You will never be lonely

don't you understand? you won't be alone again

Essa história foi inscrita no projeto HeadCanon Month (@hcmonth), a betagem feita pela minha amiga Vivian (que não tem user aqui, nem interesse em Harry Potter, mas sempre me apoia nas doideiras que me proponho a fazer, te amo, você sempre vai ser a minha pessoa). O design desta capa fofa foi feito por @chasethesummer, obrigado!

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I can't say that I can make you feel
Complete or free from your worry
But believe me when I tell you
Babe, you'll never be lonely

– Taxi, The Maine

Logo após a queda de Voldemort, a família Malfoy perdeu todo seu prestígio. Eram párias para os dois lados, os remanescentes da alta aristocracia os recriminavam e a outra parcela da sociedade os olhava com desprezo. O nome "Malfoy" estava na lama, e por isso foi uma surpresa quando Astoria Greengrass se casou com Draco.

O casal viveu muito recluso, diferente do habitual para ambos, o que gerou muitas especulações. Quando tiveram um filho, Draco se fechou ainda mais, para protegê-lo de comentários maldosos, achou que com o tempo tudo seria esquecido.

Draco e Astoria criaram Scorpius de um jeito diferente do que eles próprios foram, uma relação de carinho e proximidade muito grande foi estabelecida desde sempre. Durante muitos séculos ser um Malfoy era quase um contrato, sua família vinha em primeiro lugar, mas não por amor, seu objetivo deveria sempre ser a preservação da boa imagem de seu nome.

Para Scorpius foi muito diferente, ele amava os pais, era muito grato por todo esforço que tiveram em deixá-lo crescer acreditando que era alguém bom e suficiente, mesmo que fofocas que o envolvesse tentassem dizer o contrário. Seus pais superaram estigmas e preconceitos para permitir uma infância tão boa e feliz quanto se foi possível.

Ele não teve contato com muitas crianças, depois de tudo, poucas vezes a família era convidada a festas ou eventos, e mesmo quando eram seus pais raramente compareciam. Desse modo, Scorpius se tornou alguém muito tímido e fechado. Pouco antes de entrar em Hogwarts, seus pais lhe contaram tudo, toda a história de sua família e o envolvimento que tiveram, todo sofrimento que causaram. Ele precisava saber o que enfrentar, o mundo não era fácil nem gentil, e temiam muito perder o seu garotinho, caso ele soubesse por terceiros.

Scorpius teve muita dificuldade de assimilar que seu pai, aquele que levava café para sua mãe na cama todas as manhãs e usava meias combinando com ele, foi capaz de tantas coisas ruins. Em meio ao choro sentido, perguntou como a mãe pôde aceitar morar naquela casa, onde tantos episódios dolorosos aconteceram. Como pôde aceitar alguém como Draco Malfoy. O mais velho não conseguiu continuar na conversa, ver seu menino o encarar com tamanha desilusão foi demais, porém Astoria conseguiu consolar ambos.

"Seu pai assume tudo o que fez e se arrepende, não é o bastante para aqueles que fez mal. Mas ao me mostrar que mudou, foi o bastante para mim. Draco é um marido carinhoso e o pai mais incrível que eu poderia desejar para um filho meu. Agora cabe a você, Scorp, tudo o que ele te mostrou é o bastante para você perdoá-lo? E uma casa são só tijolos e móveis, meu bem. Eu poderia estar em qualquer lugar, contanto que você e seu pai estivessem comigo, nada me faltaria. Vocês são o meu lar."

E foi o bastante. Naquela noite, Scorpius fez carinho nos cabelos claros do pai, que chorou até dormir. Naquela noite, Scorpius decidiu que poderia fazer o que quisesse com seu Malfoy, não deixaria que ninguém falasse quem ele era, isso caberia apenas a si.