Oi, gente. Quanto tempo? Que saudades! Eu sei que falei que só voltaria com a história completa, mas mediante ao carinho de vocês com ela, resolvi mudar meu cronograma e postar mais esse capítulo ❤ E boa notícia: TEREMOS OUTRO CAPÍTULO POSTADO SEGUNDA AGORA. Aguardem! Estamos na reta final. Agora as verdades secretas estão escapando...
Giovanna
" Como uma pessoa individualista, pensar em família - portanto um grupo - é uma ideia romantizada rejeitada por mim. E para tanto ao meu favor, a minha disfuncional pensa como eu. Por isso, ter o Bruno como irmão, ainda mais um irmão mais novo, é quase insignificante. Quer dizer, eu não lembro a última vez que conversarmos sem terminar em uma típica troca de alfinetadas. Nos víamos "unidos" muito mais como rivais pela atenção dos pais e futura herança do que por qualquer laço de afetividade. A única ocasião que chegamos perto - mas ainda tão longe - de algo parecido foi quando ele teve sua overdose. E já fazem 6 anos desde então. Apesar de me satisfazer e fazer questão de dar jus ao título de vadia má, ver alguém tão "próximo" a mim à beira da morte foi um extremo que jamais me encheu os olhos mesmo podendo me despertar, em certos casos, uma frieza que posteriormente eu mesma refletia.
Já o Leopoldo é uma relação ainda mais indiferente que eu mal consigo descrever. Temos idades muito distintas e não acompanhei seu crescimento. Honestamente, achei o auge da loucura minha mãe escolher ter um terceiro filho aos quarenta quando poderia definitivamente estar aproveitando a vida com o personal. Mas, antes eles do que eu! Agora a hipótese de um irmão ou irmã supresa também não seria novidade conhecendo a vida dos meus progenitores, principalmente o meu pai. E uma confirmação dessas com certeza acabaria com meus planos!
Mas quando isso é somado à existência de Fabrício, o filho de Angel, o problema triplica de tamanho.
Entretanto, por mais inaceitável que essa - ainda hipótese - pode soar, está longe de ser inacreditável e admiro minha própria incompetência de nuncar sequer ter cogitado algo que é tudo, menos impossível. Ou talvez eu apenas não quis acreditar para não surtar com a possibilidade de ter uma ligação ainda mais próxima com Angel.
E sinceramente, passaram-se dias e não encontro reação diante disso. Eu poderia, por exemplo, ter cofrontado Angel como sempre, mas não sei. Acho que pela primeira vez me falta... Coragem. E sinto... Medo? Eu tenho tantas perguntas...
Ela sabe?
Ora, claro...! Já ouvi dizer que mulheres sempre sabem quem são os pais de seus filhos. Mas e se... Ela realmente não sabe e crê na paternidade do Gui? E se o Gui descobriu e foi morto por ela? Afinal, ela matou o meu pai, poderia ter feito o mesmo com meu primo.
São tantos 'por quês' sem nenhum verdadeiro 'porque'."
Contudo, suas dúvidas parecem estar prestes a serem sanadas com a visita inesperada de Cristiano. É porque do outro lado da cidade, entre as paredes magentas do local, Cristiano fez questão de apanhar pessoalmente um enigmático envelope branco.
Giovanna havia sido sagaz ao associar fisionomias. Porém, o detetive foi além ao trazer sob sua tutela, o papel que poderá mudar a vida de todos.
À princípio, Giovanna imaginou que deveriam ter fotos comprometedoras ou até o chamado, no mundo policial, dossiê. Isso, até ele revelar um pouco mais o envelope e deixar sobressair o slogan do laboratório genético.
— Mas como você...?
— Por mais que você não mereça, eu ainda sou fiel a você, Giovanna — rebate.
— Até porque não é uma fidelidade gratuita — ela pontua.
Ele então desconstrói sua pose imponente por um instante para sorrir quando joga a cabeça levemente para trás. Giovanna gera esse impacto dúbio. Ela, por outro lado, não parece contagiada com sua breve dispersão.
