•11•

29 3 1
                                    

   Acordei no dia seguinte, sentindo uma dor de cabeça horrível. A luz, que entrava pela janela, batia direto no meu rosto o que não ajudava em nada. Olhei ao redor e percebi que era o único ali.

   – Eles nem me acordaram – reclamou eu, me sentando na cama.

   Me levantei e me arrumei o mais rápido que pude. Nem tomei banho, pois não queria fazer os outros atrasarem para a escola.

   Desci para a sala e vi todos no sofá. Me juntei a eles e Jimin começou a dar bronca.

   – O que vocês têm na cabeça, crianças? – perguntou ele, retoricamente – Vocês não são nem adultos formados para estarem em um lugar daquele.

   – Era só um karaokê – disse Jaemin, usando um óculos escuro e com o uniforme amarrotado.

   – Um karaokê onde vocês bebiam – rebateu Jimin – talvez você não lembre do caos que estava aquela sala quando entrei.

   – Eu já sou um adulto – disse Jaemin.

   – O que deixa tudo pior, pois estava dando bebidas para menores de idade – disse Jimin.

   Lucas estava sentado na poltrona, afastado da gente. Não tinha porque ele levar bronca também.

   – Jaemin – disse Yoongi, descendo as escadas – Poderia subir aqui no meu quarto. Temos que conversar sobre uma coisa.

   Todos estavam em silêncio. Provavelmente já sabiam sobre o que era o assunto. Talvez Jaemin não lembrasse, mas Jimin e Yoongi o viram aos beijos com Jeno.

•°•°•°•°•


   Jaemin subiu as escadas e foi até o quarto de Yoongi.

   – O que tem pra falar, tio? – perguntou Jaemin, encostado na porta – Se puder ser rápido, estamos atrasados pra escola.

   – Eu te deixo la depois. Explico a direção o motivo do atraso e vai ficar tudo bem – disse Yoongi, batendo na cama – Agora senta aqui que temos que conversar.

   Jaemin se sentou ao lado do tio na cama e ficou esperando Yoongi dar uma bronca sobre ele ser o irmão mais velho de Jisung e não dar exemplo. Algo que já estava acostumado a ouvir de seu pai.

   – Não sei se você sabe, ou se lembra, mas Jimin e eu pegamos vocês fazendo certas coisas – disse Yoongi, cauteloso, mas ainda assim fazendo o coração de Jaemin acelerar – Nós te vimos com o Jeno. Nós te vimos beijando o Jeno.

   Os olhos de Jaemin ficaram marejados. Ele estava se segurando muito para não chorar. Ele pensava, como pudera dar um mole tão grande?

   – O que o Jinhee acha disso? – perguntou Yoongi, notando o nervosismo do sobrinho – Ele sabe que você gosta de alfas?

   Jaemin ficou em silêncio pensando na melhor resposta, mas ele não tinha saída. Ele começou a chorar.

   – Não conta pra ele, tio – pediu Jaemin, se jogando de joelhos na frente de Yoongi – Eu não sei o que ele seria capaz se descobrisse – ele juntava as mãos, suplicando –  Eu não quero decepcioná-lo mais.

   Yoongi puxou Jaemin, o sentando na cama novamente. Ele conhecia o irmão que tinha, mas não fazia ideia que Jaemin teria tanto medo.

   – Você nunca mais se ajoelhe para ninguém – disse Yoongi, abraçando Jaemin para acalmá-lo – Não vou contar para seu pai. Fica tranquilo.

   Pelo estado que Jaemin estava, Yoongi tinha medo do que Jinhee seria capaz.

   – Você pode contar comigo – disse Yoongi.

   Jaemin assentiu, ainda abraçado com o tio.

•°•°•°•°•

   Jaemin chegou na escola no meio da aula. Ele estava um pouco vermelho, mas parecia bem. Ele viu Lucas sentado próximo de nós, e pela cara, estava estranhando aquilo.

   – O que ele está fazendo aqui e por que você não estar matando ele? – perguntou Jaemin para Jisung, se sentando.

   – A gente conversou um pouco antes da aula – respondeu Jisung – Ouvimos o lado um do outro.

   – Eu pensei que eles fossem se matar – disse Yeeun.

   – Vocês podem parar de gritar – pediu eu – Minha cabeça dói.

   Todos riram, olhando para mim. Eu estava tendo minha primeira ressaca.

   No final da manhã, estávamos todos indo para a quadra quando Sieun recebeu uma ligação do pai.

   – Mas eu tenho treino agora – disse ela ao telefone – Não posso simplesmente ir pra casa.

   Ela ficou um tempo nos olhando e ouvindo o que o pai dizia. Seu pai desligou antes que Sieun pudesse responder.

   – Eu preciso ir – disse Sieun, suspirando – meu pai disse que tem uma surpresa pra mim.

   – É seu aniversário? – perguntou Lucas.

   – Não – respondeu Sieun – por isso tô estranhando. Bom... Eu dou notícias depois. Vou indo.

   Ela virou as costas e foi embora. Eu estava bem curioso para saber o que ela iria ganhar.

   Jisung, Jaemin, Lucas e Jeno foram se trocar no vestiário enquanto Yeeun e eu subirmos na arquibancada.

   O jogo, dessa vez, foi mais tranquilo já que quem causava brigas era Lucas. Ele estava bem melhor hoje.

   Ver Jisung correr pelo campo me dava arrepios. Eu não conseguia parar de ter pensamentos maliciosos desde o nosso encontro e flertes de ontem.

   Eu estava, no meu mundinho, imaginando como seria ter algo com ele quando Hendery me despertou.

   – No que está pensando? – perguntou ele, se sentando ao meu lado.

   – Deve ser algo bom porque ele tá assim já tem um tempo – disse Yeeun, olhando o jogo.

   – Não é nada de mais – disse eu – Onde estava? Por que você não joga bola?

   – Eu não sou assim – respondeu Hendery – Eu prefiro uma boa leitura – ele me mostrou um livro que tinha em mãos – Eu estava na biblioteca até agora.

   – Você não almoçou com a gente – disse eu – Não tá com fome?

   – Agora estou um pouco – disse Hendery – Quer ir lá em casa mais tarde? Podemos assistir um filme.

   Olhei para Jisung, todo suado, correndo com a bola. O que eu sentia por ele, provavelmente, era real e não só por sermos lúpus. Eu não queria deixar Hendery confuso, então menti.

   – Na verdade, eu já tenho planos – disse eu, dando.

   – Entendo – disse Hendery – Bom, eu vou ir pra casa, pois tenho que almoçar. Bom jogo pra vocês. E se seus planos mudarem, pode me ligar.

   Assenti. Hendery desceu as escadas e foi embora. Yeeun me cutucou com um sorriso no rosto e disse:

   – Você está arrasando os corações hein. Primeiro o Jisung e agora o Hendery. 

   – Eu não tenho interesse no Hendery – disse eu.

   – Isso quer dizer que você tem interesse no Jisung? – perguntou ela, sorrindo.

   – Talvez...

   – Eu sabia – gritou ela, com animação – Já vamos começar a organizar o casamento e como vai ser o quarto dos bebês.

   Ela era uma fanfiqueira de carteirinha.

Todas As Cores Do Amor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora