Rhysand
Há vários séculos, existia uma comemoração que a família de Rhys celebrava quando ele e Mor eram crianças. A festa era para os pequenos. Os feéricos pararam de festejar após a criação da muralha.
O Grão-senhor se lembrava que o feriado era parecido com o Solstício de Inverno. Ele amava sair para comprar com a sua mãe e a irmã. Mas seu pai sempre foi contra. Achava que era um desperdício de verba, que não havia sentido em distribuir os presentes.
Contudo, Rhysand não era seu pai. Ele desejava que Nyx tivesse uma infância incrível. Ele queria que Nyx tivesse a quem recorrer, e pela Mãe, ele teria. O herdeiro tinha um exército de feéricos o protegendo, das Archeron aos illyrianos mais poderosos da história.
Mas isso não era o suficiente.
Rhysand almejava que ele fosse uma criança, que brincasse. Uma criança em um mundo seguro.
Eles sabiam dos riscos, Hybern, por mais que morto, ainda era uma ameaça. As rainhas os rodeavam.
O Círculo Íntimo precisava de paz. E o que traria mais paz do que um dia das crianças?
Feyre e ele organizaram aquilo por meses e queriam que fosse perfeito. As decorações eram coloridas e os doces quase davam dor de cabeça. Cada um comprou um presente para Nyx e entregariam em um jantar no feriado. Sua companheira estava toda animada e isso a deixava mais linda, sua roupa era de frio, uma camisa e uma calça que demarcava sua bunda.
Nyx estava com as bochechas rosadas devido o frio e com uma roupa preta forrada de lã internamente. Ele havia aprendido a sentar e soltava algumas palavras soltas. O Grão-senhor transbordava orgulho do filho. De uma forma que seu coração apertava. Ele nunca... Nunca conseguiu imaginar que um dia estaria assim. Com uma parceira amorosa, sua família (mesmo que para implicar) e um filho.
Eles saíram do palacete que morava com Feyre e voaram até a cabana. A casa era pequena, mas trazia uma felicidade e comodidade a ele de uma forma inimaginável. Rhysand agradeceu a Mãe por o fazer com a habilidade de transportar coisas, pois ele nem conseguia pensar como levaria todos os presentes nas mãos.
Os três entraram e viram ao redor. As velas e a lareira deixavam o ambiente com um tom amarelada confortável.
Lá estavam Azriel, encostado na porta que ligava a sala aos quartos, com dois embrulhos embaixo do braço; Morrigan, com um chapéu em forma de cone na cabeça; Viviane, que balançava sua filha, tentado acalmá-la e conversava com Mor ao mesmo tempo. A bebê era encantadora e sorridente, ela tinha os cabelos brancos e pele alva como os pais. Kallias não havia vindo, estava ocupado comandando tropas contra os espertinhos que ousavam tomar pedaços da Corte Primaveril; Amren descansava sentada ao lado de Varian, que comia os docinhos "escondido". Por fim, Cassian e Nestha, que se comportavam como namorados adolescentes no sofá.
Lucien não quis ir, e Elain tinha ido viajar para o continente, para observar as tulipas de lá.
Ness, ao ver Feyre com Nyx em seu colo, deu uma corridinha apressada.
― Eu primeiro! - com um sorriso avassaldor, enquanto pegava o bebê, ao que o nenêm correspondeu com uma gargalhada sonora.
Sua cunhada se tornara uma tia tão devota a criança que Rhysand pensava que iria mimá-lo. Em uma tarde, Nestha ameaçara Amren com as palavras "rato raivoso" quando a menor resolveu pegar a criança.
Com a voz alegre, Feyre chamou todos para comerem. Foi então que o olhar dela cruzou com o do Grão-senhor, e ele chamou sua senhora e os illyrianos para a cozinha.
Feyre olhou para a irmãa, que colocava o bebê em suas coxas com jeitinho para não machucar suas pequenas asas, e continuou o caminhar.
― Se a Feyre for cozinhar, você que irá apagar o incêndio. - falou Cassian para Azriel, que retribuiu com um riso baixo.
― Eu ouvi isso. - disse ela com falsa reprimenda e foi a vez de Rhys sorrir.
Ao chegarem no cômodo, ele fez surgir uma dúzia de caixas embaladas em papéis de estampas horrendas.
Ele sabia que seus amigos não tinha aquela comemoração e... ele queria, desejava que eles tivessem. Poderia parecer egoísmo, porém ele almejava que eles recuperassem suas infância.
― Para vocês! Feliz dia das crianças! - falou, rouco de emoção.
Cassian se calou, olhando para a pilha colorida, quando seus olhos encheram de água. Azriel também ficou quieto, seus braços se esticaram ao longo do corpo. Quebrando a paralisia, sua Grã-senhora o olhou com devoção, abriu um sorriso, tão bonito quando o da Queda das Estrelas, e pulou na direção dele para um abraço.
― Ah, querida - disse o parceiro entre os cabelo dela.
― Então tudo isso foi um plano? - Cassian perguntou, secando as lágrimas e vindo abraçá-lo - Ora, venha você também - exclamou com animaçção, puxando Azriel para o carinho coletivo.
― Vocês ainda vão me matar! - murmurou Rhysand, com o rosto se iluminando.
― Não teríamos essa sorte! - puderam ouvir Nestha berrar da sala.
Eles voltaram para a mesa rido e todos conversaram animadamente - inclusive Amren, que estava emburrada, pois Cass havia feito uma piada com sua altura.
E foi assim que Rhysand soube que tudo ficaria bem
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headcanons de euleitorafernanda
Fanfictionsurtos que talvez me levem para a ala psiquiatrica