❷❷, Peter Parker

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Peter Parker

Peter Parker

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Oceana deslizou seu dedo pela fotografia e sorriu abertamente

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Oceana deslizou seu dedo pela fotografia e sorriu abertamente. Ali estavam ela e Gwen Stacy, ambas com o rosto coberto por sorvete de pistache e menta. Se lembrava perfeitamente daquele dia, estavam comemorando o primeiro artigo de Peter que havia sido publicado em um dos jornais locais de Nova York, depois de longos anos tentando uma chance.

A foto estava pregada a parede do quarto de Peter, assim como muitas outras do grande trio. Fazer ensaios com a câmera profissional do amigo, que a havia ganho como um presente de natal do tio Ben, era um de seus passatempos favoritos. Passavam horas e mais horas circulando entre o Brooklyn e o Queens, fazendo poses ou fingindo serem duas artistas famosas que fugiam de um paparazzi.

A O'Neal ainda não entendia como podia estar ali. Como havia simplesmente deitado em sua cama em Hogwarts e, então, acordado sobre o chão do melhor amigo. De alguma forma aquilo não parecia certo, mesmo que fosse a sua casa.

— Oceana? - chamou uma voz quebrada. Girando nos calcanhares, a garota o fitou. — Você... você voltou!

Era Peter, e ele estava quase exatamente como se lembrava - exceto pelo corte de cabelo que havia mudado. Agora estava mais acentuado, volumoso em cima e raspado perto da nuca. Mas fora isso, permanecia o mesmo rapaz de sempre.

Ele não tardou em deixar suas sacolas irem de encontro ao chão e prender a bruxa em um abraço apertado. Oceana afundou o rosto no pescoço do Parker, sentindo o odor rotineiro de um perfume amadeirado e um pouco de suor invadir suas narinas.

Sim, definitivamente era o seu Homem-Aranha.

— A Tia May não te viu entrar com esse uniforme? - perguntou brincalhona, ainda sem se afastar do rapaz.

— Ela ficou de plantão no hospital, preciso ir buscar-la mais tarde. - deu de ombros.

Separando-se, a garota negou com a cabeça. O traje vermelho e azul de Peter estava sujo como nunca, e percebeu ainda como os olhos de Peter estavam inchados e a dificuldade para respirar direito - claro que ele tinha adoecido de novo, pensou a O'Neal.

— Quantas vezes por mês você pega o mesmo resfriado? - indagou nervosa, respirando fundo depois.

— Talvez umas três... parei de contar tem um tempo! - riu.

Oceana revirou os olhos, caminhando em direção ao guarda-roupa do amigo e apanhando-lhe um conjunto preto de moletom. O jogou contra o rosto de Parker, que resmungou, mas mesmo assim se arrastou ao banheiro para se trocar e lavar o rosto.

A corvina buscou a sacola que estava jogada no chão e sorriu ao ver um bilhete de Gwen ali dentro, lembrando-o da ordem correta de tomar os medicamentos. Deixando a post-it amarela sobre a escrivaninha, Oceana retirou um comprimido da cartela.

— E então, não acha que tem nada para me dizer? - perguntou o rapaz, deitando-se sobre a cama.

— Ah, eu tenho! E são tantas coisas que não sei por onde começar. - disse, entregando-lhe o pequeno comprimido branco.

Peter a fitou por uns instantes, logo se espremendo para o lado e abrindo os braços. Era u, pedido que Oceana deitasse ali consigo, e ela atendeu, se aconchegando ao peito do rapaz.

— Você pode começar me contando sobre o seu encontro com aquele cara. - provocou. Ao receber um olhar espantando da garota, completou: — Não se faça de surpresa, O'Neal! Estou falando daquela minha... variante, talvez?

— Como você sabe desse encontro? - arqueou uma das sobrancelhas, exaltando um pouco a voz.

— Eu não sei... - suspirou. — Mas eu tenho todas as lembranças dele aqui, como se fosse eu quem estive ali.

Ana engoliu em seco, sentindo a saliva rasgar-lhe a garganta. Existia alguma chance de que Peter e Lupin dividissem lembranças por serem versões um do outro, mas em universos diferentes?

E se for verdade, por que Remus nunca demonstrou que a reconhecera? Por que ele fingiu, por todo esse tempo, não saber de nada?

— O quanto você lembra, Pete?

— De vocês fugindo daquela escola, indo em direção a algum tipo de Lago. - pendeu a cabeça para o lado, se esforçando para lembrar. — De vocês se beijando...

Oceana levantou em um piscar de olhos, fitando o nada. Nada daquilo fazia sentindo para si, e isso a incomodava.

— Mas não tem como você saber de tudo isso! Você... você não estava la. - disse em um sussurro, mais para si mesma do que para o rapaz.

Eles se mantiveram em silêncio por algum tempo. Parker apenas observava as costas de Oceana e, apenas por aquilo, percebera como a amiga estava tão diferente. Ela parecia distante, como se apenas o corpo estivesse ali, mas a alma e a mente não.

— Ana, eu preciso perguntar... - começou, tocando o ombro da bruxa. — Alguma vez, em todos esses anos, você sentiu alguma coisa por mim?

O'Neal abaixou a cabeça, ainda de costas para Peter. Suas costas subiam e desciam levemente com o movimento da respiração, e isso pareceu lindo aos olhos do Aranha.

— Oceana, alguma vez você gostou de mim como gosta dele? - insistiu, agora com o tom de voz mais elevado.

Mas, antes que a garota pudesse ter alguma chance de responder, seus olhos se fecharam contra sua vontade. Não sentira nada, nenhum movimento brusco ou calafrio percorrer por seu corpo.

Oceana abriu novamente os olhos e se viu em seu quarto. O mesmo quarto que dividia com Liana e outras duas garotas da Ravenclaw. Ela estava coberta por suor, como se tivesse acordado de um grande pesadelo. A boca estava seca e a garganta parecia inflamada - ela estava resfriada, tal qual Remus disse que ficaria e tal qual Peter estava.

Fora aquilo apenas um sonho ou Oceana realmente tinha voltado para sua casa durante alguns minutos? O'Neal respirou fundo, sem saber o que pensar. Tudo pareceu real e irreal demais, não conseguiria chegar a conclusão nenhuma agora, e muito menos sozinha.

Mas, de toda forma, estava grata por ter reaparecido em Hogwarts no momento em que Peter insistira na pergunta. Afinal, ela sabia muito bem qual seria a resposta, mas não sabia se poderia realmente a dizer em voz alta.

Não sabia se poderia admitir que sim, durante muitos anos, fora apaixonada por Peter Parker. E muito menos poderia admitir que havia reprimido todos os seus sentimentos para não ferir Gwen, que compartillhava da mesma sensação.

 E muito menos poderia admitir que havia reprimido todos os seus sentimentos para não ferir Gwen, que compartillhava da mesma sensação

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AKAI ITO • REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora