A descoberta

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Nestha

Nestha acordou colocando as tripas para fora, como todos os dias ultimamente. Ela não sentia vontade de fazer nada. Treinar então era uma coisa impensável.

Devido sua doença repentina, Cassian havia ficado mais protetor. Ele a seguia como se ela fosse uma criança.

Porém, os enjoos não passaram e mesmo sem vontade, Cass começou a fazer os trabalhos da corte.

O seu parceiro não era o único com o senso de proteção. Emerie e Gwyn quando viram o estado dela - sendo sincera, deplorável - se transformaram em enfermeiras muito solícitas.

Nestha saiu do banheiro, limpando a boca e trocando de roupa. Nem precisou sair do quarto para que a Casa providenciasse um prato cheio de comida para ela.

Passos leves e ligeiros encheram o corredor e, de supetão, a Gwyneth abriu a porta. A sacerdotisa estava com os cabelos castanhos-avermelhados desalinhados e os olhos arregalados.

Foi então que Nestha sentiu.

Cassian

As montanhas estavam mais quentes por conta do verão, a neve já havia evaporado. Ele conseguia ver as pedras rochosas. O céu era lindo, azul e cintilante, o sol queimava mais intensamente do que nos outros dias. Aquilo formava uma paisagem belíssima, que faria - com certeza - Feyre pensar em uma pintura.

Infelizmente, Cassian estava conversando com os generais. E pelo Caldeirão, como eles eram teimosos!

As rainhas já haviam sido mortas há algum tempo, e havia se instaurado a paz.

Paz até demais.

Dos pequenos grupos illyrianos tinham se unido com Hybern na guerra, a maioria já havia sido morta. Contudo, alguns infelizes são mais resistentes que baratas. E o pior, são encobertos por guerreiros mais velhos que não aceitam o domínio de Rhysand.

Ele não estava aguentando esperar. Ness havia vomitado a noite inteira e aquilo atormentava Cassian. Que ele fosse uma galinha superprotetora, mas queria ver sua parceira bem!

Ele estava tendo pesadelos. De ver sua amada deitada numa cama morta. Feéricos não tinham doenças, tentava se assegurar, mas... algo estava errado. Nestha lhe falou que talvez fossem suas regras chegando, ou, por ela ter sido humana, era diferente dos outros Grão-feéricos.

O general havia terminado por hoje, pelas graças da Mãe e se pôs a caminho de Velaris.

Ele começou a tentar enviar mensagens para sua esposa, porém ela não respondia. Cassian começou a bater mais rápido as asas.

Na última vez que ele havia visto ela estava dormindo calmamente na Casa.

A estrutura já aparecia no ambiente, quando Cassian viu Gwyn acenando freneticamente. O coração do guerreiro balançou, ele rasgou o ar e pousou se ralando inteiro. Ele correu rapidamente.

— Onde ela está? - sua voz estava falha e nem um pouco gentil.

— No quarto. - Gwyn saiu da Casa provavelmente para pedir ajuda.

Cassian atravessou os cômodos num instante. Nestha estava escorrada na parede com um sorriso de orelha a orelha.

O nariz de Cassian se encheu com um perfume doce e ele deu uma risada alta.

Nestha estava grávida.

Sua parceira estava grávida.

Ele iria ser pai.

Ele a pegou no colo, apertando-a. Seu coração estava cheio de alegria.

— Cassian, pelo caldeirão, me coloca no chão. - Os olhos dela estavam com lágrimas. - Nós vamos ter um filho Cass.

Ela o puxou para perto e encostou sua testa na dele.

— Como eu vou adorar ter uma borboletinha correndo pela casa, Ness. - com uma voz rouca.

— Borboletinha? - a sobrancelha dela arqueou.

— Eu sei, Nestha, algo me diz que vai ser uma menininha.

As mãos dele tremiam quando ele segurou o rosto da parceira.

— Eu te amo, Ness. Te amo mais do que a eternidade. E vou amar essa pequena como minha vida - o guerreiro illyriano a aconchegou em seu peito.

- Eu te amo, Cass. Pela eternidade. - a Lady da morte o interrompeu, selando um beijo.

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