ᴛᴇᴍᴘʟᴏ ᴅᴏ ᴅᴇsᴛɪɴᴏ

20 5 14
                                    

Após algumas horas de caminhada no lago, sem mais surpresas, chegamos a terra firme. Decidimos nos sentar para descansar e comer algo, Beatriz e eu, dividimos com o grupo os últimos alimentos que tínhamos, duas maçãs e dois pacotes de biscoito e por sorte, Ricardo tinha algumas maçãs em sua mochila.

–Você está bem?

Perguntei a Ayra, que estava com alguns ferimentos em seus braços, abri a minha bolsa, limpei os ferimentos e fiz alguns curativos.

–Claro, àquilo não foi nada e isso são só uns arranhões. Muito obrigado.

Ela sorriu e me abraçou, pude perceber um pouco de tristeza no seu olhar. No fundo, éramos as únicas coisas que ela tinha.
Peguei o mapa dentro da mochila e abri no chão.

–Estamos próximos ao templo, quero ver animação.

Eu disse, Ayra e Ricardo sorriram.

–Vocês podem ir, eu e o meu pai ficaremos aqui.

Disse Beatriz em alto som.

–Como?!

Eu e Ayra estávamos indignados. Ela não poderia nos trair nesse momento.

–Damian, você sabe muito bem o motivo pelo qual eu decidi vir a essa missão idiota.

–Beatriz por favor não começa, estamos quase no fim da noss missão.

Ayra queria falar algo, e ao mesmo tempo não queria discutir.

–Não começar? Amália é uma feiticeira milenar, como disse Ayra. Por que ela mesma não veio até aqui? Sem contar aqueles três malucos, Tânia, Dereck e o Vandal. Vocês sabem muito bem o poder deles, e sabem que não temos chance. Eu não vou perder o meu pai ou morrer, por uma briga que não é minha.

Ricardo se levantou de onde estava sentado, ao lado de sua filha e sentou-se ao nosso lado. Quando ele percebeu que eu iria falar algo, colocou a mão no meu ombro. E eu me calei.

–Filha, como você pode ser tão egoísta, ao ponto de conhecer a importância da caixa que estamos procurando e ainda assim, colocar os seus interesses próprios acima disso?

–A única coisa que importa para mim agora, é vê-lo são e salvo, pai. Você ficou perdido durante um mês aqui. Eu vim até a Amazônia por você, eu fiz coisas por você.

Ela colocou as mãos no rosto de seu pai enquanto falava isso, pude perceber que ela tinha lágrimas nos olhos, mas o seu pai permanecia com uma postura rígida e imponente, o seu olhar era frio, mas não de um jeito ruim.

–Não, você não se importa comigo. Se tivesse o mínimo de preocupação comigo, estaria a esse momento comemorando por estarmos perto do templo. Eu passei esse tempo todo aqui, procurando o templo, por que eu sabia que se eles, o encontrassem primeiro, você não estaria salva, não só você, como toda a terra não estaria a salva.

Beatriz não deu mais nenhuma palavra. A sua expressão facial de dor, as suas lágrimas já demonstravam tudo o que ela estava sentindo naquele momento. Ela pegou a sua mochila que estava no chão, e saiu andando sem olhar para trás. Eu tentei acompanha-la, porém seu pai entrou na minha frente.

–Deixe-a, ela nos acompanhará, depois.
Eu pensei em questionar, mas o tempo estava correndo, já deveriam ser quase meio dia.

–É melhor seguirmos viagem. Estamos há quase uma hora do local.

Ayra levantou-se, saiu andando e nós a acompanhamos, eu não quis dar nenhuma palavra relacionada ao que havia acontecido, eu estava magoado com Beatriz e ao mesmo tempo preocupado.
O caminho era fechado, quanto mais nos aproximavamos do templo, mais galhos e plantas atrapalhavam a nossa rota. Passada uma hora de caminhada, havíamos chegado no local.
O local onde o templo estava, era muito extenso e totalmente livre de árvores, havia somente um gramado verde e vivo no chão. No centro deste campo, estava o templo do destino, era uma pirâmide com a escadaria imensa, eu mal podia ver a a sua entrada no topo. Todos que estavam comigo, ficaram maravilhados. Subimos as escadas, levamos dois minutos para chegarmos ao topo. Na entrada, havia uma imensa porta de madeira que estava fechada, eu, Richard e Ayra conseguimos abri-la, com um pouco de dificuldade. Dentro, havia um extenso lago de fogo, com uma pequena ponte que levava ao centro do templo, lá estava um pequeno altar com a caixa, ela era preta com uma esfera cor branca centralizada ao meio. Nas paredes do templo, haviam escritos em uma linguagem que eu não conhecia, dentro do templo haviam seis colunas, o teto do templo era totalmente aberto, nos possibilitando ver o céu. Antes que pudéssemos dar o primeiro passo dentro do local, sentimos uma descarga elétrica atravessar o nosso corpo e nos deixar inconscientes.

Os DefensoresOnde histórias criam vida. Descubra agora