Uma vez que concordamos que não é boa ideia o Rúben ir a casa (que partilhava com a Mariana) buscar roupa, o João acaba por emprestar-lhe alguma para os próximos dias, até o Rúben conseguir ir lá. Eles acabam por ficar connosco o resto da tarde, saindo já perto da noite.
- Queres ir comigo, amanhã, a casa dos meus pais? – o Rúben pergunta-me.
Eu, literalmente, pauso o filme que estávamos a ver e dou um salto no sofá, olhando para ele sem acreditar que ele realmente fez esta pergunta.
- Tu estás louco? Se os teus pais estão passados contigo, como é que achas que eles reagiriam se eu fosse?! – pergunto.
- Não sei, mas eles eventualmente vão ter de aceitar. – ele afirma – Quer eles queiram, quer não, tu fazes parte da minha vida.
- Eu sei, só não acho que devamos forçar isso, muito menos quando as coisas ainda estão tão frescas. – digo, mais calma.
- Sim, tens razão. Desculpa. – ele concorda, depositando um beijo curto e suave nos meus lábios – Vou aproveitar e tentar passar em casa, amanhã. Espero não encontrar a Mariana.
- Achas que ela não vai estar lá? – pergunto.
- Acho. Porque, provavelmente, vai estar com os pais ou com alguma amiga, porque ela sabe que eu preciso de ir buscar algumas das minhas coisas. – o Rúben responde.
- Sim, é verdade. – concordo – O que vão fazer em relação ao apartamento?
- Pois, isso é algo que nós vamos ter de discutir, só não sei quando. – ele diz – Eu acho que, para já, tenho de lhe dar algum espaço. E estava a contar que me deixasses ficar aqui uns dias.
- Não sejas idiota. É claro que podes ficar aqui, não é? – reviro os olhos.
- Eu sei, estava a brincar. Mas também acho que é importante nós fazermos as coisas bem. Eu quero muito fazer as coisas bem, contigo, Benny. – o Rúben afirma.
- Como assim, fazer as coisas bem?
- Apesar de termos uma história comprida, nós nunca fizemos isto. Nós nunca estivemos realmente numa relação. Por isso, agora que estamos, eu quero levar as coisas com calma, garantir que corre tudo bem. Não quero apressar tudo, saltar passos do caminho e cometer erros. Eu quero mesmo que isto dê certo, Benny. – o Rúben explica, entrelaçando os seus dedos nos meus.
- Eu também. – sorrio – E sei que nós vamos fazer isto dar certo. – afirmo com convicção – Mas ir com calma parece-me bem. Nunca tivemos um date a sério, Rúben. Acho que devias considerar. – brinco, piscando-lhe o olho.
- E vou considerar. – ele sorri, puxando-me novamente para um beijo.
Um beijo calmo e apaixonado vai ganhando intensidade e paixão. Uma das mãos do Rúben desce até às minhas coxas, puxando-me para si, de modo a eu ficar sentada sobre o seu colo. Entrelaço os meus dedos nos seus fios de cabelo, enquanto a minha mão livre descansa sobre o seu peito. Os lábios do Rúben deixam os meus e começam a fazer um trilho de beijos pela minha mandíbula, até à minha orelha e depois pelo meu pescoço, fazendo-me com que todos os pelos no meu corpo fiquem arrepiados.
Voltar a estar com o Rúben, desta forma tão íntima, faz-me perceber por que é que nunca deu certo com mais ninguém, por que é que eu sempre soube que seria ele. Não é apenas uma questão de o sexo ser bom – aliás, tem muito pouco a ver com isso. A questão é a química que nós temos, a forma como conseguimos comunicar sem termos de falar, a forma como sabemos exatamente o que o outro gosta, quer e precisa. Nós temos um tipo de conexão que não é possível de ser explicada e que nos impede de estar com outras pessoas, porque nunca vamos ser capaz de criar isto com mais ninguém.
Entre beijos e gemidos, o Rúben tira suavemente a t-shirt que cobre o meu corpo e logo depois os calções, deixando-me apenas de roupa interior. Apesar de nunca me ter sentido confortável quando as outras pessoas olham para mim, estar sob o olhar do Rúben é um sentimento bom, porque não o sinto como uma atitude de alguém que julga, mas de alguém que aprecia, que me faz sentir sexy e desejada.
Quando estou com o Rúben, eu não preciso de pensar muito, porque o meu corpo sabe exatamente o que quer. Eu deixo-me simplesmente guiar pelo meu instinto, deixo-me levar. Eventualmente, as minhas mãos removem as peças de roupa exterior de Rúben, entre beijos molhados e demorados. Nenhum de nós tem pressa de que este momento acabe, estamos simplesmente a desfrutar da companhia um do outro, a saborear cada momento – desta vez, sabendo que não temos de assumir que foi um erro ou tentar esquecer tudo a seguir. Desta vez, estamos a fazer o que está certo, porque é o que ambos queremos e porque, neste momento, estamos realmente juntos.
A boca do Rúben percorre cada recanto do meu corpo, sabendo exatamente quais os pontos sensíveis, onde se demora mais para despertar reações da minha parte. Adoro a forma como ambos estamos a saborear ao máximo cada toque, cada beijo, cada sussurro, como se nunca tivéssemos estado juntos antes. Porque a verdade é que, desta vez, é diferente. Todas as outras vezes também foram feitas com amor, tal como hoje também é feito com desejo, mas hoje é especial, porque é quase como o selar de uma promessa. Hoje, eu sei que não vamos discutir amanhã sobre quão errado isto foi, sobre como o Rúben me magoa sucessivamente. Hoje, eu sei que amanhã ele vai acordar ao meu lado e que vai ser meu.
Eventualmente, nós passamos da sala para o meu quarto, sem nunca quebrarmos o contacto, e as peças de roupa interior que separavam o pouco que restava das nossas peles acabam caídas no chão do mesmo. Suspiros, gemidos, declarações de amor sussurradas ecoam pelo quarto, enquanto os nossos corpos se movem em perfeita sincronia, como se fossem um só. É uma visão poética e romântica daquilo a que muitos chamam sexo como se fosse uma palavra suja, mas fazê-lo com alguém que amamos, alguém que é verdadeiramente especial para nós, traz uma nova dimensão às coisas e torna o momento ainda mais especial.
- Amo-te. Amo-te. Amo-te. – o Rúben murmura repetidamente contra o meu pescoço, enquanto ambos atingimos o clímax – E prometo que vou fazer-te feliz.
Desvio-me um pouco para o conseguir encarar, segurando o seu rosto suado e vermelho nas minhas mãos. Sorrio-lhe e deixo um beijo meigo e prolongado nos seus lábios.
- Amo-te. E prometo fazer-te feliz. – repito as suas palavras, abraçando-o com força.
***
Um capítulo bem meloso para vocês!
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Take the Risk | Rúben Dias ✔️
Ficción General«Take the risk... or lose the chance.» Data de estreia: 14 de setembro de 2021 Terminada a 22 de janeiro de 2022