Capítulo 11: O Vale de Imladris, Parte II

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Quando os primeiros raios de sol adentraram o quarto onde as duas garotas dormiam, Débora acordou de súbito. E em seguida, cutucou a amiga, que dormia tranquilamente.

"Acorda, Bela Adormecida!", disse Débora.

"Só mais cinco minutinhos!", replicou a ruiva, apanhando um travesseiro e o colocando sobre sua própria cabeça.

"É melhor acordar logo ou os anões e a Amanda vão acabar com toda a comida!", afirmou a morena.

"Saco! Nem aqui eu tenho o direito de dormir o dia todo!", reclamou Lívia, se arrastando para fora da cama.

Depois apanhou sua varinha e pronunciou o encantamento 'Amato Animo Animato Animagus' pela última vez ao nascer do sol.

"Tá ouvindo isso?", perguntou a ruiva, após largar a varinha sobre a cama.

"Isso são pôneis?", perguntou Débora.

"Será?", respondeu Lívia, com outra pergunta.

No momento seguinte, correu para fora do quarto vestindo apenas uma camisola branca e um tanto reveladora. Sua ansiedade era grande demais para que ela se preocupasse em ser vista pelos elfos ou o que fosse.

Depois de alguns minutos de corrida, encontrou os estábulos da casa de Lorde Elrond. Lá dentro, dezoito pôneis relinchavam alegremente. Tão alto que o cavalo branco de Gandalf parecia um pouco incomodado.

"Argo! Você nos encontrou!", exclamou a garota, correndo até seu querido amigo e o abraçando.

"Os animais conhecem o caminho de casa!", disse Lindir, que acabara de chegar.

"Lindir! Oh, meu santo Eru!", exclamou Lívia, envergonhada por estar vestida daquele jeito e ainda mais na frente do elfo. "Perdão, eu perdi o juízo! Eu só queria ter certeza que não estava ouvindo coisas. Estou tão feliz por meu pônei estar aqui!"

"Não se preocupe, creio que ninguém a viu! Está cedo ainda, deveria voltar para dentro.", disse o elfo, tranquilizando a ruiva. "Terá muito tempo para ficar com seu amigo depois do café da manhã!"

"Certo, me desculpe por isso! Eu vou voltar para o meu quarto já!", replicou a outra. "Até mais tarde, Argo!"

Dito isto, a ruiva se despediu de Lindir e começou a trilhar o caminho de volta. Até que esbarrou com um anão que observava o belo nascer do sol no Vale de Imladris.

"Thorin! Merda! Não me pergunte nada!", pediu Lívia, que, a essa altura, já estava vermelha de vergonha.

O rei anão a encarou por um breve momento e então riu, mas de uma maneira que a garota nunca imaginou que ele pudesse ser capaz.

"Qual é a graça?", perguntou Lívia, um pouco assustada, mas também confusa.

"Você é maluca!", respondeu Thorin, com um sorriso bobo nos lábios.

"Falou o bipolar!", retrucou a ruiva, fazendo troça do anão. "Se me dá licença, tenho mais o que fazer!"

Assim, a garota voltou a correr até entrar porta adentro. Depois, se xingou mentalmente por ser tão impulsiva.

"O que descobriu?", perguntou Débora.

"Que os pôneis e o cavalo de Gandalf encontraram Valfenda sozinhos!", respondeu Lívia, sorrindo. "Isso não é incrível?"

"É sim! Mas por que esse sorriso bobo?", perguntou a morena.

"Nada!", respondeu a ruiva, voltando a ficar séria. "Eu encontrei Lindir nos estábulos, fiquei com tanta vergonha! Não deveria ter saído assim, só de camisola!"

Escarlate: Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora