Capítulo 13

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Draco beijou Harry Potter.

Ele – porra, porra. Porra, porra! Ele beijou Harry Potter!

Ele beijou Harry Potter uma vez e não conseguiu fazer mais nada, porque Harry Potter achava que Draco estava em um relacionamento com Hermione Granger.

Porra!!

Isso era típico da sorte horrível de Draco, de suas escolhas horríveis. Ele simplesmente não conseguia parar de se sabotar, não importava o que tentasse.

E ele realmente pensou que estava chegando a algum lugar. Fazia três meses e meio desde que Hermione tinha encontrado Draco e Archie Campbell (outra escolha horrível – mas uma com braços incríveis, pelo menos). Fazia três meses e meio desde que Draco tinha concordado com a ideia ridícula e ultrajante de Hermione em um acesso de desespero induzido pelo pânico – disposto a tentar qualquer coisa, disposto a confiar que Hermione Granger, pelo menos, tomaria a decisão certa.

E tinha ido bem! Tinha ido bem! Os outros alunos tinham parado de tratá-lo como se ele tivesse assassinado alguém (ele tinha sido um pedaço de merda covarde demais para assassinar alguém, muito obrigado), suas notas eram as mais altas que já tinham sido graças a todo o maldito estudo que Hermione fazia, e tinha aquele artigo no Profeta – aquele artigo inacreditável, aquele que falava sobre Draco como se ele não estivesse destinado a viver sob a sombra de seu pai pelo resto de sua vida. Aquele que falava sobre ele como se ele pudesse eventualmente valer alguma coisa.

No geral, essa farsa de "sair com Hermione" parecia realmente uma boa ideia.

Até que Harry Potter o beijou – e então pareceu que ele ia vomitar.

Harry Potter o beijou Harry Potter o beijou Harry Potter o beijou!!

O que teria acontecido se Harry soubesse a verdade sobre Draco e Hermione? Draco passou a noite inteira se torturando imaginando isso. Eles teriam se beijado mais? Teriam ido mais longe? Teriam arriscado, com os outros grifinórios dormindo no mesmo quarto, seus roncos se misturando aos sons de Draco desmontando Harry...?

Porra.

Porra.

Draco tinha...

Harry Potter tinha...!

Desde que conseguia se lembrar, Draco era solitário o suficiente (e obcecado o suficiente por sua própria homossexualidade sem esperança) a ponto de desenvolver uma queda por basicamente todos os bruxos que: (a) conseguiam articular uma frase completa e: (b) não eram assassinos ativos.

Quando Draco tinha doze anos, ele enviou um cartão anônimo de Dia dos Namorados para o Professor Lockhart. Era um pergaminho de três pés de comprimento, composto de duas metades: a primeira, uma longa e envolvente confissão de seus sentimentos secretos por membros de seu próprio sexo; a segunda, o roteiro de uma peça romântica ambientada em um período de dez anos. Lockhart era o protagonista; Draco era o protegido que virou interesse amoroso.

Aos quatorze anos, ele desenvolveu uma obsessão obstinada por Henri Moreau, um dos garotos visitantes de Beauxbatons durante o Torneio Tribruxo. Eles nunca se falaram - mas, em várias ocasiões, Draco o viu vindo por um corredor e, no meio da conversa, passou a falar em francês alto e bom som, deixando Crabbe e Goyle ainda mais confusos do que o normal. (Infelizmente, não importava quantas vezes Draco tivesse tentado, Henri nunca tinha ofegado e corrido para ele, e os sonhos de Draco de um romance ilícito que começava com as palavras Mon dieu, o que é isso, um inglês com um francês tão perfeito? não se tornaram realidade.)

Aos dezesseis anos, Blaise Zabini se tornou o primeiro tudo de Draco: beijo, boquete, foda. Zabini parecia pensar nisso como uma exploração ociosa, algo vagamente divertido para passar o tempo. Draco, é claro, se apaixonou profundamente quase imediatamente. Dada a propensão de Zabini para a crueldade, provavelmente foi uma bênção que, com o passar do ano, o interesse de Draco por sexo tenha diminuído. Mas, mesmo assim: sem pensamento consciente, ele sempre manteve uma lista mental de bruxos nos quais estava interessado.

Two to Lie and One to Listen | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora