Ben
Enquanto ia caminhando em direção ao quarto da Emma, imaginei mil palavras diferentes, nas quais pudessem a ajudar nessa hora, mas tudo que pensei era extramente clichê e sem nexo.
-Emma? – chamei batendo na porta do seu quarto.
- Pode entrar. – respondeu.
Naquela hora, bateu o nervosismo, eu não poderia falar para ela tudo o que eu estava pensando, imagina como seria difícil para ela ouvi do seu melhor amigo “Emma, ele foi homem de ter acabado com você, ele nem te amava e todos já tinham percebido isso.”, mas como eu penso muito antes de falar algo e sempre sai merda, deixei as palavras saírem sozinhas da minha boca.
- A dona Lú me contou que vocês acabaram e eu acredito que foi ele quem acabou com você.
- Nossa como você conhece as pessoas. – falou a Emma com uma voz grossa e chorosa.
- Um bom psicólogo observa antes de falar. – falei me aproximando dela, que estava sentada no chão olhando pela janela, nunca entendi o motivo dela ficar olhando pela janela, que era extremante baixa, a vista que ela tinha nem era bonita. A janela era de frente para uma parede onde tinha uma bicicleta antiga - que nunca foi usada - e vários entulhos que ela juntava, mas que não serviam para nada.
- Você ainda não é um psicólogo formado, é só um enxerido que dá ótimos conselhos. – falou me olhando com os olhos cheios de lagrimas e um sorriso verdadeiro aleatório e ver aquele sorrido em meio à dor me fez muito bem.
- Pode me contar o que houve logo, ou vai ficar me enrolando com piadinhas? – perguntei sentando ao seu lado.
Emma
-Há algum tempo ele vinha mudando de atitudes comigo, não ligava sempre, não marcava pra sair, ficava me evitando, até que ele passou a vim com umas conversas estranhas de que não sabia o que sentia, na real, eu sempre soube que ele não me amava, mas tentava mentir pra mim mesma, já que eu o amo tanto, ou não, nem sei se é amor, dizem que o amor de faz feliz, mas o meu amor só me traz dor. – falei encostando minha cabeça no ombro do Ben que colocou o braço por cima do meu ombro e encostando-se à parede, já não estávamos mais olhando para os meus entulhos e sim olhando para a minha cama que estava completamente bagunçada.
- Na boa, tu achas que isso é amor mesmo? Pensei em mil palavras pra te falar pequena, mas não acho que o que tu precisa agora é de palavras boazinhas, tu precisa que te falem a verdade pra que tu cresças em cima disso. Emma, eu te conheço à dez anos sei de todos os teus sentimentos, sei mais sobre você do que a sua própria mãe, já te vi assim antes várias e várias vezes, você não consegue esconder nenhum sentimento meu e tá na cara que você não ama aquele moleque, sim é isso que ele é, um moleque. Pequena acorda isso é só uma paixão, vai passar.
- Eu não preciso que você me fale se é amor ou paixão Benjamin, eu não quero saber disso. Eu preciso de um amigo que me diga palavras que me façam se sentir bem, que entenda a minha dor e não uma pessoa que me jogue na cara tudo o que eu já sei, eu sei que é só uma paixão, mas está doendo, você nunca vai entender isso, nunca vai entender o que eu estou passando, a dor que estou sentindo porque você é muito racionalista e eu sou muito sentimental, você olha tudo com a razão e eu me entrego no sentimento.
- Emma, me desculpe, é que eu já te disse que se jogar de mais só te faz quebrar a cara. – falou o Ben me olhando no fundo os olhos. – Pequena, o Miguel é um idiota, ele só quis namorar contigo porque ele é do tipo de cara que não consegue ficar sem mina, mostra pra ele que tu és pior que ele, ficar ai chorando não vai melhorar teu sentimental, vai te deixar pior, levanta se arruma e sai, finge que tá cagando para ele, mesmo você estando totalmente quebrada. Emma, junta esses cacos do teu coração e reconstrói o muro dele, pra que não exista próxima vez, mas deixa uma brechinha no muro, pra que o próximo guri que entrar te ensinar o que é amar de verdade. – falou o Bem, levantando e me puxando junto, eu juro que eu queria fazer tudo àquilo que ele disse, mas eu não conseguia, eu não tinha mais vontade de fazer nada além de chorar e chorar.
- Bem, eu não consigo fazer isso, essa menina não sou eu. Eu quero chorar muito, assistir filmes tristes, chorar mais, comer muito chocolate.
- E ficar uma bola? Cheia de espinhas? Ficar com a saúde lá em baixo? Cresce guria! Arruma-se ai que nós vamos sair.
- Eu não vou a lugar nenhum. – falei enxugando minhas lágrimas.
- Ahhhh, você vai sim, vou te esperar lá na cozinha. Não demore! – falou o Ben saindo pela porta.
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Simplesmente amor
RomanceHistória de melhores amigos, um que vive sentimentalmente e o outro que é extremamente racionalista. Porém quem sabe eles não podem aprender mais um com o outro? Blog: http://sentiescrevicats.blogspot.com.br/