Cαρíтυlσ viитє є qυαтяσ (ραятє υм)

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2009, Mystic Falls

"Porque nada volta a ser como era antes. Depois que algo é quebrado sempre vão existir marcas que vão provar que algo esteve errado. Não existem segundas chances quando um coração é magoado. Não existem outras oportunidades para algo que se deixou passar."

Eu literalmente amanheci na floresta.

Ainda não caiu a ficha de que Lexi havia falecido. Parecia que eu apenas estava em um pesadelo e que depois que acordasse, eu veria Lexi. Porém, nada disso era pesadelo, era real. Ela havia partido.

Meu coração dói como se alguém estivesse enfiado uma estaca no mesmo. Eu queria que essa dor passasse, mas a cada minuto, meu cérebro faz menção de lembrar que ela está morta, que não terei mais aquela alegria, aquele sorriso, não ouvirei eu sendo chamada de "pirralha", eu não ouvirei...

"É preciso encarar a dor da perda de frente. Por mais que isso doa, massacre. É preciso ser forte, mas também podemos nos permitir sofrer. A força é justamente reconhecer o tamanho da dor, vivê-la, tentar sobreviver a ela, e um dia transformar essa dor em saudade, sabedoria, maturidade."

Preciso seguir em frente! Mesmo que seja difícil. Eu preciso!

Levantei-me do chão e limpei minhas roupas que estavam sujas de barro. Minhas costas doíam por causa da posição em que passei a noite. Minhas pernas formigavam pela falta de movimento e aposto que meu rosto está inchado de tanto chorar.

Enquanto andava, chutava algumas folhas. Novamente, memórias retornaram e não pude conter as lágrimas. Eu só quero que essa tortura acabe.

Não poderia ir para a Pensão. Não iria conseguir olhar na cara de Damon, portanto, estou seguindo caminho para a casa de Brandon. Eu sei que irei ter que voltar para a Pensão e ver Damon, mas não hoje, não nesses dias. Não consigo o perdoar, não consigo...

"Perdão é a palavra que se aplicada e dita, cura nossas dores, sara nossas feridas, encontra-se paz, e apaga nossas mais fortes magoas, o único remédio gratuito que devemos aplica-lo sem obrigatoriedade em nosso coração."

A casa de Brandon era a segunda de sua rua. Subi às pequenas escadas da varanda e bati na porta que foi aberta logo em seguida por um Brandon preocupado. Brandon obtinha olheiras, a feição cansada e cabelos bagunçados. Logo que me viu, abraçou-me, fortemente.

- Maya! Graças a Deus. - ele suspirou aliviado - Onde você estava?

Abri a boca várias vezes mas nada saía. Brando percebeu e disse:

- Não, tudo bem! Não precisa falar, OK?

Assenti, levemente.

Brandon me puxou para dentro de sua casa e me guiou até o sofá.

- Quer uma água? Comida?

Neguei e me encolhi no sofá.

- Hum... Quer tomar banho? Pode usar meu banheiro se quiser e pode pegar uma das minhas camisetas. - ele ofereceu ainda com um semblante, preocupado.

- P-pode ser.

Brandon abriu um breve sorriso e me ajudou a levantar. Subimos às escadas e ele me guiou para seu quarto. Era um quarto simples apenas para uma pessoa. Brandon logo abriu o armário e de lá, tirou uma camiseta.

- Aqui. - me entregou a peça de roupa - Olha, no gabinete do banheiro tem toalhas limpas, sabonetes e escovas de dentes, fique à vontade, tá? - assenti - Enquanto você estiver no banho, irei preparar um lanchinho pra você. Ah, você pode jogar suas roupas no cesto pra eu lavar depois, OK?

𝐀 𝐒𝐚𝐥𝐯𝐚𝐭𝐨𝐫𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora