Beneficência

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Oi meus amores! Gratidão pelos comentários e votos 💖
Bom capítulo pra vocês!
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"Se você olhar para o centro do universo, existe frieza lá. Um vazio. No final das contas, o universo não se importa conosco. O tempo não se importa conosco. É por este motivo que temos que cuidar um do outro"

Gizelly resolve ir pra casa, afinal o horário de visita tinha acabado e sua tia tinha insistido de passar a noite novamente e depois de um pouco de discussão a morena cedeu, se despedindo da avó com um beijo na bochecha prometendo que voltaria no dia seguinte pela manhã antes de pegar o voo. Ela caminha até o estacionamento devagar, quando sai pelas portas do hospital o vento bate em sua roupa arrepiando a pele da capixaba que se encolhe um pouco, em seguida ela caminha em volta dos carros tentando se lembrar de onde estava o seu.

É quando ela avista o carro da mãe e o cenho franze em confusão, o que ela faria ali parada sendo que tinha saído do hospital já fazia um hora? Se aproximou um pouco mais do carro, vendo as luzes no cabelo, estava difícil ver com clareza porque a luz do poste não iluminava muito bem, mas pode notar nos ombros curvados e que o corpo balançava, quando ela estendeu a cabeça pra trás esfregando os olhos a morena teve a certeza de que ela chorava. Gizelly engole e se aproxima devagar, caminhando pra perto do carro.

Ela para a um metro de distância, ponderando enquanto agarra a barra do moletom de forma ansiosa não sabendo se deveria se aproximar ou não. Fleches brilharam em sua cabeça das palavras duras que foram jogadas na sua cara mais cedo. Se ela tivesse um pouco de amor próprio viraria as costas e iria embora sem olhar para trás uma única vez, mas ao contrário disso ela respira fundo e dá mais alguns passos chegando até a janela, apesar do buraco no estômago, bate no vidro. Márcia se assusta dentro de veículo e o rosto gira para encarar a figura da filha do outro lado. As duas se encaram por longos segundos, ate Gizelly suspirar fazendo um sinal para que ela abaixasse o vidro e se surpreende quando a mãe abaixa devagar

-Ela vai ficar bem- É o que sai da boca da morena em um som estranho e Márcia concorda com a cabeça devagar e depois de mais alguns segundos Gizelly volta a caminhar pra longe do carro, quando já estava quase alcançando o seu, vê o carro da mãe sair do estacionamento e suspira

A cabeça da morena viaja enquanto faz o percurso pra casa, pensando em tudo que aconteceu naquela semana. Seu corpo dói e talvez isso seja um reflexo do seu emocional que estava abalado. A cabeça parece estar pesando uma tonelada de tantas emoções e sentimentos que habitavam. No começo estava se sentindo chateada, uma tristeza que parecia sufoca-la, mas agora parecia brava. A onda de sentimento ruim era tão abrangente que estava quase saindo por seus poros. Se sentia uma idiota e estava farta de ser boa para pessoas que no final das contas elas não pararem de machuca-lá.

Quando chegou até a porta do apartamento pode ouvir as risadas vindas de lá de dentro e fechou os olhos com força sentindo os nervos à flor da pele se lembrando que tinha deixado Tais e Paulinho em sua casa para cuidar de Jack Bacon. Não queria ver ninguém hoje. Gizelly respirou fundo antes de enfiar a chave na fechadura abrindo a porta, assim que sua presença se fez presente Jack começou a latir indo para ela, que se abaixou e fez um breve carinho nas orelhas

-Amiga?- Tais falou confusa- Eu achei que você voltaria só em 20 dias...- Começou a falar, mas Gizelly não ouviu, apenas deu as costas e caminhou até a área de serviço pegando um saco de lixo preto

-Eu vi o que aconteceu...- Paulinho começa em um tom devagar, mas a amiga parece que nem o enxerga enquanto vai até a geladeira arrancando todos os imãs de fotos, depois caminha até a sala jogando mais coisas no saco e é quando os amigos notam que se trata de coisas com Marcela- Gi- Paulinho chama a vendo entrar no quarto e jogar mais coisas lá, foto, quadro, bicho de pelúcia. Tudo.

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