Capítulo três: Revelações.

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       Após aquele bombardeiro de informações, eu me desabei. Chorei como se não houvesse amanhã, não reconhecia mais o lugar em que eu estava. Poderia chamar de casa? E Allen? Como ele ficaria? Seu namorado, Bob. Será que o nome dele realmente é Bob? E minha mãe.. Drica. Hananel, não sei. Passei horas e horas deitada em minha cama, pensando, refletindo e chorando. Até o sono me pegar, me derrubar e eu desmoronar.  Acordei com risadas na parte de baixo, era Drica. Esssa era a hora de saber a verdade.
        Desci as escadas o mais lerdo possível, queria preparar minha mente para isso. O que eu iria ouvir? O que eu poderia fazer caso fosse verdade? Era perguntas que eu não poderia responder.

— Oi minha amada! – minha mãe sorriu, ao lado de seu namorado Bob, com Allen em seu colo. Ambos sorriram; mas ao reparar que eu não sorri, ela continuou – O que houve, Jenna?
— Eu que tenho que perguntar isso. O que houve com “sempre seremos honestas” – as lágrimas começaram a vim de novo – Quem é você? E você? – apontei para Bob, em seguida para Allen.
— Somos sua familia, querida – nesse momento, Allen saiu de cima de seu colo, e ela começou a andar em minha direção, porém, com um passo dela e me recuava dois – O que houve?
— Seu nome é Hananel? – eu gritei, chorando.
— De onde tirou essa ideia, querida? – mas antes de ela continuar, Allen correu ao lado dela.
— Acho que chegou a hora, Hananel. – a voz dele era diferente, estava mais grossa. Como um adulto. – Ela está pronta! A guerra vai começar.
— Jenna – Bob foi ao lado de Allen – Precisamos conversar.
— Conversar? Não quero ouvir nada de vocês – cuspi essas palavras – Eu quero ouvir dela! Quero saber quem é ela! Quem é vocês! – gritei, surtando.
— Querida.. – Hananel começou – Meu nome é Hananel Merlina, eu sou um anjo – ela suspirou – Eu sei que é difícil de acreditar, mas você terá que entender. Tudo isso dependerá de você, minha filha.
— Não sou sua filha – resmunguei chorando.
— Você pode achar que eu não seja sua mãe, mas eu sou! De alma e coração, apenas não somos uma familia de sangue, mas isso não importa quando se há amor. – ela sentou no sofá, transmitindo uma certa calma em sua face, juntamente com Allen e Bob – Um certo anjo, não aceitou que outros anjos fosse superior a ele, e não aceitou dividir o amor de nosso Pai, com outras pessoas, muito menos, os seres humanos. Como punição pelo seu egoísmo, nosso Pai nos enviou para a Terra, e fez com que a gente convivesse com os seres humanos, porém, uma Destinada poderia salvar ou destruir o mundo.. – ela sorriu – É você, Jen, a Escolhida. Quando soubemos que uma estrela estava caindo, corremos o mais rápido possível para chegar antes de Ezekiel, e demos sorte, lhe achamos primeiro. Você estava linda, brilhava tanto! E como chorava.. Mas assim que lhe peguei, você se acalmou e dormiu. Aquilo foi a prova de que eu deveria lhe proteger. Fugi com você e encontrei Aslan – ela olhou para o “Bob” -, aceitamos o desafio de ser uma familia e lhe proteger.
— Allen? – olhei para ele, prestes a chorar. – E o Allen?
— Allen foi uma forma de não lhe deixarmos só – Aslan continuou a fala de Hananel – É um fruto de sua imaginação. Em vários momentos, seu poder ia crescendo, e era cada vez mais difícil fazer uma barreira entre a realidade e a ficção. Allen é o fruto dessa sua ficção.

         E todas essas coisas bastaram para eu cair em choro novamente. Não por tristeza, nem por dó de mim, mas sim de raiva. Era difícil aceitar tudo aquilo em poucos minutos, era complicado saber que eu era a Escolhida, Destinada. Eu teria que lutar contra Ezekiel? Erick já começou a fazer um exército ao meu favor.. E Allen não existia. O.k, basta!

— Eu.. preciso sair. – respondi ao meio de um soluço. – Preciso de Ezekiel!
— Você é louca? Depois de tudo que te falamos, você quer ser morta? – Aslan gritou comigo, porém Hananel interviu, o parando.
— Querido Aslan – ela disse em uma voz doce – Ela tem que decidir o seu lado, não é nós que iremos dizer o que é certo e errado. Deixe-a ir. – ela sorriu para Aslan. 

JennaOnde histórias criam vida. Descubra agora