Capítulo quatro: Procurando anjos, achando caçador.

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Todos fugiram para a floresta, Erick levou o corpo de Aslan em suas costas, carreguei Hananel, voando baixo, para não ter risco dela cair, atrás de mim estava Allen e Rushia. Eu ainda não entendi o por que de ainda ver o Allen, já que eu sabia que ele não eral.

— Hananel – sussurrei baixo, para ninguém ouvir. Já estava cansada das pessoas saberem mais que eu – Por que eu ainda o vejo? – apontei para Allen.

— Porquê você quer. – ela sorriu, fraca. – É tudo questão de seu psicológico, querida. Se você quiser ver, você verá.

        Passei algum tempo refletindo sobre isso, será que eu poderia ver Aslan? E pedir desculpas por todas as vezes que eu fui ignorante com ele? As lágrimas começara a vim novamente, mas eu já estava cansada de chorar, não queria mais chorar. Queria me vingar, fazer justiça e lutar. Ao pararmos no meio da floresta, Erick montou um pequena fogueira, enquanto Rushia afiava sua faca ao lado da fogueira. Allen e Hananel estava rindo e conversando, como se nada tivesse ocorrido. 

— Vocês acham isso normal? – perguntei indignada, eu estava querendo chorar e eles rindo. Oras.

— Ele cumpriu seu papel aqui, garota. – Rushia disse rosnando, aos dentes cerrados.

— O que ela quis dizer, Jenna – Hananel olhou com um olhar de reprovação para Rushia – Ele foi para o céu, está bem. Não está morto, pelo menos não de alma. Daqui muitos séculos ele irá voltar, se o nosso Pai permitir. Poderá optar em ser um anjo ou um humano.

— Jenna – Erick se aproximou de mim, sentando ao meu lado. – Agora você viu do que Ezekiel é capaz, sabe o que ele fez com Rushia e do sofrimento que ele lhe trouxe hoje. Poderemos ir a procura de anjos e criaturas dispostos a lutar com nós?

          Eu tinha muitas dúvidas ainda, não sabia se Erick era tão confiável assim, mas o jeito que ele me atraia, o modo de que seus olhos me traziam segurança, e ao mesmo tempo, insegurança, era algo que me chocava. Mas eu confiava em Hananel, e queria confiar em Rushia, apesar de seu jeito selvagem. Abaixei minha cabeça, fazendo minha face ficar escurar.

— Eu lutarei com vocês. Eu lutarei por vocês. – todos ficaram parados me olhando, a partir dali, a guerra estava travada.

         No outros dia, quando todos estavam de pé, decidimos fazer alguns planos. Erick e Hananel, iriam em busca de suplementos, enquanto Rushia cuidaria de nosso acampamento, e procuraria madeiras suficientes para fazermos fogueira e construir uma pequena cabana. Enquanto eu, iria buscar anjos com meu ofato. Erick não gostou no início, mas naquele momento, eu queria ficar só. E me adentrei na mata.

        Aquela mata era densa e quase não havia luz. No meio da floresta, eu pude ouvir um som. Algo quebrava as árvores e a destruía. Era isso, ali estava ele! Eu achei. A cada passo que eu dava, o som ficava mais e mais forte. Bum, bum, bum! Eu havia achado o primeiro! Eu estava atrás de uma árvore, quando pude ver a primeira imagem dele. Alto, forte, magro, pele branca e cabelo raspado. Na mão esquerda ele carrega um machado, já na mão direita ele carregava um machado com dois gumes.  Ele estava jogando os machados, contra troncos de árvores que ele mesmo havia pendurado.  Eu dei um passo para frente,  para me aproximar mais da presença dele, eu tinha que ter certeza. O cheiro estava mais forte a cada passado. Creck!  Olhei para baixo, e vi que havia pisado em um galho seco. Quando levantei o olhar novamente, percebi que ele não estava mais lado. Então ele já sabia que eu estava lá. Era questão de segundos até ele me encontrar.

         Então optei pelo melhor processamento, fui para o local que ele estava. Era um circulo, e em volta, era coberto por árvores.  Eu sabia que a qualquer momento, aquele machado poderia ser lançado em mim, eu teria que me concentrar para usar meus poderes. Fechei os olhos e comecei a sentir meu espírito. Vrump! O som rápido que o machado fazia no vento, era inacreditável.  Eu precisava que meu espírito reagisse, ou eu iria morrer. Respirei fundo e contei alguns números.. E então eu pude sentir. O calor invadindo meu corpo e subindo nas minhas veias, até chegar as palmas da minha mão. Eu pude sentir, meu espírito estava comigo. E então, em questão de segundos, tudo estava quieto novamente. Não havia mais som rápido ou alguém se escondendo atrás de árvores.  Abri os olhos, e pude perceber. Tudo estava destruído. As árvores estavam caídas e quase sem folhas,o machado estava no chão, com sangue. E o rapaz estava caído ao meu lado.  Me aproximei dele, e pude sentir o sangue dele pulsando. Mas não era sangue branco.

JennaOnde histórias criam vida. Descubra agora