Para sempre?

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Billy ainda se lembrava exatamente de quando a conheceu, era quarta-feira de tarde, apesar do céu azul uma chuva fraca começou a cair, então apressado ele correu a um pequeno café, ao abrir a porta encontrou poucas pessoas, mas então seu olhos foram direcionados a bela jovem que estava sentada perto da janela, ela tomava um milkshake e lia jogos vorazes ( livro o qual ele descobriu que era preferido da jovem ), ela estava com um vestido florido e usava um converse branco.

Pareceu que ele estava a horas encarando, mas teve que sair de seus devaneios quando uma senhora pediu licença para poder sair do pequeno café, se desculpando ele foi se sentar e então logo foi atendido, mesmo com a chuva do lado de fora e as conversas das pessoas seus olhos não se desgrudavam dela, perecia até loucura, mas Billy acredita que nunca havia visto uma pessoa tão bonita como ela.

Mas pela primeira vez ele se sentiu envergonhado e abaixou a cabeça, esperou a chuva diminuir, terminou o café, entregou o dinheiro para a moça que estava no caixa e foi embora. Duas semanas se passaram e ela não saia de sua cabeça e por irônia do destino Billy se encontrava na frente do café e pela vidraça ele a encontrou de novo, dessa vez ela bebia café, usava um vestido longo e lia Em chamas,  tomando a coragem do "garoto bonito ", caminhou até ela.

- Olá posso me sentar aqui? - Billy perguntou, temendo uma resposta negativa, mas ele entenderia a moça, um homem desconhecido pedindo para se sentar com ela, até ele negaria no lugar dela.

- Claro - Ela o respondeu e por alguns segundos ele ficou estático - Você esta bem?

- Sim, estou sim - ele se senta no banco que está do outro lado da mesa - Me chamo Billy - ele estende a mão.

- Elena - ela também estica a mão para cumprimentá-lo.

- Você vem sempre aqui? - ótima maneira de começar a conversa Billy, ele pensou consigo mesmo.

- Todo dia na verdade - ela respondeu dando um singelo sorriso.

- Deve gostar bastante daqui então.

- Gosto muito, mas também tem a questão da minha mãe ser a dona.

- Caramba sua mãe é a dona? - ele perguntou sem jeito enquanto coçava levemente a nuca.

- Ela é, mas não se sinta pressionado a fingir gostar do café caso ela pergunte - ela sussurrou a última parte dando risada.

Até hoje ele se pergunta como eles ficaram conversando durante duas horas como se fossem velhos amigos, infelizmente ela teve que ir embora, mas prometeu estar amanhã alí de novo, e Elena foi para o café no outro dia, porém Billy ficou preso em uma reunião da Anvill e quando chegou no café ela já tinha ido embora.

E durante mais duas semanas ambos ficaram se desencontrando. Em certo momento Billy se encontrava desiludido, acreditava que nunca mais veria a dona do sorriso mais belo que ele já viu. Sentado em uma das mesas do café encarando seu copo vazio Billy sentiu uma mão tocando seu ombro e ao se virar lá estava ela sorrindo para ele.

E de uma simples conversa no café, foram para idas no cinemas, a museus, parques, bibliotecas e enfim para o almoço em família. A família de Elena adorou Billy, Frank, Karen e Curtis se apaixonaram pela docê Elena.

O pedido de namoro foi em um piquenique no Central Park, Elena ficou com seu rosto doendo de tanto sorrir, naquele dia Billy prometeu a si mesmo que sempre queria ver aquele sorriso no rosto de sua namorada.

Billy amava a maneira que ela falava empolgada de seus livros, de como ela sabia das variadas espécies de plantas e borboletas, o quarto da moça era quase um jardim e ele amava isso.

Elena amava a maneira que Billy ficava concentrado quando resolvia algo sobre sua empresa, quando algo saia errado ele fazia um biquinho e pedia abraços.

Mesmo Billy gostando de ficar em casa ele saia para andar em jardins ou em floriculturas junto a sua pequena. E mesmo Elena sendo horrível em falar com pessoas desconhecidas ela sempre ia aos bailes de gala com Billy.

Quem via os dois nem pensaria que Elena já tinha 26 anos e Billy 36, depois de 3 anos de namoro eles decidiram ir morar juntos, era engraçado entrar no apartamento deles, uma parte era toda tecnologica e a outra parecia que você estava andando em um jardim.

