Capítulo 8

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Na manhã seguinte, o café da manhã foi interrompido por Porco mergulhando na torrada de Hermione.

— O que diabos...?

— Ele chegou um pouco cedo, não é? — Harry olhou para o teto, que era da cor de algodão sujo e completamente desprovido de corujas.

— Parece que ele correu para cá. Coitado. — Hermione ofereceu a ele um pires de suco de abóbora. Porco tentou beber, seu pequeno peito arfando, mas em vez disso caiu de bruços nele. Ele era tão pequeno que o pires era praticamente um bebedouro para pássaros.

— Eu o peguei — Malfoy disse, levantando Porco e secando-o com um feitiço rápido. — Você leu a carta? Deve ser importante se ele queria chegar aqui tão cedo.

— Por que Ron está escrevendo para você, afinal? — Harry perguntou. Malfoy, ainda segurando Porco, ficou parado. Harry percebeu tardiamente que Malfoy não saberia a quem Porco pertencia.

— Não sei — Hermione disse distraidamente. Ela desdobrou o pergaminho, então franziu a testa.

— O quê? — Harry perguntou. — Ele está bem?

— Deve ser para você — disse Hermione, passando-a para Harry.

O bilhete era curto, mas não fazia mais sentido para Harry do que para Hermione.

Você poderia ter me avisado sobre o Profeta!!! Nunca contei para a mamãe, ela ficou completamente louca. Desculpe!!! R x

Harry piscou.

— Poderia tê-lo avisado sobre o quê?

— Seja o que for, suspeito que estamos prestes a descobrir — disse Hermione, olhando para cima.

Dezenas de corujas entraram no Salão Principal, deixando cartas e pacotes entre os alunos. Uma cópia do Profeta estava de fato cuidadosamente depositada ao lado do prato de Hermione. Mas o jornal não foi o que chamou a atenção de Harry.

— É Errol?

— E isso é... um Uivador? — A voz de Hermione era muito baixa.

Malfoy tirou uma jarra de suco de abóbora do caminho bem a tempo – Errol deixou cair o envelope vermelho na torrada de Hermione e caiu na mesa. Harry levou um tempo para parar de rir de Malfoy – ele parecia tão estupidamente alarmado, com uma jarra em uma mão e Porco (piando animadamente para um Errol de aparência muito cansada) na outra. Quando as risadas de Harry cessaram, o envelope começou a soltar fumaça nas bordas.

— Talvez a coisa que Ron nunca contou à Sra. Weasley foi... — Harry assentiu para Malfoy.

— Talvez — Hermione disse fracamente, olhando para o Uivador fumegante.

— Se você correr agora, vai conseguir sair antes do pior — sugeriu Malfoy, mas Hermione endireitou os ombros.

— Não — ela disse. — Foi ideia minha. Eu sabia das consequências. Vai ficar tudo bem, tenho certeza. — Ela apontou sua varinha para o Uivador, hesitou por mais um segundo, então a abriu.

— COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO, SUA GAROTA HORRÍVEL? — soou a voz da Sra. Weasley, e todos os três se encolheram. — EU NUNCA FUI TÃO INSULTADA NA MINHA VIDA. DEPOIS DE TUDO QUE NOSSA FAMÍLIA PASSOU, VOCÊ TRAIU MEU FILHO POR UM COMENSAL DA MORTE? A PESSOA RESPONSÁVEL PELO QUE ACONTECEU COM BILL? CUJO PAI AJUDOU VOCÊ-SABE-QUEM A POSSUIR GINNY? ESTÁ CLARO PARA MIM AGORA QUE VOCÊ NUNCA TEVE RESPEITO POR NOSSA FAMÍLIA. EU NÃO QUERO VER VOCÊ OU AQUELA CRIATURA HORRÍVEL QUE VOCÊ CHAMA DE GATO NUNCA MAIS.

Com um ruído final de desgosto, a carta explodiu em chamas. Um silêncio retumbante foi deixado em seu rastro. Hermione havia encolhido tanto em si mesma que Harry meio que esperava que ela desaparecesse debaixo da mesa a qualquer minuto.

Two to Lie and One to Listen | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora