Júpiter", pronto, pense naqueles lugares no espaço, onde só deveria haver planetas inabitáveis, vácuo e galáxias anos e anos e anos luz de distância da Terra, mas incrivelmente não existe só isso, é como se cada planeta tivesse um reino, cada galáxia também.

Pronto, o lugar onde estou é assim. Eu amo astrologia, sempre observei as estrelas do telescópio que ganhei no meu aniversário de 12 anos, mas nunca, em hipótese alguma imaginei que as galáxias que eu pesquisava no meu computador poderiam ser habitadas por pessoas. E porque eu estava ali, o que eu tinha haver com aquilo tudo? E como a N.A.S.A não descobria essas coisas?

-Abram os portões, a princesa está aqui. - Princesa? Onde? Não via ninguém usando uma coroa e um vestido longo perto de mim.

Os enormes portões dourados foram abertos e pude observar todo o lugar.

O local era enorme, com janelas que iam do chão até o teto do salão, no fim havia uma cadeira enorme com uma estrela bem na ponta, uma estrela que parecia ter sido pega realmente do céu, pois ela brilhava sem parar.

Levei um empurrão de leve, pois estava parada como uma estatua no enorme portão.

-Ora, ora. - O rei, penso logo, pois ele está usando uma capa vermelha e uma coroa que é como um arco, enfiado em sua cabeça e o arco, assim como a ponta da cadeira, tem uma estrela que não para de brilhar, mas não é um brilho cômodo, é um brilho que faz você ficar triste por não o possuir.

-Aqui está ela senhor, sã e salva.

-Sã nem tanto. - digo mais para mim mesma, mas o rei parece escutar.

-Oh querida, sei que tudo isso deve estar sendo estranho para você, mas não se preocupe, eu explicarei tudo. - Enquanto falava isso ele foi se aproximando e passou a mão pelo meu rosto.

-Tão bonita quanto a sua mãe.

-Você conhece a minha mãe? - falei curiosa, não lembra de o ver nos almoços de domingo ou nos jantares de ação de graças. Os amigos da mamãe sempre estavam nesses momentos.

-Quem não conhece a Rainha Sarah, afinal, ela é a rainha da nossa maior galáxia.

-Calma, calma, minha mãe se chama Ester e não Sarah, acho que você está me confundindo com alguém. - Alguém podia parar de falar bobagens, alguém podia me beliscar? Aquilo só podia ser um sonho daqueles bem malucos e eu queria acordar.
*


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