Nós vamos queimar no nosso fogo!

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Jaden Hossler

Passei a maior parte do sábado correndo perto do lago, tentando tomar um pouco de ar, manter uma distância e clarear meus pensamentos. Mesmo assim, a viagem de uma hora de carro até a casa dos meus pais proporcionou tempo suficiente para o emaranhado de frustração voltar a se instalar na minha mente: a srta. Barrett, o quanto eu a odiava, o quanto eu a desejava, as flores que Dave enviou.

Esticando-me no banco do carro, tentei deixar que o som do motor me acalmasse. Não estava funcionando. Então, o fato era o seguinte: eu me sentia possessivo em relação a ela. Nāo de um jeito romântico, mas de um jeito troglodita do tipo:

"Golpeie-a na cabeça, arraste-a pelo cabelo até a caverna e transe com ela".

Como se ela fosse meu brinquedo e eu tivesse de manter os outros meninos do parquinho longe dela. Isso não é doentio? Se a srta. Barrett me ouvisse admitir isso, ela cortaria meu saco e me daria para comer. Agora, a questão era como proceder. Obviamente, Dave estava interessado.

Como poderia não estar? Tudo que ele tinha eram as informações que a minha família passava, e eles obviamente gostavam dela e tenho certeza que mostraram pelo menos uma fotografia. Se eu só tivesse essas informações, também me interessaria. Mas não havia como ele conversar com ela de verdade sem perceber a megera que ela é.

A não ser que ele quisesse apenas trepar com ela... O som do couro no volante do carro sendo apertado pela minha mão me disse que era melhor não pensar muito nisso. Ele não teria concordado em encontrá-la na casa dos meus pais se tudo que quisesse fosse sexo, não é? Pensei sobre isso. Talvez ele realmente quisesse apenas conhecê-la melhor.

Inferno, até eu tenho de admitir que fiquei um pouco intrigado antes de nos encontrarmos cara a cara. É claro, isso não durou muito, e ela acabou se revelando a pessoa mais irritante que eu já tinha conhecido. Infelizmente para mim, ela também era a melhor transa que eu já tive.

Merda, era melhor que ele não fosse tão longe com ela. Eu não saberia como esconder um corpo nessas redondezas. Ainda lembro da primeira vez em que a vi. Meus pais foram me visitar no Natal quando eu morava em outro lugar, e um dos meus presentes foi um porta-retratos digital. Enquanto olhava as fotos com minha mãe, parei a sequência em uma foto dos meus pais com uma linda garota de cabelos escuros.

-- Quem é essa com você e o papai? - perguntei.

Minha mãe contou que seu nome era Laura Parker e que trabalhava como assistente do meu pai, e que era maravilhosa e tal. Ela devia ter apenas vinte anos na foto, mas sua beleza natural era arrebatadora.

Com o passar dos anos, seu rosto frequenternente aparecia nas fotos que minha mãe me enviava, em reuniões na empresa, festas de Natal e até festas na casa dos meus pais. Seu nome ocasionalmente surgia quando minha familia relatava os acontecimentos do trabalho e da vida em geral.

Então, quando foi decidida minha volta para a empresa, meu pai explicou que a srta. Barrett estava cursando para ir para a UCLA e que sua bolsa requeria experiência prática. Disse também que meu cargo seria um objeto de estudos perfeito para o MBA dela. Minha família a amava e confiava nela, e o fato de meu pai e irmā não terem qualquer reserva sobre sua habilidade de lidar com o trabalho ajudou a me convencer.

Concordei imediatamente. Fiquei um pouco preocupado que minha apreciação por sua beleza pudesse interferir na habilidade de ser seu chefe, mas rapidamente me tranquilizei, pensando que o mundo está cheio de mulheres bonitas e que eu consequiria separar as coisas com facilidade. Como fui idiota. E agora eu conseguia enxergar todos os erros que cometi nos últimos meses.

IRRESISTÍVEL - NADEN Onde histórias criam vida. Descubra agora