❝ 𝗡𝗮𝘀𝗰𝗲𝗺𝗼𝘀 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝘀𝗲𝗿 𝘀𝗲𝗹𝘃𝗮𝗴𝗲𝗻𝘀,
𝗺𝗮𝘀 𝗶𝘀𝘀𝗼 𝗲́ 𝗮𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗶𝗰̧𝗼𝗮𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗺 𝗼 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼. ❞
𝐀𝐍𝐄𝐋𝐈𝐒𝐄 𝐑𝐎𝐒𝐀𝐋𝐈𝐄 𝐒𝐀𝐍𝐃𝐄𝐑𝐒 tinha apenas doze anos de idade quando o mundo que ela conhecia virou um v...
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❝ ANELISESANDERS ❞
ESTOU PERDENDO AS forças, e quando digo isso, é porque sei que não irei aguentar por muito mais tempo. Durante todos esses meses de apocalipse, não estive totalmente sozinha. Em alguns momentos, encontrei pessoas que me ajudaram, mas em um mundo como esse, é normal presenciar mortes.
Eu não sei mais o que estou fazendo. Provavelmente estou esperando encontrar alguém. Finalmente coloquei na cabeça que eu não consigo mais sobreviver sozinha. Estou fraca, sinto tonturas a cada hora, minha garganta já está doendo de tantas horas sem líquido e meu estômago ronca cada vez mais alto.
Meu corpo está sujo como nunca antes esteve. Meu cabelo está todo destruído, provavelmente cheio de caspas, folhas e se duvidar até formigas. Ver sangue já é comum para mim e não sinto mais vontade de vomitar sentindo o cheiro de podridão.
Esse não é um mundo para uma criança de doze anos.
Recusei ajuda de um grupo de homens porque estava assustada. Seus olhares eram estranhos e me faziam estremecer. Mas isso foi há cerca de uma semana atrás, quando eu ainda não tinha me ligado de que não tenho mais chances de viver.
Me obrigando a sair da bagunça que era minha cabeça, ouvi grunhidos ao longe. Revirei os olhos, girando o corpo rapidamente para checar de onde vinha. Não estavam tão longe quanto imaginava, era uma horda enorme na rodovia que eu caminhava. Me assustei e comecei a juntar o restante de forças para correr.
Optei pelo mais óbvio, que era entrar na floresta, onde eles provavelmente se perderiam e eu talvez conseguisse subir em alguma árvore até que passassem.
Desci o morro íngreme e comecei a correr por entre as árvores, segurando minha mochila e o facão que eu tinha encontrado em um açougueiro abandonado. Respirava fundo, tentando não olhar para trás, evitando me assustar ainda mais.
Subi na primeira árvore que me parecia alta o suficiente, mas, no processo, acabei deixando o facão cair. Apesar disso, eu pelo menos estava um pouco mais segura no alto.
