Aceitação

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Era cedo quando a claridade do quarto começou a incomodar Gizelly, que abriu os olhos preguiçosamente. Ela e Marcela estavam enroladas uma na outra, por isso afastou o pescoço levemente fitando o rosto sereno de Marcela, o sorriso que pintou seus lábios foi inevitável. Se aproximou depositando um beijo no rosto da loira e começou se desvencilhar do corpo dela devagar sem a intenção de acorda-la, mas assim que se sentou na cama e colocou as pernas pra fora sentiu sua mão ser puxada

-Odeio quando você me deixa sozinha na cama- A loira murmurou com a voz sonolenta e Gizelly se virou para encarra-lá antes dar uma risadinha se aproximando voltando a encaixar o rosto no pescoço de Marcela que a abraçou

-Esta muito cedo, sereia! Continua dormindo mais um pouquinho, depois eu venho te acordar- Ela sussurrou e Marcela resmungou

-Promete?- Perguntou sonolenta

-Prometo- Gizelly respondeu dando um sequência de beijos em Marcela com a última sendo nos lábios e a loira a soltou

-Ta bom- Ela finalmente concordou e a capixaba voltou a se levantar da cama vendo a médica se aconchegar melhor abraçando seu travesseiro. Negou com a cabeça risonha e saiu do quarto fechando a porta atrás da si

Caminhou pela casa, entrando na cozinha. Sorriu quando viu a garrafa térmica de café em cima da mesa, foi até o armário pegando uma xícara, depois de aproximou a preenchendo com o café quente. Assim que deu o primeiro gole seus olhos fecharam em apreciação. Amava o café de sua avó, era o mesmo café a anos e por mais que tentasse, o seu nunca saiu igual. Caminhou indo até o quintal e foi quando Jack bacon notou sua presença e se aproximou

-Bom dia, filho- Ela falou se abaixando fazendo um breve carinho entre as orelhas dele e depois caminhou pelo local vendo a vegetação. Respirou fundo inalando sentindo o cheiro de grama, terra e chuva. Gostava de visitar sua avó, se sentia em casa e nostálgica

Depois de alguns segundos caminhando pelo quintal viu sua avó regando o jardim e se aproximou

-Bom dia, vó- Ela falou atraindo a atenção da mais velha- A senhora dormiu bem?- Perguntou a abraçando de lado

-Dormi, minha filha! Cadê a Marcela?

-Ainda está muito cedo, deixa ela dormir mais um pouquinho- Explicou e a avó concordou com a cabeça, Gizelly se aproximou pegando o regador das mãos dela

-Deixa que eu termino- Com o regador em mãos continuou o trabalho que sua avó fazia inicialmente

-Avisei a família que você estaria aqui hoje, vamos almoçar na sua tia

-Tudo bem!

-Como você está, filha?- Avó mada Perguntou e Gizelly a encarou por alguns segundos e depois suspirou

-Eu to bem, vó- Foi sincera- Marcela estar passando esses dias comigo, ajudou bastante!- Confessou

-Você gosta muito dessa menina né?- Perguntou vendo as orelhas da neta ficarem vermelhas

-Gosto muito, vó- A morena concordou e elas caíram um em breve silêncio enquanto caminhavam regando as plantas

-Eu já entendi que você não precisa de homem nenhum para ser feliz e pra fazer suas coisas, Gi- A mais velha quebrou o silêncio e Gizelly piscou algumas vezes olhando a avó

-A senhora...?- Mas a voz morreu aos poucos com medo de perguntar, mas sua avó parecia tranquila enquanto mantinha as mãos atrás do corpo

-Eu esqueci de tomar meu remédio ontem à noite...- Começou a falar e Gizelly se sentiu tensa- E vi vocês duas...- Completou com voz em um tom mais baixo e a morena sentiu seu coração falhar no peito

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