capitulo - 37

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POV Dylan

Já se passam alguns dias desde a confusão e Sofia ainda não acordou. Reed e Karina não param de sair e entrar na casa, já eu e Liz fomos ao meu apartamento para buscar algumas roupas, voltamos e não saímos mais.

O clima está pesado por aqui, todos entram no quarto que Sofia está, conversam com ela como se ela pudesse escutar, Eliza não sai do lado dela nem para comer ou dormir, Dominic não está fazendo mais suas piadinhas sem graça, até Karina que está sempre de bom humor estremeceu essa semana.

Ainda não processei a historia de que aquela Sofia é a minha Maria Sofia, a ideia de que ela estava viva durante todo esse tempo e eu nem sequer fiz questão de procura-la faz minha consciência torturar-me.

Não entrei no quarto em que ela está nem sequer uma vez, não posso vê-la daquele jeito.

- Robin - levanto os olhos que estavam fixos no café dentro da minha caneca, levanto as sobrancelhas em sinal de que estou ouvindo - estou te chamando a um tempo, porque não me respondeu?

- Desculpa Liz, não acordei totalmente ainda - dou um sorriso meio sem graça apenas para aliviar o clima

- preciso buscar algumas coisas em casa e de lá Vou direto para o hospital, estou de plantao hoje - ela faz uma pausa respirando fundo - não dá mais para faltar

Concordo com a cabeça. Dominic desce as escadas aparecendo na cozinha

- Buenos días, hoy salgo, necesito resolver algunas cosas ( Bom dia, hoje vou sair, preciso resolver algumas coisas.)

- Você está falando em espanhol de novo López - ele está com essa mania desde que aconteceu o incidente com Sofia, parece que confunde o idioma

- Eu estou indo para o apartamento me dá uma carona? - mas parece que Liz entendeu o que ele disse

- desde quando você sabe espanhol? - eu pergunto

- Eu tinha uma amiga na faculdade que falava espanhol, acabei aprendendo um pouco pra me comunicar melhor com ela.

Fico indiferente em relação a isso, estou indiferente a muitas coisas de um tempo para cá

- Você vai ficar sozinho aqui hoje Collins, cuida bem da Maria Sofia, qualquer coisa não hesite em me ligar - Dominic diz.

- Tudo bem - concordo e os dois saiem da cozinha indo em direção a porta da garagem.

O dia vai passando lentamente, como se cada segundo durasse horas, Karina passou aqui mas ficou só alguns minutos e foi embora. Ainda não tive coragem de entrar para ver Sofi.

O tempo está me parecendo uma tortura maior do que vê-la machucada naquela cama.

Em um ato súbito levanto do sofá da biblioteca e vou em direção ao quarto, paro na porta pensando e repensando se devo fazer isso, abro a porta bem devagar e reparo nas paredes brancas e todos os outros móveis tão claros, o sol de fim de tarde bate na poltrona bem ao lado da cama, e lá está ela com algumas feridas quase cicatrizadas no rosto, o cabelo preto como a escuridão bem posicionado ao lado de suas bochechas, os braços por cima do lençol onde consigo ver outros machucados.

Me aproximo calmamente da maca, e sento na poltrona, respiro fundo e penso nas milhares de coisas que quero dizer, penso nas milhares de coisas que queria ter dito durante esses anos, penso em todo o tempo que eu perdi achando que ela estava morta

- Eu ainda não consigo enxergar a pessoa que você era, espero que a Maria que eu conheci ainda esteja aí - pego na mao dela e me acomodo na poltrona.

Destino Traiçoeiro ( Em Andamento ) Onde histórias criam vida. Descubra agora