– Eu não sei o que eu vou fazer agora que o Kuan se foi – disse minha mãe ao telefone com uma amiga.
Eu não tinha muita noção do que acontecera com meu pai. Ele morrera, mas eu era bem pequeno e acreditava que um dia ele voltaria.
(– Sinto muito pela sua perda, Lihua – disse a amiga do outro lado da linha.)
– O dinheiro logo vai acabar e eu não sei como vou ganhar mais – disse minha mãe, com a voz trêmula – Não vão me contratar por ser uma ômega.
(– Você sabe o que temos que fazer para sobreviver – disse a amiga.)
– Eu não posso fazer isso – disse minha mãe – não quero ser esse exemplo para meu filho.
(– É sua única saída – disse a amiga.)
Logo minha mãe desligou o telefone. Ela veio até a cama, onde eu estava deitado a olhando, e disse:
– Filho, você vai precisar ficar um tempo com a vovó e com o vovô – ela acariciou meu rosto. Seus olhos estavam marejados – Agora que seu papai não está mais conosco, a mamãe vai precisar trabalhar.
Eu fiquei ali, só olhando. Eu não sabia direito como ela iria trabalhar. Se eu soubesse diria para ela não fazer aquilo.
No dia seguinte, minha mãe me deixou na casa de meus avós. Eles sempre foram muito legais e eu amei morar com eles por um tempo. Minha mãe ia me ver todos os finais de semana. Até que, um dia ela voltou com uma notícia "ótima".
(– Mãe, arrume as coisas do Chenle, pois estou indo buscá-lo – disse minha mãe ao telefone – Quando eu chegar aí eu explico tudo.)
Minha mãe chegou algumas horas depois. A notícia era que ela havia sido comprada por um alfa muito rico da Coreia do Sul.
Nos mudamos na semana seguinte. Donghae, o tal alfa, comprou nossas passagens para morarmos com ele.
Assim que chegamos, ele já nos esperava no aeroporto com seu motorista. Entramos no carro e o mesmo começou a puxar assunto.
– Eu achei sua história incrível, Lihua – disse ele, sorrindo, animado.
Estávamos todos no banco de trás, minha mãe entre mim e ele.
– Eu fiquei muito feliz em saber que alguém tinha me comprado – disse minha mãe pegando na mão dele – quero que meu filho tenha um futuro esplêndido.
– Ele vai ter – disse Donghae, sorrindo.
Assim que chegamos na casa dele, fizermos uma tour por todos os cômodos para conhecermos o lugar. Era bem grande e fácil de se perder.
Tinha uma porta, que dava para o porão, que Donghae não queria que eu entrasse. Ele dizia ser um lugar só para ele e minha mãe. Quem dera se eu nunca tivesse entrado lá.
Ele era ótimo para mim e para minha mãe. Pelo menos até onde eu sabia. Os anos se passaram e quando fiz seis anos, mamãe ficou doente. Ela teve um câncer no útero, mas descobriu quando já era tarde. Eu só descobri como aquilo aconteceu com ela alguns anos depois de sua morte. Ele fazia minha mãe transar com outros alfas para ganhar dinheiro.
Era assim que ele era tão rico. Todos os seus ômegas trabalhavam como escravos sexuais para deixá-lo rico. Às vezes tinham mais de vinte alfas em um dia. Eu nunca entendi o motivo de tantos "amigos" dele irem lá em casa. Agora eu entendo.
Minha mãe morreu no meu aniversário de sete anos. Eu a vi morrer. Ela segurou minha mão e pediu desculpas por não fazer muito. Eu entendo ela. O que aconteceu depois disso foi a pior coisa da minha vida.

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Todas As Cores Do Amor (Em Revisão)
ФанфикApós fugir da casa de seu padrasto, onde era abusado diariamente, Chenle passa a viver na rua por sete anos. Ele já havia perdido a esperança, mas tudo mudou quando conheceu Jisung e Jaemin. Com a ajuda dos dois, Chenle conhece Jimin, um dos omeg...