Em um momento como esse, mas em outra época, Giovanna poderia recompensar Cristiano por sua sagacidade, se atirando sobre seus braços musculosos para enroscar seu corpo no tronco do homem até que sentisse sua body chain gélida a arrepiar por inteira. Mas de repente ele já não é tão atrativo sexualmente como antes. Seu olhar rígido, a boca trêmula, o cabelo preto raspado emaranhado a alguns fios grisalhos, mas ainda rente aos toque dos dedos não despertam mais aquele calor entre as coxas de Giovanna.
A personalidade influencia no interesse e isso é mais do que comprovado diante da irritadiça de Cristiano, com suas atitudes ambíguas. O seu interior não é nada sexy.
Mas ela ainda precisa dele. É até humilhante para uma mulher controladora admitir isso, ainda que internamente.
— Você já abriu? Sabe o resultado?
Ele nega.
— Desde aquele dia que você me expulsou da sua casa, eu sabia que você tinha entendido aonde eu queria chegar. E pra ser ouvido por você, eu tinha que provar. Então — ele estende o envelope em direção as suas mãos — aqui está.
Ela, por sua vez, reluta para pegá-lo.
Se afasta, indo para outra ponta da sala, rente à janela panorâmica e encara a agora gloriosa e ensolarada São Paulo, com nem mero rastro da torrente cinzenta costumeira. Talvez isso signifique que as verdades secretas estão sendo iluminadas. Porém, até que ponto precisam ser descobertas?
Cristiano se aproxima de modo cauteloso de Giovanna e quando pensa que esta se assustou, ela o surpreende arrancando o documento abruptamente. Sem cerimônias para rasgar e pôr o papel interior sob o envelope, parece procurar uma palavra até que volta a erguer o olhar inexpressivo para o investigador.
— Você realmente conseguiu fazer tudo pelas minhas costas e... Triunfou... — ela parabeniza, porém sem rastro de emoção.
Mas Cristiano pode jurar que enxerga seus olhos marejados, como se Giovanna estivesse detendo lágrimas.
— Tenho meus contatos — replica sem denotar modéstia. — Mas então, o que deu o resultado? — ela lhe devolve e ele dá uma rápida conferida.
Naquele momento, Giovanna fica limitada a pensar em qualquer outra coisa que não seja em Fabi. Na sua doçura, no seu carisma e... Na sua debilidade! E novamente sua mente se volta à Angel. Mas sua sensibilidade é invadida por Cristiano, o que a faz a disfarçar e voltar à órbita.
— E agora, o que você vai fazer?
Ele indaga enquanto observa ela fungar profundamente e fechar os olhos como se procurasse as palavras. Até que num súbito os abre acompanhado de um sorriso diabólico.
— Eu não. Você!
Giovanna precisa acabar com Angel, antes que a morena consiga acabar com ela sem nem ao menos se esforçar. E, para isso, a loira dedica alguns minutos para contar seus planos ao homem.
— Mas é o filho dela! Você acha que ela vai negar a salvação do filho por medo de ser presa!? Pelo amor de Deus, Giovanna! — ele exclama assustado ao processar o que ouviu.
— Nem por amor ao diabo é o que vamos ver! — rebate com uma confiança pendante.
Cristiano então lhe dá as costas.
— Você me assusta, Giovanna! Você está cega! Cega! — Ele se vira e a pega pelos braços, que ao contrário sorri de forma sádica com seu descontrole. — Isso é demais, porra! Que direito você tem? Se eu soubesse dessa loucura, eu jamais tinha feito essa merda toda! — esbraveja e a solta com brutalidade.
Giovanna se enfurece e revida com um empurrão furtivo, mas que não o derruba.
— A Angel que não tinha esse direito!!! — Ela grita já numa voz vacilante, mas forte. — Porra, o Fabi tá morrendo! Ele precisa de mim!
Ela completa sem perceber, ainda gritando.
A respiração ofegante de Cristiano logo se cessa com o choque pelo que mais uma vez ouve.
— O quê? Você... Preocupada com o filho da Angel?
![](https://img.wattpad.com/cover/295576301-288-k463114.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Verdades Secretas 2 - Giovanna e Angel (GiAngel)
FanfictionPelas coincidências do destino, Giovanna e Arlete estão unidas por verdades secretas. A primeira, uma menina da metrópole rodeada de luxo e com caráter esnobe, mas carente de amor. Enquanto a segunda cresceu com amor, numa vida simples do interior e...