Prólogo

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Notas iniciais

Postando fic quando tenho 2 em andamento há séculos sem atualizar k MAS ESSA TÁ PRONTINHA, sério, tá toda escrita; ainda vou decidir de quando em quando vou ficar postando, mas é isso. Pois bem, tenho algumas informações sobre a fic aaaa

Sei que dava pra fazer algo mais adulto e tal com esse plot, mas quando tive a ideia assim a princípio não tive ânimo pra escrever, preferi deixar algo mais bobinho mesmo, num estilo mais colegial. Então, vou deixar avisado desde já pra vocês não se decepcionarem ao não ter algo nesse sentido

Esse capítulo é de 5 anos antes da história começar de fato. Aqui o Luffy tem entre 9/10 anos e o Law 11/12, o restante vai ser com o Luffy com 14/15 e o Law 16/17

Sem mais delongas, boa leitura e feliz ano novo 💖

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Prólogo

Dia de San Valentin era uma data um tanto contraditória, era muito amada ao passo que, concomitantemente, era detestada. Seja pela beleza ou melosidade da mesma, pelas cartas, doces e carinho que eram ou não recebidos, ou então pelos sentimentos aflorados ou rejeitados.

Em sua condição de criança que não se importava nem um pouco com paixão, sentimentos, beijos ou qualquer coisa do gênero, Luffy amava aquela data. Um pouco contraditório também? Sim. Isto quer dizer que ele não detestava e achava nojento como a maioria das crianças que ainda não havia tido sua primeira paixão infantil? De certo que não, ele não gostava, porém aquele era um caso especial, não porque envolvia assuntos românticos – ao menos não diretamente –,  e sim pelos diversos chocolates que recebia; como no Halloween, mas sem precisar se esforçar muito para tal.

Apesar de bastante baderneiro, com um sorriso radiante e a maneira doce com que ajudava as pessoas e era leal aos amigos e principalmente aos irmãos, Luffy tinha muitas admiradoras – e até admiradores – que o consideravam diferente dos outros garotos. Então, todas as vezes naquela época do ano sua cesta, preparada pela professora Makino e deixada em sua sala junto com as das demais crianças, designada para receber os famosos chocolates de dia dos namorados, enchia e Luffy adorava isso, eram todos incrivelmente deliciosos, mesmo que viessem com muitas cartinhas junto.

Balançando a cesta recheada de doces, o garotinho com chapéu de palha na cabeça caminhava saltitante até o refeitório da escola onde encontraria seus irmãos. Logo sentava sobre a mesa, deitando ali de bruços, e passava a comer os chocolates enquanto seus irmãos, que não tardaram em chegar, balançavam suas madeixas escuras, fazendo-o sorrir.

“Parece que você ganhou mais cartinhas que eu, Luffy”, o moreno sardento comentou, remexendo a cesta alheia, “Ao menos mais que o Sabo ganhou”, completou com algumas risadas.

“Cala a boca, Ace! Você só ganha muitos porque a maioria das pessoas que mandam não sabem como você é quando abre a boca!”, o loiro, por sua vez, empurrou o irmão mais velho, este que ria da própria gracinha. “Mas você faz bastante sucesso mesmo, Luffy”, prosseguiu se voltando ao irmão menor, sorrindo com  certo orgulho, “Quer que eu leia pra você?”.

“Nhe”, com as bochechas redondas cheias de comida tal qual um esquilo, deu de ombros, “Eu não gosto delas, são sempre chatas e cheias de baboseiras”.

“Se você está comendo os chocolates, tem que mostrar o mínimo de decência e ler as cartas que quem escreveu se esforçou pra te dar”, o loiro tomou a cesta do menor, separando os envelopes dos doces. 

O garotinho fez uma careta indignado, sentando e cruzando os braços com um pequeno biquinho nos lábios sujos com o doce, “Mas eu não pedi nada, me deram porque quiseram!”.

“Ainda assim, Luffy”, “Não é legal desvalorizar a dedicação dos outros”, o loiro acariciou os fios do irmão emburrado mais uma vez.

A carícia, no entanto, mal deu tempo de acalmar o jovem dado que logo o local foi esquentado com o soco recebido do irmão mais bruto. 

“Só fica quieto que eu quero saber como um bebê chorão que nem você consegue tantas admiradoras”, resmungou puxando as cartinhas para si, rindo anasalado assim que passou os olhos pelos nomes dos remetentes, “E admiradores... Tem de menino também, olha”, achando certa graça na atitude que para pessoas mais velhas com certeza seria considerada muito corajosa, o moreno mostrou o papel ao outro irmão.

Logo os irmãos de Luffy passavam a ler as cartas para ele, rindo e fazendo graça vez ou outra, tentando adivinhar quem seriam os autores das anônimas, provocando o irmão quando liam uma carta demasiadamente meiga, ao passo que o destinatário de todo aquele carinho tinha um bico contrariado ao ter de ouvir e saber de cada uma das cartas que recebera para ganhar seus amados docinhos.

O que Luffy não sabia, porém, era que bem próximo dali, em uma das pilastras grandes que havia em alguns pontos do refeitório, estava um certo garoto acanhado, ouvindo cada uma das palavras proferidas ao menino adorável de sorriso ensolarado com um velho e inseparável chapéu de palha na cabeça que agitava as batidas do seu coração.

Também não soube como ter levantado sua cabeça um pouco curioso ao ouvir o nome “Trafalgar Law” – ao contrário do que havia feito com os demais –, fez surgir no jovem escondido a ansiedade e desespero com um misto inusitado de expectativa e felicidade.

E muito menos soube dos inúmeros pedaços que deixou o pobre coração juvenil apaixonado ao dar de ombros para as palavras dedicadas a si com tanto esmero, dizendo serem “chatas que nem as outras”, deixando-a junto das demais que havia rejeitado para ter o mesmo destino: a lixeira mais próxima.

Em sua inépcia de alguém que desconhecia a sensibilidade de um coração apaixonado, não entendeu quando aquele mesmo garoto, com quem trocava poucas palavras ou via durante o intervalo de aulas de vez em quando, passou a evitá-lo, desviar o olhar de si e correr para longe com as bochechas avermelhadas sempre que o via.

Mas quem sabe no fundo, tão latente que era quase imperceptível, talvez tenha notado uma sutil sensação de saudades quando ele foi embora da cidade com o pai, deixando uma dúvida e sensação estranha em si.

Ao menos por algum tempo, visto que sua mente infantil – e ainda mais desligada sendo quem era – não se preocuparia com aquilo por tanto tempo. Logo tudo que lhe importava era comer, passar um tempo com os irmãos, brincar com os amigos e comer de novo; e para nada lhe preocupava o futuro, fosse como fosse, viesse o que viesse.

Como (des)rejeitar alguémOnde histórias criam vida. Descubra agora