Dez.

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Dez.

Harry's POV

Se você me perguntasse se eu sei o que estou fazendo, eu diria que talvez não. Se me perguntasse mais uma vez se eu tenho noção do quão errado é o que estou fazendo, eu diria que sim. Finalmente, se me perguntasse se eu consigo parar com isso, eu diria com todas as letras que não.

Veja bem, é um pouco anormal você ter qualquer relacionamento afetivo que passe dos limites com o pai de algum amigo seu, ainda mais quando é seu melhor amigo.

Às vezes, me pergunto o porquê de isso ter acontecido justamente comigo, talvez seja o karma ou algo do tipo.

E talvez, só talvez, eu possa dizer que a mínima quantidade de álcool que está em meu sangue me fez levantar da cama, abrir a porta, sair do quarto e ir em direção ao quarto que eu devia passar longe.

Respirei fundo e abri a porta sem fazer nenhum barulho. O arrependimento começou a bater e eu iria voltar, até ouvir a voz dele:

— Entra, Harry. — me chamou e eu quis me bater por estar ali.

Olhei para dentro do quarto e ele estava sentado na cama com o livro que o vi lendo uma vez nas mãos, tirou o óculos de armação preta do rosto e fechou o livro, me olhando.

— Eu tô atrapalhando? — perguntei num tom baixo.

Ele negou e fez um gesto com a cabeça para que eu me aproximasse. Cheguei perto lentamente e ele levantou o cobertor para que eu me acomodasse do seu lado. Assim que eu sentei na cama, ele me puxou, passando os braços ao meu redor, fazendo com que eu deitasse a cabeça em seu ombro.

— Não consegue dormir? — perguntou.

— Não. — murmurei.

— Quer chá? Talvez ajude. — ofereceu, pegando uma xícara com o líquido quente.

— Não, obrigado, não sou muito fã de chá. — recusei e o vi fazer uma cara de indignação.

— Como assim você está na casa dos Malfoy e não gosta de chá? Harry Potter, você me deixou extremamente ofendido. — fez drama e eu ri baixo.

— Perdão, vossa alteza, o que posso fazer para me redimir desse comentário ofensivo? — me juntei ao drama e ele me olhou enquanto sorria de lado.

— Vai ter que se sacrificar me dando alguns beijos. — sussurrou no meu ouvido e se virou.

O puxei pela nuca, entrelaçando meus dedos em seus cabelos e o beijei com vontade. Foi, com certeza, o melhor beijo que já tive em minha vida.

E agora, eu tinha me dado conta de que eu estava ficando dependente não só dos beijos, mas também da presença de Draco Malfoy na minha vida.

— Talvez esse sacrifício valha a pena. — comentei, terminando o beijo e deixando um selinho no canto de sua boca.

Ficamos um tempinho em silêncio, apenas aproveitando o momento.

— Draco? — murmurei, pensando que ele poderia ter dormido.

— Sim? — senti ele começar a fazer um carinho na minha cintura.

— Você não acha que o que estamos fazendo é errado? — perguntei devagar e ouvi ele suspirar.

— Sim, eu acho. — assenti e baixei um pouco a cabeça, pensando. — Mas, por algum motivo, eu não consigo parar... Você está se sentindo mal com isso tudo?

— Não! Quer dizer, eu sei que não é algo normal, mas ao mesmo tempo que é errado, ainda me parece tão certo, sabe? — o olhei e ele estava me analisando. — Talvez seja confuso para você, e você não imagina o quão confuso é para mim também...

The New Love | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora