Era noite quando liguei para o Miguel, sei que deveria não ligar, mas o que posso fazer se eu o amo? Na boa, não sei nem se é amor, segundo o Ben – meu melhor amigo – o que eu sinto pelo Miguel não é amor, é só uma paixão. Ele acha que sabe o que sinto, só quer ser o psicólogo, sabe tudo de relacionamento, mas nunca namorou ninguém, ás vezes até penso que ele é gay, mas segundo ele me fala, ele só está à espera da garota certa e enquanto ela não chega ele fica com as erradas, totalmente desapegado a qualquer tipo de menina, ela pode ser linda como for ele só fica uma vez com ela. Enfim, eu liguei para o Miguel, mas quem atendeu foi à mãe dele, ela me falou que ele tinha saído com a Camila e tinha deixado o celular carregando, pelo visto foi falar de mim para ela, sabe que ela me odeia mesmo, ou talvez não, ele tenha me esquecido já, foi ele quem acabou comigo mesmo. Só dói saber que ele acabou porque não sentia nada por mim. Sabe aquela dor que você sente que não tem nenhum remédio? Aquela dor que você não sente fisicamente, mas sentimentalmente ela te destrói toda? Aquela que com o tempo diminui, mas com as lembranças pioram? Aquela que se cura com o recomeço? Aquela que só brota de um sentimento? Aquele sentimento... Aquela paixão. Bom, era isso que eu sentia naquele momento. Liguei para o Ben, queria que ele viesse na minha casa, eu não tava bem, precisava de um ombro amigo, mas o Ben estava em uma festa e só me retornou às 4h da manhã.
-Alô. – falei ainda meio sonolenta.
-O que houve? – falou o Ben.
- Quando eu acordar eu te ligo.
-Mas você está acordada!
- Só porque eu estou falando com você, não significa que estou acordada.
- Ta bom, sonâmbula.
-Passa aqui em casa mais tarde. Beijo.
- Tá.
Quando eu acordei, às onze horas, liguei para o Ben, vim na minha casa e o retardado ainda estava dormindo. Como não tinha nada pra fazer já que minha casa estava toda arrumadinha, eu fiquei olhando para o vaso que tinha na janela da cozinha, nunca entendi qual era a ideia daquele vaso ali, mas todos os dias a dona Lúcia, a empregada, colocava ali.
- Vó, a senhora faz um bolo de chocolate pra de tarde? O Ben vem pra cá. – sim, eu a chamava de vó, ela trabalha na minha casa desde que eu era criança e a minha mãe me acostumou a chama-la de vó.
- Faço sim, mas e o Miguel? Ele não tem ciúmes do Ben?
- Nós acabamos ontem.
-Ainda bem! Quer dizer, poxa minha filha eu sei o quanto você gostava dele. – ela não curtia o Miguel – Mas você vai superar e vai aparecer outro menino na sua vida que vai te amar muito e te fazer a pessoa mais feliz desse mundo.
- Vó, não preciso de lição de moral. Não quero escutar essas coisas, porque eu já vou ouvir isso do Ben. Só faz o que eu te pedi.
- Está bem Emma.
Benjamin
- Oi dona Lú, a Emma está? – falei quando ela abriu a porta e me pediu para entrar.
- Está sim meu amor, entre. – falou me dando um beijo na bochecha. – Ela está no quarto, não sai de lá desde a hora do almoço.
- O que houve? – perguntei
- Acabou o namoro, eu sei que isso te deixa feliz, mas da um jeito de não demonstrar isso agora, ela está tão deprimida. – falou a dona Lú.
- Ela te falou o motivo? Eu nunca vou deixar ela perceber que eu gostei desse termino, ele nem combinava com ela. – falei com um sorriso no rosto, a dona Lú sabia que eu era extremamente apaixonado pela Emma, mas só ela sabia.
- Não me falou nada, só disse que acabaram. Meu filho já está na hora de você falar tudo pra ela.
- Não dona Lú, a Emma ainda não sente nada por mim, ela me ver como um irmão, vou esperar o tempo certo, mas enfim vou lá.
- Então tá certo.
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Simplesmente amor
RomanceHistória de melhores amigos, um que vive sentimentalmente e o outro que é extremamente racionalista. Porém quem sabe eles não podem aprender mais um com o outro? Blog: http://sentiescrevicats.blogspot.com.br/