stick together • jikook

7. score final

🏒❄️⛸️

As figuras que passavam rapidamente pela janela do ônibus e a bagunça dos jogadores de hóquei nos bancos do veículo não eram suficientes para chamar a atenção de Jimin, emburrado no caminho para a Universidade de Seul para competir na final do campeonato universitário.

A imagem de Jungkook decepcionado não saía da sua cabeça, os olhos grandes arregalados de dor passeando livremente pela sua consciência e o impedindo de se contagiar com a animação de seus amigos, que no momento cantavam o hino da Yonsei a plenos pulmões.

Já se passara uma semana desde que toda a verdade tinha vindo à tona e Jimin ainda não entendia como tudo aquilo tinha acontecido tão abruptamente. O rosto do patinador e todos os momentos que passaram juntos não o deixavam dormir à noite, assombrando-o por ter perdido Jungkook tão rápido — e tudo por causa de palavras ditas sem sentido.

Sabia que tinha errado. Afinal, julgara Jungkook antes de conhecê-lo e se arrependia com forças de todas as besteiras que tinha falado em um momento de raiva efêmera, irracional.

Seu coração abatido pedia — implorava — para que encontrasse Jungkook e explicasse toda a besteira que tinha feito; porém, sua cabeça o impedia, com medo da reação do patinador. Era a batalha sem fim da sua vida: seguir seu coração ou se manter preso à sua mente?

Estava tão perdido que somente notou a presença de Jin ao seu lado quando recebeu uma cutucada no ombro. O rosto bonito de seu hyung era serene; porém, seus olhos não escondiam a preocupação com seu dongsaeng preferido (nunca admitiria em voz alta, entretanto).

— E aí, 'cê acha que a gente ganha de quanto?

— De virada é mais gostoso — deu de ombros, desconectado. Ouviu um suspiro leve e suprimiu a vontade de revirar os olhos.

— Eu sei que você quer revirar seus olhos pra mim, Jimin — começou Jin, sério como apenas um irmão mais velho podia ser. — Mas não estou nem aí pra sua atitude. O que me importa é saber se você está bem.

— Ah, hyung, o que você acha? — perguntou sarcasticamente. — Falei um monte de merda que foi gravada de algum jeito que não faço ideia e o Jungkook ouviu tudo, cada pedacinho de bosta que saiu. E agora eu perdi a melhor pessoa que conheci nos últimos tempos por pura burrice. Como você acha que eu estou?

Seokjin observava Jimin cautelosamente e não se ofendeu com o tom azedo de sua fala. Não podia dizer que o conhecia desde pequeno, mas já entendia que o capitão podia soar meio brusco em certas ocasiões — principalmente quando estava chateado. E, em todos os anos que o considerava como amigo, nunca o tinha visto tão aborrecido como nos últimos dias.

— Eu acho que você precisa conversar com o Jungkook — declarou, sem rodeios. — Ele não é nenhuma criança, pode ser até mais maduro que você. Se você explicar tudo o que aconteceu, ele pode entender o seu lado.

E foi nesse momento, depois das palavras que já permeavam a sua cabeça há dias finalmente saírem, que Seokjin viu Jimin se abrir de verdade.

— Jin-hyung, eu gosto muito dele. E se ele me rejeitar? Não é melhor ficar sem saber o que pode acontecer do que estragar tudo de vez? — A vulnerabilidade que carregava o olhar de Jimin era algo inédito para Seokjin. O defensor do time de hóquei precisou conter a vontade de apertar aquelas bochechas fofas, imaginando que ele se fecharia com o gesto.

— Você precisa enfrentar essa situação de frente. Deixar de lado só vai trazer ressentimento pra você e pra ele. Não faz isso com você dois, Jiminie. Conversa com o Jungkook, tenho certeza que ele vai parar pra te ouvir.