É claro que como todos os casais eles também brigavam, mas eles haviam prometido que nunca iriam dormir chateados um com o outro, eles sempre se desculpavam antes de ir dormir.

No aniversário de 28 anos de Elena eles decidiram ir viajar, ficaram um mês fora, os destinos foram a Itália, Londres e París, e na frente da torre Eiffel ele a pediu casamento, quando voltaram ambas as famílias só faltaram soltar foguetes.

O casamento foi algo do sonho para os dois, todos que eles amavam estavam alí testemunhando a união deles.

No segundo ano de casamento eles começaram a conversar sobre aumentar a família, mas infelizmente foi descoberto que Elena não poderia ter filhos, por um momento ela pensou que os dois acabariam alí, mas isso não aconteceu ambos se apoiaram.

Faltavam duas semanas para Elena completar seus 31 anos, Billy queria fazer um belo jantar a esposa, enquanto ele levava as taças para a mesa ele sentiu um aperto no peito, algo que ele nunca havia sentido antes, soltando as taças na mesa ele correu até seu telefone e ligou para a esposa 1,2,3,4,5... Várias tentativas de ligação e nenhuma dava certo, Billy já se encontrava tremendo. Então um toque repentino no telefone residencial, ele correu para atendê-lo.

- Senhor Russo? - uma voz masculina foi ouvida do outro lado da linha.

- Sim ele mesmo.

- Aqui é do hospital central, sinto lhe dizer, mas sua esposa sofreu um acidente e agora se encontra na cirurgia.

Billy nem lembra das últimas palavras do homem, ele apenas pega a chave do carro e vai as pressas para o hospital, quando ele chegou ninguém disse nada a ele, os pais de sua esposa já haviam chegado e também não falavam nada, horas e mais horas e nada.

- Familiares de Elena - uma mulher surgiu chamando por eles.

- Aqui - o pai de Elena respondeu.

- Infelizmente o acidente foi muito grave, Elena veio a ter morte cerebral - a mãe de Elena já se encontrava ajoelhada no chão chorando, enquanto seu marido tentava ajudá-la, mas ele também chorava - Eu sei que não é hora, mas vimos que Elena e doadora de órgãos, seus olhos e seu coração ainda estão em perfeito estado.

-Pode nos dar um minuto - pela primeira vez Billy disse algo, ele ajudou sua sogra levantar e olhou para a médica de novo - Queremos ver Elena.

- É claro - respondeu a médica.

O caminho até o quarto foi o maior da vida de Billy, quando ele olhou para a esposa ela parecia bem, apenas alguns machucados no rosto, sua sogra abraçou o corpo da filha e voltou a chorar, seu sogro não sabia o que fazer assim como ele.

Billy só estava evitando o inevitável, ele sabia qual era os desejos de sua esposa, Elena sempre gostou de ajudar as pessoas e agora até depois de sua morte ela ajudaria, então ele e seus sogros assinaram os papéis e Elena foi levada, ao voltar para a casa a mesa do jantar ainda estava posta, mas não por muito tempo tudo que estava na frente de Billy era quebrado, houve o momento que ele não aguentou mais, com as mãos sangrando e com os olhos inchados ele gritou com todas as suas forças.

- ELENA.

O velório foi algo que Billy não sabia descrever, ele acreditava que até a natureza sentia a perda de Elena, o céu estava nublado, os pássaros não cantavam e o vento gelado se fazia presente.

Anos e anos se passaram, Billy ainda ia para o café que ele conheceu o amor da sua vida, o café já não pertencia mas a sua sogra pois a mesma havia o vendido meses depois da morte da sua única filha, ele pedia sempre a mesma coisa e sentava sempre na mesma mesa.

Já com seus 80 anos ele ia todo dia levar flores no túmulo de sua amada, ele nunca mais teve ninguém depois de Elena, até porque ela havia levado seu coração junto com ela.

- Elena minha amada Elena, não vejo a hora de ter você em meus braços de novo.
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Autora : https://uma-sonhadora.tumblr.com/post/672059225587040256/para-sempre

ɪᴍᴀɢɪɴᴇ ʙᴇɴ ʙᴀʀɴᴇꜱ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora