6: A marca

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                         P.O.V LENA LUTHOR

Ela tinha me farejado no salão. Ela farejou minha bruma e me seguiu até o banheiro.

Mas será que Kara podia farejar que, agora, a um metro de distância, separados por uma porta frágil de metal, eu estava sentada com a calcinha no tornozelo, os dedos dentro de mim, tão pertinho do orgasmo?

"A Bruma pode nos dominar nos lugares mais imprevisíveis", rosnou ela. Mas havia um tom divertido em seu jeito de falar que me enfureceu.

Antes que pudesse me conter, rosnei de volta. "E daí?"

Caramba, ninguém falava com a Alfa desse jeito. Qual era o meu problema? Queria morrer?

Tirei os dedos de dentro de mim lentamente. Meu corpo gemia de frustração, mas minha mente - que graças a Deus ainda funcionava - estava assumindo o controle.

Quando me inclinei para puxar a calcinha, Kara sussurrou, como se não houvesse uma porta entre nós, "E então, mulher ? Por que não está resolvendo o problema?"

Ela não estava perguntando. Estava ordenando.

Uma Alfa, do alto de seu pedestal, ordenava que um membro de escalão inferior entrasse na linha. Ela me chamou de "mulher" como se eu não tivesse nome. Condescendente. Julgador.

Eu me endireitei, ajustando o vestido, incapaz de controlar meu temperamento.

"O que te dá o direito de falar comigo assim?" Eu estava enfurecida. "De entrar no aqui e me dizer como deveria me comportar? Quem você pensa que é?"

Não tive nem chance de pensar duas vezes, de me arrepender de minhas palavras, de implorar por perdão porque, quando me dei conta, a porta já estava arreganhada.

E lá estava ela.

Kara Zor-el, em toda a sua glória, assustadora e linda. Ela me encarou com seus olhos azuis, uma postura incrivelmente agressiva.

Ainda bem que eu já tinha vestido a calcinha, ou só Deus sabe o que teria acontecido.

"Quem eu penso que sou?", ela perguntou. "Quer que eu te lembre?"

Agora que a farejava, percebi que a Alfa não estava apenas tomado pela raiva. Ela também estava tomado pela Bruma.

As perguntas tomaram meu cérebro, mas não havia tempo para respondê-las. Porque a Bruma dela fez a minha ressurgir repentinamente com uma intensidade insuportável e pulsante.

Minha raiva se desfez com o calor da Bruma.

Sucumbi. Meu corpo queria, implorava, precisava que ela se aproximasse.

Como se pudesse ler minha mente, ela se aproximou, entrando na cabine.

Parecia que me coração ia sair pela boca, e minhas pernas ficaram bambas.

"O- O q- O que está fazendo?", gaguejei.

"Você sabe quem eu sou", disse ela, dando mais um passo. "Diga."

"Você é a... A Alfa."

"Meu nome."

Será que eu ousaria? As únicas pessoas que podiam dizer o nome dela eram seus conselheiros mais próximos e suas parceiras sexuais.

Não. Balancei a cabeça, recusando-me a ceder. a resistir à Bruma. Não.

Tentei desviar dela e sair da cabine, mas ela ergueu a mão para impedir minha passagem.

"Do que você tem medo?", ela perguntou.

Tentei afastar sua mão, mas ela agarrou meu pulso.

Eu deveria estar com medo. Eu deveria estar apavorada ao ser encurralada por uma lobisomem - ninguém menos que a Alfa - numa cabine de banheiro.

Os Lobos Do Milênio - Livro I - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora