Angel
Sonhar não é uma palavra que faz mais parte do vocabulário de Angel. Talvez fizesse no de Arlete, aquela menina inocente do interior que parecia não existir mais ou pelo menos estava adormecida em seu âmago.
Arlete tinha sonhos e o maior deles sem dúvida era seguir a carreira de modelo. Ela só não imaginava a bagagem que todo um sonho, passageiro ou não, pode trazer.
Até certo ponto, seu destino parecia ser traçado mesmo por linhas tortas quando mudou-se para São Paulo para recomeçar a vida com a mãe após a descoberta da traição do pai e a chegada de uma madrasta e irmã caçula em sua vida.
A terra da garoa era o lugar pelo qual Arlete há muito tempo tinha planos de iniciar seus trabalhos e ela o fez, mas com certeza em nenhum deles estava tornar-se uma prostituta, se apaixonar por aquele que viria ser seu padrasto e quiçá ao final de tudo se converter numa assassina.
" Eu era só uma garota de 16 anos criada num ambiente simples, sem amigos por ser considerada esquisita pela minha altura e jeito de vestir, o que me fez ser introspectiva. Namoros? Era algo que me pegava pensando vez ou outra, imaginando que eu me casaria com meu primeiro namorado e teríamos filhos assim como aconteceu com meus pais. Mas, se eu havia dado três beijos era muito e todos não passaram de selinhos com garotos que agora eu sabia não serem merecedores dos meus lábios, da mesma forma que encontrei outros mais pela frente que também não.
Pela genética do meu pai, Rogério, tive um crescimento acelerado e sempre me via sendo a mais alta entre as meninas e até meninos. Era de praxe ouvir apelidos pejorativos tais como "magricela " e "vareta " na mesma intensidade em como minha estatura poderia ser benéfica para o meu futuro de atleta ou claro, modelo. A moda entrou na minha vida como um vendaval que fez morada. Um dia eu era uma menina que tinha em mente seguir tradionalmente medicina ou direito e no outro eu comecei assistindo um desfile na televisão para nunca mais parar até ter a convicção de que era aquilo que eu queria para minha vida.
Mas tudo virou tão rápido de cabeça para baixo e esse era um vendaval que realmente eu não fazia questão da permanência. Por mais que tenhamos exemplos próximos, a gente só se dar conta que tudo não é como pensamos quando acontece diretamente conosco e é concluído que o fim do arco-íris não é um baú de cheio ouro, senão um baú cheio de problemas.
Eu achei que meu pai era um exemplo, quando ele traía minha mãe há 8 anos e tinha até uma filha de 7 com a outra.
Achei que namoraria com o primeiro que beijei, então muito mais com o Guilherme, o riquinho que eu me encantei assim que cheguei no novo colégio na cidade, mas que na primeira oportunidade na festa da prima me drogou para tirar minha virgindade e depois, da maneira mais cruel, esfregou na minha cara que tinha conseguido.
E também achei que com a ajuda do Visky e da Fanny eu seria modelo e no final, sufocada pelas dívidas que assolavam minha família e consumida pela decepção amorosa, eu entrei no book rosa. Acho que foi exatamente no momento que fui envolvida pelo que hoje consigo perceber, discurso sedutor do Alex, que eu dei o primeiro passo para minha própria destruição.
Mas que garota frágil e inexperiente não cairia na lábia de um homem mais velho, atraente, que demonstrava te desejar tanto?"
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Verdades Secretas 2 - Giovanna e Angel (GiAngel)
FanficPelas coincidências do destino, Giovanna e Arlete estão unidas por verdades secretas. A primeira, uma menina da metrópole rodeada de luxo e com caráter esnobe, mas carente de amor. Enquanto a segunda cresceu com amor, numa vida simples do interior e...