• CHAPTER ELEVEN

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Um suspiro escapou dos lábios entreabertos, seus braços arrepiados por conta da brisa fria do final da manhã, sabia agora que deveria ter escutado uma das cuidadoras do orfanato quando lhe foi aconselhado pegar um casaco antes de sair, passou a mão pelos braços de cima para baixo tentando aquecer-se.

Observava com total atenção a movimentação na entrada do colégio não muito distante do muro a qual estava encostado, o trânsito de adultos no local era contínuo, eles desciam de seu carro ou então chegavam apê mesmo e buscavam suas crianças, partindo com elas em seguida e desaparecendo.

Kurokawa Izana se encontrava ali por um único motivo, ele estava ali para conhecer o tão falado herói de seu servo, Hanagaki Takemichi.

Haviam se passado pouco mais de duas semanas que tinha sido liberado do reformatório e retornado ao tão conhecido orfanato onde viveu desde que ali foi deixado por sua mãe, desde então vinha ouvindo falar do herói de Kakucho todos os dias, não importava qual fosse o assunto o garoto menor tinha que arruma uma forma de mencionar o tal Hanagaki e por algum motivo isso incomodava Izana.

Exatamente por esse motivo se encontrava ali naquele momento, pouco a frente da entrada do colégio onde o garoto estudava, não era por ciúmes ou qualquer coisa do tipo, só queria ter conhecimento sobre a pessoa que era objeto de tanta afeição de Kakucho.

Em meio a tantas crianças, os olhos ametista captaram ao canto a figura miúda de cabelos negros e intensos olhos azuis que se escondia atrás de uma crianças mais velhas enquanto seguia em direção aos portões, parecia tentar se camuflar entre aqueles que se iam na companhia dos parentes já que aparentemente era o único a qual ninguém havia ido buscar.

Sua mochila amarela parecia um grande alarde a sua fuga, entretanto a jovem que observava a saída das crianças pareceu fingir não notar que o mesmo se ia sem nenhum responsável presente, ao longe observou o garoto se distanciar dos outros, sendo o único por ali que seguia em direção ao caminho que Kakucho lhe mencionará ao contar a história do reencontro com o herói de infância, franziu o cenho analisando os outros pais com crianças e notando que de menos o garoto miúdo, ninguém seguia para aqueles lados.

Então afinal de contas o lendário herói de seu servo era o garoto miúdo que fugia do colégio? Porque diabos aquilo não parecia fazer sentido? Talvez, o motivo fosse porque sempre imaginou um garoto mais alto que si que não aparentasse poder ser derrubado pela mais simples brisa da tarde, aquele menino parecia tão delicado que não podia ser o herói de Hitto.

— Eiii Hanagaki! — Chamou pelo suposto nome do garoto, com sua atenção completa sobre ele notou cada mínima reação que ele teve.

Os ombros tensos e as mãos pequenas agarradas a barra do moletom vermelho que usava com tamanha força que o nó dos dedos estava basicamente branco, seus joelhos tremiam levemente e a cabeça baixa voltada ao chão.

— O-oi 

— Chega aí pirralho — pediu, tentando não soar agressivo e usando de um tom de voz mais suave.

O menor lentamente se virou, parecia temeroso de suas reações e Izana não podia realmente julgá-lo por causa disso, sua cabeça se mantinha abaixada  e agora as mãos apertavam ao redor da alça da mochila, cada reação do garoto parecia controversa ao menino corajoso e heróico que Kakucho tanto descrevia.

— O-olha moço… e-eu não tenho nenhum dinheiro — A voz saiu baixa, Takemichi enfiou a mão no bolso do moletom e puxou o forro para fora, mostrando a Izana que nada ali tinha.

Izana observou o garoto em silêncio por um tempo, se questionando se o menor realmente acreditava que ele iria o assaltar ainda mais com uma abordagem tão merda? O fato do garoto ainda está tremendo mostrava que sim, ele acreditava que aquilo era um possível assalto e a conclusão mental disso arrancou risadas do platinado, que curvou-se levemente para frente com os braços sobre a barriga.

THE LAST A CHANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora