1. come back soon

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Anneliese [...]

Sentia como se meu corpo fosse desmoronar-se, ver aquele homem na minha frente, chorando, me matava, era a segunda vez em que eu o via daquela maneira, em tanto tempo, e me corroía por dentro de pensar que seria a última.

  - Não me deixa, você é a única coisa que eu tenho. 

Foram suas palavras, eu sentia sua sinceridade, seu amor e sua compaixão, apenas com aquelas únicas palavras, enquanto ele agarrava minha cintura e segurava minha cabeça, meu corpo gelado, prestes a ser somente ele ali.

  - Eu te amo... Dixon. 

Esforcei-me a falar, com tamanha dor que sentia, mesmo assim, saiu de forma natural, apenas descrevendo meu sentimento, tão grande e puro.

  - Eu tô implorando Anne... Não vou suportar sem você.

Passei minha mão no seu rosto, sentindo por uma última vez sua pele ardente, a barba por fazer e limpando aquelas lágrimas que cobriam os belos olhos azuis dele, aqueles pelos quais eu me apaixonei no primeiro instante. Fiz um som com os lábios, como se pedisse silêncio, e ao mesmo tempo cantarolava baixinho, aproximei seu rosto e deitei  a cabeça dele em meu peito.

  - Foi o homem mais forte que já conheci desde os fins dos tempos, se me ama quanto eu te amo, sabes que vou odiar te ver... - tossi um pouco, com dificuldade em dizer - te ver fraco, não faça o amor te tornar fraco, Dixon. Seja forte, em dobro agora, por mim e por ti. - beijei sua testa. 

[...] Dez meses atrás.

Depois de alguns anos, era preciso voltar, reencontrar o meu pai, amigos e conhecidos, eu sentia falta de ter um lar, pessoas e famílias por perto, mas nunca foi fácil conviver com meus passados inimigos, por mais que muitos deles hoje tenham se tornado grandes amigos. 

Lá estava eu, parada em frente aos portões de Alexandria, esperando um pouco de coragem subir pelo meu peito e encarar tudo aquilo de volta, eu não pretendia ficar, já previa que não seria bem recebida, entretanto eu necessitava, eu sentia saudade.

Dei alguns passos longos, assenti para Michonne quando a mesma abriu o portão e sorri ao ver a pequena Judith passar por mim, ela havia crescido tanto desde a última vez em que a vi. Um sorriso se formou em seus lábios e depois encarei o Rick Junior, no qual eu nunca tinha conhecido, estendi a mão num "toca aqui" e abracei Rosita, que estava com um bebê no colo, como era possível sobreviver tantas crianças aqui?

  - Esse lugar está tão conservado, essas pessoas... - falei para Michonne enquanto andavamos por alí. - Carol? Maggie... Jesus, Daryl? - a olhei, parecia apreensiva - não me diga que se foram...

  - Maggie foi embora a um tempo, não consegue conviver com o seu pai... Carol está no reino, Jesus caçando e Daryl foi embora desde  a explosão, estão todos bem. Não enfrentamos nada nos últimos seis anos, a vida aqui tem corrido muito bem. - ao andar, senti os olhares apreensivos sob mim, todos aqueles que passavam e me reconheciam, eu me sentia meu pai andando por aquele lugar.

  - Meu pai, onde está? - perguntei, Michonne apontou para um homem catando tomates, ri achando graça daquilo. Negan Smith, esmagador de miolos plantando tomates? Só podia ser uma piada, caminhei até o mesmo, que se virou com algo de plantar em mãos, abriu um belo sorriso e tocou a minha mão.

  - Esse é seu castigo? Cuidar de um plantio em troca de viver? Achei que seria melhor que isso, Negan - ri ao dizer.

  - Porra, você tá a cara da sua mãe.

  - Nhe, é impressão sua - Brinquei rindo e dei alguns tapinhas no seu braço, logo sendo interrompida no meu momento pai e filha por um senhor jogando um tomate em Negan, que espirrou em mim.

Dangerous | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora