Capítulo 19: Na Cidade do Lago

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A companhia estava reunida novamente, todos queriam saber como Lívia havia escapado do Reino da Floresta. E enquanto alguns enchiam a garota de perguntas, outros olhavam com desconfiança para a elfa, que os observava, sentada em um canto.

"Vai me contar o que rolou entre o elfo e você?", perguntou Débora, num sussurro, ao pé do ouvido da amiga.

"Como assim 'o que rolou'?", respondeu a ruiva, com outra pergunta. "Não rolou nada, pelo menos, não da minha parte!"

"Conta outra, Lili!", retrucou a morena.

"Ok, eu te conto depois!", replicou a feiticeira, derrotada.

"Por que tem um dos orelhudos entre nós?", rosnou Dwalin.

"Não sei, mas Lívia disse que a elfa é sua amiga.", respondeu Thorin, sem se importar muito com o pequeno detalhe. "Contanto que não se meta em nossos assuntos ou tente nos impedir de entrar na Montanha, está tudo bem!"

"Mas e quanto a Kili?", perguntou o outro, com uma carranca no rosto. "Já viu a cara de idiota dele?"

"O que quer dizer com isso?", respondeu o rei anão, com outra pergunta.

Estava confuso.

"Espero estar errado, mas Kili parece encantado pela elfa.", respondeu Dwalin, sucinto.

Thorin ficou estático e parecia incrédulo com a afirmação do amigo, mas não podia negar que aquilo fazia sentido.

"Uma flecha de Morgul?", perguntou Oin, muito interessado e, ao mesmo tempo, assombrado. "Como você sobreviveu, menina?"

Logo a atenção do líder da companhia foi ganha pela pergunta do velho curandeiro. No momento seguinte, encontrou o olhar de sua amada, é claro que ficou muito chateado por não estar lá para ela quando esta precisou dele. Mas a situação em que estavam horas atrás não lhe permitiu fazer nada além de se preocupar com a própria vida.

"Os elfos me ajudaram.", respondeu Lívia, dando de ombros. "Depois de eu insistir muito, Thranduil me deixou ir! E convenci Tauri a me seguir, não queria ir embora sozinha. Fora que tinha meus motivos pra trazê-la comigo!"

"Você não é daqui, é?", perguntou Bard, curioso com a forasteira.

"Não.", respondeu a garota, com um sorriso tímido.

Era a primeira vez que encarava o arqueiro, não podia negar que o mesmo era um homem muito bonito.

"E o que você é, senhorita...ãhn?", começou Tilda, se aproximando da referida.

"Gryffindor!", disse a ruiva. "Sou uma feiticeira e meu passatempo favorito é enganar a morte!"

A pequena menina sorriu, com os olhos brilhando de excitação e curiosidade. Isso fez Bard sorrir também e que sorriso! Lívia chegou a pensar em como era estranho o fato do arqueiro ainda não ter voltado a se casar. Em sua opinião, era um desperdício vê-lo sozinho.

"Você tem uma varinha?", perguntou Tilda, animada.

A feiticeira cogitou apenas responder afirmativamente, mas achou que seria melhor mostrar. Então sacou sua varinha rapidamente, fazendo Tilda olhar para a mesma boquiaberta. Pensou em feitiços mais simples, mas algo lhe ocorreu. Enquanto a menina a encarava, com expectativa, a outra fechou os olhos e lembrou-se do dia em que Thorin lhe disse que a amava, e essa era uma lembrança muito feliz.

Logo acenou com a varinha e disse:
"Expecto Patronum!"

Em segundos, uma névoa pálida se projetou da ponta de sua varinha e uma pequena raposa surgiu, correndo no ar e saltando sobre as cabeças de cada um ali. Tilda estava maravilhada, até mesmo Tauriel ficou impressionada com aquela magia estranha, mas bonita de se ver.

Escarlate: Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora