Abstenção

Franqueza

EU VOLTEIII AGORA PRA FICAAAAR, PORQUE AQUI, AQUI É MEU LUGAAAAAR
Oi gente, me desculpem a demora! Eu estava atolada com coisas da faculdade e do trabalho, como estou doente e vou ficar três dias em casa, sobrou tempo pra atualizar. Me desculpem a demora e aproveitem o capítulo 💖

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Era Marcela parada em frente a Gizelly com um olhar culpado, pela forma que ela trocou os pesos de pé, se mexeu desconfortável, a morena sabia que ela estava pronta pra dizer algo. Gizelly estava sentada novamente na ilha da cozinha, brincando com a xícara de café frio pra disfarçar o tremor que tinha se instalado em seu corpo. Elas estavam em silêncio já fazia 2 minutos desde que Daniel saiu pela porta e a capixaba se sentou porque tinha certeza que se ficasse de pé, ia se retirar do cômodo novamente.

-Eu posso explicar- Marcela começou com um tom baixo olhando de forma ressentida. Gizelly não acreditou nela. Não achava que ela podia explicar, não realmente. Não uma explicação que ela engoliria, que ela aceitaria. Por isso se adiantou.

-Você ligou pra ele?- O tom foi cortante e Marcela sentiu o olhar magoado misturado com revolta. A cabeça de Marcela começou a trabalhar em uma resposta que não soasse tão ruim, mas... essa resposta não existia-Você que chamou ele pra cá?

A falta de palavras de Marcela já foi uma resposta.

Sim. Ela havia ligado pra ele.

O sangue de Gizelly ferveu mais e ela mordeu o interior da bochecha com tanta força que o gosto de ferro invadiu sua língua. Ela tinha ligado pra ele. Ela tinha pedido pra Daniel ir até lá. A mente da morena começou a trabalhar de forma rápida fazendo seus olhos se encherem de lágrimas, que não passou despercebido por Marcela.

-Gi...- A loira desencostou da pia e deu um passo à frente na tentativa de se aproximar e Gizelly disse a si mesmo:

Aja de forma certa, não estrague tudo.

Mas a ideia de Marcela chegar perto dela naquele momento, tocar nela naquele momento se tornou insuportável, fazendo a calma que a morena estava tentando manter se rachar.

A xícara que estava nas mãos de Gizelly logo atingiram o balcão com força fazendo ela se partir em varios cacos. Marcela se assustou com o barulho e Gizelly se colocou em pé com rapidez, mas a loira não recuou, sabia que a morena jamais faria algo de ruim pra ela.

-Me deixa falar- Pediu vendo a capixaba negar com a cabeça enquanto segurava a nuca com força

-Marcela, não- Ela falou dando um passo pra trás tentando manter a voz firme enquanto tudo que queria fazer era chorar

-Eu...- A loira tentou novamente

-Agora não- Ela falou o mais sério possível antes de dar as costas e sair pela porta em passos apressados

Marcela pensou em segui-la, mas desistiu. Gizelly chegou até o quarto em passos rápidos fechando a porta atrás de si, quando ela se sentou na cama pesadamente se deu conta que estava chorando. Esfregou os olhos tentado se livrar das lagrimas, mas uma nova torrente delas veio e ela se deu conta que não ia conseguir parar aquilo, por isso deixou sair. Os primeiros soluços vieram, sendo seguidos por varios fazendo o corpo chacoalhar com força, ela começou a andar de um lado pro outro no quarto puxando ar na tentativa de respirar e conter as lágrimas. Chorar e respirar. Respirar e soluçar. Gizelly naquele momento não sabia nem pontuar qual era o sentimento que estava dentro dela, mas não era bom. Mesmo ouvindo Marcela dar um fora em Daniel, aquilo não fez o sentimento ir embora porque e se ela não tivesse vindo? Marcela realmente estava seguindo em frente com Daniel e Gizelly se sentiu substituível. Enxergar aquilo atingiu um ponto sensível dentro da morena, um ponto obscuro e doloroso.