Aquela viagem de fim de ano.

Capítulo quatro; eu não sou um chato!

— Olha, o Césa tá com a câmera! Pose pra foto! — Gritou Arthur e subiu nas costas de Tristã — O vizinho da praia — que havia entrado há pouco tempo, após muita insistência de Bea. Ela fez questão de apresentá-lo a todos ali.

O garoto era bem entrosado, o único que não havia ido tanto com a cara dele fora Dante, que por algum motivo achava estranho a repentina proximidade.

Todos conduziram alguma pose engraçada e o Cohen tirou a foto.

— Onde caralhos você achou esse cara? — Disse Erin segurando seu 'drink' não-alcoólico de morango. Ela usava um biquíni laranja, óculos de sol estilo gatinho que seguravam sua franja, chinelos de granadinhas e o cabelo preso em um coque meio mal feito, apenas para passar um pouco o calor.

— Eu e o Tristã estamos ficando faz algumas semanas. — Beatrice riu um pouco prendendo o cabelo para não molhar e colocando os pés na piscina. Ela usava um biquíni todo colorido, uns óculos de sol pequeno, de acordo com Arthur parecia um dos ratinhos cegos do Shrek e um colar de conchas.

— O quê?!? — Dante tossiu engasgado com saliva e quase infartou quando vou Tristã ficou entre as pernas de Bea, que estava sentada na borda da piscina. Ela ria de algo que ele falava e logo segurou o rosto do maior, dando um selinho suave nele.

— Não fica assim, Dan... — Arthur riu e nadou até Dante.

O que ninguém ali esperava era que "Gaspar", fosse puxar Arthur pelo braço e beijá-lo ali mesmo.

— EITA! — Gritou Liz, assim atraindo toda a atenção para os dois.

Arthur não protestou, apenas passou o braço pelo pescoço do maior e bateu as pernas na água para não afundar.

Dante segurou Arthur para ele continuar ali na, quase, mesma altura que si. Ele separou o beijo calmamente e sentou Arthur na borda da piscina.

— Você é gay?!? — Bea indagou surpresa, com tanta inocência e naturalidade que chegava a ser engraçado.

— Não... Sei? — Ele parecia tão confuso quanto a maioria ali. Dante subiu na borda da piscina e saiu enrolado em uma toalha, entrando na casa meio desnorteado.  

Arthur levantou apressado e, com as perninhas curtas, correu atrás de Dante.

Depois disso ambos entraram em casa e eu os perdi de vista,  e então, quando percebi, minha câmera havia sido tomada de minhas mãos e eu escutei a risada escandalosa de Erin ao me arremessar na piscina.

De primeiro momento me desesperei e bati os braços com força ma água, mas rapidamente fui seguro por Thiago.

— Respira menino! — Ele me disse me levando até a borda e gargalhando junto a ruiva, mesmo que mantivesse o tom levemente preocupado.

— Porra, Erin! — Tossi olhando na direção dela. 

— Bah, olha a boca, Cesar! — Ivete me repreendeu dando um gole em sua cerveja.

— Desculpa, tia. Caramba, Erin! — Olhei para a garota, que estava agora  mais perto de mim e a puxei para a piscina também.

Ela, apos subir de volta para a superfície, me olhou como se me avisasse antecipadamente de minha morte e começou a jogar água em mim ao bater seus braços propositalmente.

— Em minha defesa, te taquei na água pra você tomar seu banho semanal antecipado! — A Parker disse rindo da minha cara e torceu o cabelo para secá-lo pelo menos um pouco.

— Você molhou meu moletom da Akali edição limitada! Isso só pode ser lavado a seco, sabia? — Resmunguei sentando na borda da piscina. 

— Ué, é só você tirar ele, depois tu lava isso a seco, ou sei la o que. — Joui se pronunciou, colocando uma toalha sobre mus ombros e se sentando ao mau lado co um refrigerante na mão.  — Qual é, Cesar, tá mó calor e você com esse moletom, preto ainda por cima! — Ele riu.

— Super fácil falar isso, senhor abdômen tanquinho de lavar roupa! — Voltei meus olhos aos dele e vi que ele ria com a mão em frente a boca. —  Que foi?!? 

— Tanquinho de lavar roupa? — Ele olhou-me ainda rindo leve.

Corei e resmunguei sem graça, levantando da borda da piscina, indo para dentro da casa, e Joui me seguiu. 

— Você ficou bravo? Desculpa, Cesar... — O asiático  disse com o cenho franzido ao entrar no quarto, parecia realmente carregar um ar de culpa e arrependimento.

— Relaxa, tá suave. — Eu ri e ele me acompanhou naquela gargalhada leve, ambos então esquecendo por um breve momento que eu estava encharcado.

Continuamos a nos encarar e rir, isso até escutarmos algo trombar contra a porta. 

— Ah! Pensei que vocês estivessem lá fora! — Arthur pasmou e tossiu um pouco engasgado com saliva. 

Agora entendi a obsessão com o cabeludo míope; eles atavam se pegando.

— Arthur! — Joui parecia tão chocado e sem graça quanto eu, não nos julgue, nossa situação era estranha pra porra.  

Arthur tentava equilibrar Dante no colo enquanto o platinado, que até agora que não havia dado uma palavra sequer, se encontrava com as pernas enlaçadas no quadril do menor confortavelmente. 

— Por isso estavam proximismos? Você tá pegando o senhor bonitinho? — Joui resmungou antes mesmo que eu pudesse falar algo.

— Ele tava me ajudando a estudar, de início...