O primeiro Solstício de Inverno de Nyx

75 3 0
                                    

Rhysand observava a paisagem pela janela. Velaris estava inquieta, mesmo com as lojas fechadas devido ao feriado.

Os flocos de neve caíam serenos no solo, cobrindo a grama verde por um branco puríssimo. Seu nariz e as pontas dos dedos estavam congelando.

Uma barulheira acontecia na cozinha. Os servos trabalhavam arduamente para encher a mesa de jantar ao fim do dia.

O solstício era um evento muito importante para a Corte Noturna, consequentemente, também era importante para o Grão-Senhor.

Porém, tinha um pequeno detalhe que deixava este Solstício de Inverno mais especial; era o primeiro da vida de Nyx. Sim, o bebê ainda era uma bolinha fofa de bochechas rosadas, mas Rhys queria dá-lo a lembrança mais feliz possível.

Sua casa estava cheia, no cômodo ao lado, seus irmãos e a sua Grã-Senhora brigavam e arrumavam empenhados a decoração do festival. Ele ouvia o tilintar das taças e os passos apressados dos criados, que andavam de um lado para o outro.

Rhys olhou para sua roupa que repousava sobre a sua cama esticada. O Grão-Senhor tirou a roupa de dormir e se encaminhou para a sala de banho. A banheira o esperava bem quente e com espuma.

O illyriano entrou, soltando um suspiro.
Tudo tinha que ser perfeito. Já estava sendo.

Desde o mês anterior, ele e Feyre estavam empenhados em tornar aquele dia o mais especial. Compraram enfeites, presentes e muitas roupinhas para o príncipe. Muitas roupinhas! Isso já estava virando um passatempo.
Rhysand se esfregava com o sabonete de pinho e massageava a cabeça com o shampoo.

Secou-se e saiu do banheiro com a toalha na cintura. Bateu o dedo indicador nos lábios, pensando se usaria mesmo aquela muda de roupa.
Colocou o conjunto preto e o terno de tecido grosso, normalmente utilizaria uma combinação de lã, mas, novamente, ele queria algo especial.

Como se tivesse alguém o espionando, Rhys andou lentamente até a penteadeira da esposa e deu uma dedada no rouge da Grã-senhora, precisava de uma cor em suas bochechas. Rhysand olhou para os lados ao devolver a caixinha para seu lugar.
Limpou os dedos na toalha antes de colocar os sapatos.

Rhys assobiou enquanto saia do quarto, andando pelo corredor até a sala da Grã-senhora. Porém, no meio do percurso, escutou a voz dos irmãos discutindo baixinho.

Ele abriu a porta devagar, tentando assimilar o motivo da discussão. Contudo, com muito pesar, Rhysand escutou essas palavras saírem da boca do Encantador de Sombras.

— Cara, você sabe, dois são mais fortes que um.

— Não sou covarde, consigo levar as minhas batalhas sozinho.

O Grão-senhor empurrou a madeira o suficiente para que fizesse barulho.

— Me surpreende que queria isso, irmãozinho. Está tão aterrorizado assim?

— Não era essa a proposta. É que agora você é pai, Rhysand. E já está velho demais. — disse com um tom condescendente — Estava sugerindo para que peguemos leve com você, para que o nosso sobrinho ainda tenha…

— Com medo?

Os passos dos dois se aproximaram, e eles encostaram o corpo como dois galos de briga. Pode ver pela visão periférica, Cassian sentar-se na poltrona e olhá-los com diversão.

— Ele te chamou de bundão! — inflamou o illyriano.

— Aposto que Nyx consegue desbancá-lo. É um legado. Daqui alguns anos, será o meu filho que ganhará de você!

Az deu uma risada forçada.

— Eu duvido!

— No dia em que meu filho ganhar de você, Azriel, eu farei uma festa que durará uma semana inteira. Um feriado!

headcanons de euleitorafernandaOnde histórias criam vida. Descubra agora